Os Irmãos Cara-de-Pau (The Blues Brothers)
Um ladrãozinho de 5ª categoria sai da prisão e, junto com seu irmão, descobre que o orfanato em que se criaram está pra ser fechado por conta de impostos atrasados. Decidem reunir sua banda de blues pra fazer um último grande show pra levantar a grana necessária. Pronto. O enredo é esse aí. Bem simples, né? Mas adicione os Johns Belushi e Landis; blues e rock’n roll; perseguições em alta velocidade (MUITAS perseguições em alta velocidade); blues e rock’n roll; Ray Charles, John Lee Hooker, James Brown e Aretha Franklin; blues e rock’n roll; Steven Spielberg atuando (!!!) e mais blues e rock’n roll e você terá umas das mais geniais comédias do cinema.
John Landis é foda. Sinto raiva quando vejo pessoas como ele. Sinto que, não importa o que eu faça na vida, nunca serei foda como ele. Existem três coisas que John Landis escreveu e dirigiu, que eu morreria feliz se tivesse feito: Um Lobisomem Americano em Londres, o clipe do Miguel Jáqueson Michael Jackson, Thriller e Os Irmãos Cara-de-Pau. Pronto. Três dessas merdas no currículo já me bastavam.
Lobisomem Americano… é foda porque, bom, porque é foda. O melhor filme de lobisomem da história (Alguém discorda?). Thriller é foda porque, bom, porque é foda. Simples. Agora, dizer porque Os Irmãos Cara de Pau (Ou simplesmente The Blues Brothers) é foda, vai ser a tarefa a que vou me propor agora. E vou me esforçar em deixar em algo legível, porque poderia escrever um livro dizendo tudo o que essa obra-prima tem de genial.
The BB foi escrito por Dan Aykroyd (Que também atua no filme, como o Blues Brother mais novo, Elwood Blues), em parceria com o próprio John Landis. Num desses maravilhosos acontecimentos do destino, The Blues Brothers é um daqueles roteiros perfeitos: Uma boa trama, uma idéia original e que consegue mesclar perfeitamente diversos tipos de gênero como comédia, musical e ação.
Mas pra parar de enrolação, o filme começa com John Belushi (Me pergunto, o que essa fera não teria aprontado mais se não tivesse morrido…) saindo da prisão, na condicional, depois de ter passado três anos na prisão de Joliet, que agora passa a ser incorporada em seu nome: ‘Joliet’ Jake Blues. Quem o aguarda do lado de fora é seu irmão mais novo: Elwood Blues. Um diálogo absurdamente engraçado sobre a razão de Elwood buscar Jake no presídio com um carro de polícia usado, trocado por um microfone, é o que dá o empurrão pro filme começar.
Depois de Jake e Elwood descobrirem que o orfanato em que foram criados está pra ser fechado por conta de cinco mil dólares em impostos não pagos e após a madre-superiora repudiar a quantia oferecida pelos dois (Adquirida de maneira não-convencional), os Blues Brothers são enviados a uma igreja onde o Revendo é nada mais nada menos que James Brown. E só ele pra dar a “iluminação divina” à Jake de como conseguir o dinheiro: juntar novamente a antiga banda e fazer um único show para levantar esse dinheiro.
Perseguições; MUITA DESTRUIÇÃO; músicas interpretadas pela banda e por grandes nomes da Motown; nazistas; uma antiga namorada de Jake com crise de ciúmes e muitas armas à disposição (No caso, a atriz Carrie Fischer fazendo outra coisa além da Princesa Léia) é o que se segue nos fantásticos 100 minutos restantes de filme. Tem até uma ponta de Steven Spielberg perto do final, como um funcionário da Prefeitura, encarregado de receber o dinheiro dos impostos. O filme tem tantas gags, tantas cenas boas, que não adianta ficar tentando dizer pra vocês o quão bom é filme. ELE É MUITO BOM. Ponto.
Vale lembrar que Os Blues Brothers são uma criação de John Belushi para o Saturday Night Live, talvez o maior celeiro de humor de qualidade dos EUA. Ah, outra coisa, além do disco da trilha-sonora para o filme, Os Blues Brothers gravaram diversos outros discos, além de coletâneas com músicas cantadas por eles para o SNL e em shows pelos EUA.
E não, não vou nem comentar o título em português muito menos a continuação: Os Irmãos Cara-de-Pau 2000. Nem fodendo.
Os Irmãos Cara-de-Pau
The Blues Brothers (133 minutos – Comédia)
Lançamento: EUA, 1980
Direção: John Landis
Roteiro: Dan Aykroyd e John Landis
Elenco: John Belushi, Dan Aykroyd, James Brown, Cab Calloway, Ray Charles, Aretha Franklin, Carrie Fisher, John Candy, Frank Oz e Steven Spielberg.
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