O que me fez pular de alegria nesta E3 (Ou “KINGDOM HEARTS PORRAAAAAAA”)
Como cês bem sabem, a E3 rolou semana passada, e foi marcada pela briga entre Microsoft e Sony e a vitória homérica desta [Nota do editor: Da Nintendo, que é muito melhor que essas duas, ninguém fala nada]. Mas além disso, algumas coisas me chamaram mais atenção que os 399 dólares do PlayStation 4, como novo Plants vs Zombies: Garden Warfare e Rayman Legends, mas, acima de tudo, algo que eu e milhões de pessoas estávamos esperando há anos: Kingdom Hearts 3.
Kingdom Hearts tem uma história interessante: A galera da Square Enix, de Final Fantasy, trabalhava no mesmo prédio que a galera da Disney, no Japão. A ideia era fazer um jogo parecido com Super Mario 64, em 3D, com livre movimentação, ao contrário do odioso sistema de turnos. Acontece que ninguém poderia superar o Mário… Exceto os personagens da Disney. E assim surgiu a ideia de misturar FF e o Mickey, e porra, por mais estranho que pareça, deu certo.
O primeiro Kingdom Hearts foi lançado em 2002, e fez um sucesso foda: Um action-RPG, sem frescuras, com toda a ação de FF e com o carisma dos personagens do tio Walt. A ideia é bem simples: Você pode viajar entre os diversos mundos dos personagens da Disney, como Hércules, Alice no País das Maravilhas, Aladdin, Mulan, O Rei Leão, Peter Pan e vários outros, lutando em cada um deles para livrá-los dos Heartless.
O que nos leva à história do jogo. Então, você controla o Sora, um pirralho de cabelo espetado que mora numa ilha com seus amigos Riku e Kairi. Um belo dia, umas criaturas chamadas Heartless (Sim, eles, de fato, não tem coração) invadem a ilha e separam Sora dos outros dois, e para se defender, Sora ganha um troço chamado Keyblade, como o próprio nome indica, é uma espada em formato de chave. A Keyblade é um troço poderoso, não só por ser uma arma contra os Heartless, mas por também ser capaz de abrir mundos, corações e pernas portas, liberando-os das trevas.
Os Heartless são formados quando alguém perde seu coração e alma para as trevas, mas isso não significa necessariamente que seu corpo se perca também. Alguém pode perder-se para as trevas, virando assim um Heartless, mas se são fortes o suficiente, seu corpo continua, e acaba virando um Nobody (É, eu sei que não são nomes muito criativos), um ser de luz e trevas, mas sem coração. Lutando contra você, há a Organization XIII, um grupo de 13 (AH VÁ, é merrrmo?) Nobodies que quer o poder do Kingdom Hearts, ou seja, a “entidade” que reúne todos os corações de todos os mundo, e fonte original de toda a luz.
Como não poderia deixar de ser, o jogo tem uma história complicada pra caralho. Já são 10 jogos, que foram lançados fora da ordem cronológica. Elas também não seguem uma única plataforma, alternando entre PS2, Game Boy, DS, PSP, 3DS e celular. Além disso, o primeiro jogo da série possui a versão Final Mix e a Kingdom Hearts HD 1.5 Remix, que o expandem, e o mesmo acontecendo com o Kingdom Hearts 2 (Que possui a Final Mix e a Final Mix+), além das verões Kingdom Hearts Re:Chain of Memories, Kingdom Hearts Re:coded para o Chain of Memories e coded. Então vocês bem podem ver a putaria que é a coisa toda, mas afinal de contas é um RPG japonês, não dá pra esperar nada menos que isso.
Joguei alguns parcos minutos do primeiro Kingdom Hearts e do Kingdom Hearts: Chain of Memories, mas em compensação já tenho mais de 100 horas em Kingdom Hearts 2. Já tenho tudo, já fiz tudo. Infelizmente não é nem a Final Mix e nem a Final Mix+, mas não há o que se fazer aí. Pode parecer estranho gostar tanto de uma série que de 10 jogos, só joguei, de fato, um, mas é assim que é.
Não sei se já falei antes, mas cresci assistindo Disney e desde que comecei a jogar videogame sempre ouvi sobre quão incrível Final Fantasy era. A questão é que eu nunca gostei de jogar FF: Odeio o sistema de turnos, não sei japonês e sou absurdamente ruim em RPGs. Conheci Kingdom Hearts por puro acaso, num daqueles programas horríveis que colocam clips de jogos com músicas, e pensem assim: Eu estava vendo um personagem como aqueles de uma das séries mais famosas dos videogames, enquanto ele lutava contra milhões de criaturas estranhas, contando com a ajuda do Pateta e do< strong>Pato Donald, num mundo onde o Mickey era, literalmente, o Rei.
Kingdom Hearts não tem só uma história incrível (Ainda que absurdamente confusa), mas possui mecânicas incríveis: Há magias, transformações, itens, mods, especiais e o caralho a quatro. Você tem dezenas de combinações para sua party, com centenas de personagens Disney e de Final Fantasy, há vários e vários easter eggs, missões extras, lugares para explorar e personagens para conversar. O jogo é incrivelmente bom, tanto no que toca a história quanto na jogabilidade. O próprio FF XV, anunciado nesta E3, seguirá (Aparentemente) o esquema de action-RPG criado por Kingdom Hearts.
Só para situá-los melhor, taí a ordem cronológica da série: Kingdom Hearts Birth by Sleep (Pra PSP, lançado em 2010), Kingdom Hearts (PS2, 2002), Kingdom Hearts: Chain of Memories (Game Boy, 2004), Kingdom Hearts 358/2 Days (DS, 2009), Kingdom Hearts 2 (PS2, 2005), Kingdom Hearts coded (Celular, 2008) e Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance (3DS, 2012). As versões com expansão foram lançadas em vários outros anos, complicando a história da série, apresentando novas mecânicas, consertando bugs e tudo mais. E se não falei antes, falo agora: Todos os jogos possuem dezenas de coisas escondidas, que só são liberadas depois de MUITO trabalho. Dá pra perder uns anos de vida só com essa série.
E assim chagamos aos dias atuais, ou melhor, à semana passada, quando Kingdom Hearts 3 foi anunciado na conferência da Sony CHUPA XBOX:
Entendam, apesar de termos vários jogos da série lançados nesses anos, jogos que continuam a história, que tem os mesmos personagens e tudo mais, mas nenhum deles era o 3. Já foi afirmado que outros dois jogos serão lançados, e que este não será o último jogo da série, mas é Kingdom Hearts 3. É o que todo mundo esperava há oito anos, desde que o 2 saiu. Não que os outros jogos sejam ruins, mas nenhum deles é/vai ser esse aqui. Kingdom Hearts 3 é tipo Half Life 3… Mas que existe.
Tetsuya Nomura, o produtor da série, já confirmou que Final Fantasy XV tem total prioridade no desenvolvimento, e também que “Kingdom Hearts 3 foi anunciado muito cedo“, já que o jogo está bem no começo do desenvolvimento. Além de que já é costume da Square Enix demorar vários anos para lançar um jogo que já tenha sido anunciado.
Mas sabem o que mais? Não ligo. Simplesmente não ligo se o jogo demorará anos para ser lançado, pelo menos já sabemos que será feito, sabemos que vai terminar a história que começou (Ou ao menos parte dela) e pelo jeito terá o mesmo tipo de comandos, que é, de fato, muito bom. Há anos havia rumores sobre esse jogo, mas agora é “oficial”. Cês podem até achar exagero, mas compro um console dessa geração nem que for só pra jogar esse jogo.
Claro que o preço e as medidas adotadas pelo PS4 me alegraram, claro que o novo Plants vs Zombies parece divertido, que Rayman é sempre um jogo bem legal (Alguém lembra do Spyro?) e sim, eu finalmente acho que gostarei de jogar um Final Fantasy se bem que FF sempre parece muito legal…, mas de TUDO dessa E3, nada me deixou tão feliz quanto Kingdom Hearts. Mais do que tudo, esses 2 minutos de vídeo me alegraram mais que todas as promessas para uma geração inteira, e véi, isso não tem preço, mas estou disposto à pagar bem caro quando o jogo sair.
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