O que temos de bom na Amazon Prime?
Chegou ao Brasil, na última terça-feira (14) o serviço de streaming Amazon Prime, para competir diretamente com a Netflix, pela bagatelinha de US$ 2,99/mês nos primeiros 6 meses. Estou na fase de testes, mas já deu pra sentir o potencial do serviço.
O cardápio de filmes é um tanto quanto curioso. Se a Netflix Brasil oferece infinitamente menos opções que a americana, o serviço da Amazon é ainda mais reduzido, mas não é em qualquer buraco que você confere a versão bollywoodiana de Pânico, ou Fan, que conta a história do maior fã de um astro indiano (Eu não vou com “que você respeita” porque já caiu em desuso), que cruza o país em busca do ídolo e jura vingança quando lida com seu egocentrismo. Pode parecer bizarro para uns, impossível de assistir para outros mas, no fim do dia, é cultura. Cada lugar tem sua forma de fazer cinema e tudo o que foge do padrão parece esquisito, aprender como cada lugar desenvolve sua indústria é interessante e, hoje, minha mente está um pouco mais aberta. Se forem fazer o teste gratuito de sete dias, não deixem de visitar Bollywood.
Já as abas de terror e suspense não trazem nada de novo. Filmes óbvios, como O Bebê de Rosemary, Um Drink no Inferno e Janela Indiscreta encabeçam os gêneros. São, indiscutivelmente, ótimos longas. Mas não são novos, estão em qualquer lugar e passam na TV dia sim, outro também. O mesmo para as comédias, que são os blockbusters de sempre. A verdade é que falta estofo cinematográfico ao novo serviço. Nesse aspecto, tanto Netflix quanto Net Now, que eu utilizo bastante, saem na frente, deixando a Amazon comendo poeira. Apesar de pagar por obra, em alguns casos, o serviço da Net tem, além de variedade, muita novidade e exclusividade. Filmes que mal saíram das telonas já estão disponíveis para quem quiser ver. Documentários interessantíssimos, como a biografia de Angela Davis e Vito Russo se alternam gratuitamente para os assinantes da HBO, além de organizar os hits da programação por canais, facilitando o acesso, descobertas e redescobertas.
O grande trunfo da Amazon Prime é a qualidade das séries que traz. Eu poderia parar por aqui mencionando as temporadas de Seinfeld, mas também estão no rol Community e Mr. Robot, além das originais Transparent, Bosch e a cativante Hand of God, sobre um juiz corrupto que, após um colapso, começa a acreditar que deus está falando com ele diretamente, influenciando em seu comportamento e objetivos. Só por essa trama, cuja segunda temporada acaba de ser confirmada, vale pelo menos um mês de assinatura.
São muitas as opções de entretenimento hoje. Não somos mais dependentes de uma TV a cabo caríssima, tampouco dos canais abertos com sua pobreza de programação. A competitividade, inclusive, está colaborando para melhorar aquilo que parecia próximo da obsolescência. Grande exemplo é Nada Será Como Antes, belíssima produção da Rede Globo (Com final cagado, mas…), que saiu antes para assinantes da Globo Play e, posteriormente, na TV. Não podemos descartar as possibilidades, o poder dos serviços de streaming e seu vertiginoso crescimento. Apesar de ainda embrionário, é preciso ficar de olho na Amazon Prime, que deve expandir seu cardápio nos próximos meses. Impossível, hoje, compará-la à Netflix, mas o potencial é grande e não pode ser subestimado, especialmente em relação às produções originais. Aguardando ansiosamente a chegada da Hulu ao país para mais um test drive audiovisual. Até decidir o que me atende melhor, vou colecionar assinaturas e aproveitar o que cada uma tem de melhor.
Nota do editor: Não sei a Nelly, mas eu não recebi um centavo por esse infomercial.
Leia mais em: Amazon Prime, Filmes, Séries