Os Imperdoáveis (Unforgiven)
No texto de Os Bons Companheiros, eu falei que, para se considerar macho de verdade, um cara tem que gostar de filmes de máfia. Porém, faltou eu adicionar um complemento, para ser considerar macho mesmo o cara também tem que gostar de faroestes. Uai, como que algum moleque que desde pequeno brinca com bonecos de xerifes, pistoleiros, cowboys, índios e cavalos cresce sem gostar de filmes desse tipo? Não tem jeito! E o filme de hoje do Bogart é Tanga é justamente o último dos grandes faroestes.
Sinopse: Bill Munny (Clint Eastwood), um pistoleiro aposentado, volta ativa quando lhe oferecem 1000 dólares para matar os homens que cortaram o rosto de uma prostituta. Neste serviço dois outros pistoleiros o acompanham e eles precisam se confrontar com um inglês, que também deseja a recompensa e um xerife, que não deseja tumulto em sua cidade.
Bill Munny era um assassino do tempo do auge da corrida do ouro para o oeste. O cara matava mais de mil, porque era cabra homi. E ele nunca se arrependeu disso. Mas é aquela coisa, apareceu uma mulher na vida do cara, e assim como as mulheres fazem maravilhas para a nossa vida, elas também conseguem desvirtuar totalmente a cabeça de um bom homem. Aí o cara virou uma tanguinha e foi criar porcos junto com sua família depois que a esposa bateu as botas.
Só que, como eu falei, os bons tempos já tinham se ido, e a vida no oeste estava cada dia mais decadente. Então surgiu um bom negócio para o nosso velho matador aposentado: Um grupo de prostitutas estavam oferecendo uma boa grana e algumas coisinhas a mais para quem matasse um grupo de sujeitos que tinham retalhado o rosto de uma delas.
Munny recorre a um velho amigo de bang bang para participar do serviço, Ned Logan (Morgan Freeman). Só que as coisas ficam complicadas para eles, porque a grana das putas também interessou a um forasteiro inglês, o mago Dumbledore English Bob (Richard Harris), como ficou conhecido por aquelas bandas. Mas logo de cara Bob se estrepa, ao contrariar a placa de Big Whisky, que dizia que armas não eram permitidas na cidade, por ordem do severo xerife Bill Daggett (Gene Hackman). Bob, juntamente com o escritor de sua biografia, entra com armas escondidas no vilarejo. O xerife o castiga e pega de exemplo para qualquer um outro forasteiro. Após um incidente com um membro da comitiva de Bill Munny, este decide que agora além do dinheiro, há outras motivações para se fazer justiça com as próprias mãos.
Eu escolhi escrever sobre esse faroeste porque foi o último que vi foge completamente do padrão dos filmes do gênero. Para começar, aqui o pistoleiro é o mocinho, e o vilão é o xerife. Outra coisa, índios ficaram de fora, o que eu acho muito ruim (Índios são legais), mas é totalmente compreensível pelo propósito do filme, que é deixar a briga entre os próprios homens do lugar e quebrar os clichês pré-citados.
Os Imperdoáveis praticamente fechou o gênero faroeste, que viveu seu auge no nas primeiras décadas do cinema americano, até meados de 60. E poderia dizer que fechou com chave de ouro, porque só de premiações no Oscar de 1993 foram ganhos os carecas dourados nas categorias de melhor filme, melhor direção para Clint Eastwood (Excelente ator de filmes do gênero, principalmente sobre a tutela de Sergio Leone), melhor montagem e melhor ator coadjuvante para Gene Hackman. Agora só nos resta esperar para ver se algum outro filme virá para tirar o posto de “último faroeste” dessa obra-prima.
Os Imperdoáveis
Unforgiven (131 minutos – Faroeste)
Lançamento: Estados Unidos, 1992
Direção: Clint Eastwood
Roteiro: David Webb Peoples
Elenco: Clint Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman, Richard Harris, Jaimz Woolvett
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