Os nerds invadem as séries
Eles foram chegando aos pouquinhos e, com o passar dos anos, tomaram conta de, pelo menos, um persongem em cada série policial investigativa, os nerds, colocavam a disposição sua facilidade em mexer com computadores e com conhecimentos específicos. Nesta atual temporada, os nerds viraram protagonistas de suas próprias séries e mostram que, também amam.
Se em anos anteriores, os personagens nerds estavam restritos aos dramas investigativos, como Zack Addy (Bones), Penelope Garcia e Griebler (Criminal Minds), Charlie Epps (Numb3rs), ou mesmo, em séries policiais como 24 Horas, como esquecer a emburrada Chloe O’Brian, braço direito de Jack Bauer. Agora, os nerds estão na moda através de séries como The Big Bang Theory, Chuck e Reaper.
Em The Big Bang Theory, as sutilezas não existem Leonard e Sheldon, além de seus amigos, retratam todos os estereótipos dos nerds, claro que para fazer graça (apesar de eu achar que nem sempre funciona). As referências são engraçadas, para quem conhece, do universo nerd, e a adição de uma vizinha loira gostosa (nem tanto) serve para desestruturar o universo controlado destes guris. Realizada como um sitcom clássico, com direito a cenário com presença de público, The Big bang Theory tem conseguido uma audiência equilibrada para a CBS, que deve renová-la para uma segunda temporada.
Já um Chuck, comédia de ação do criador de The OC, Josh Schwartz, Chuck Bartowski é um nerd típico que trabalha numa loja de departamento consertando computadores e similares, mora com a irmã, e vive sua vidinha com seu melhor amigo, Morgan, até que um dia recebe um email de um antigo desafeto da Universidade que acaba por fazer um download de um programa secreto do governo, Intersect, diretamente para o cérebro de Chuck. Assim, Chuck se transforma num “banco de dados ambulante” e passa a ser protegido pelos Major John Casey, da Agência Nacional de Segurança, e pela agente da CIA, Sarah Walker, em missões que envolvem assassinos e terroristas internacionais.
Sei que a trama parece idiota, mas o tom descompromissado da história acaba por divertir bastante, parece a série de espionagem Alias em tom debochado, se no início os episódios parecem independentes, quando a temporada engrena surge um arco narrativo quanto ás escolhas de Chuck que esconde dos amigos e da irmã sua condição, além disso, Chuck se apaixona pela agente Sarah que, coincidentemente, era a antiga namorada do desafeto de Chuck. Atualmente, sendo exibida pela Warner na quartas-feiras, Chuck já garantiu a temporada completa (se a greve dos roteiristas permitir).
Já na outra série novata, Reaper, única das séries sem previsão de estréia por aqui, o contexto é um pouco diferente. Reaper conta a história de um guri, Sam, que ao completar 21 anos descobre que sua alma foi vendida pelos seus pais ao Diabo antes de nascer. Ele leva a sua vida como um adolescente: não foi a faculdade, tem um emprego medíocre numa loja de departamento (pelo jeito, lugar recheado de nerds conforme os roteiristas), e seus amigos são um bando de losers (sendo o Sock, o melhor personagem da série). Sam é apaixonado há anos por sua colega de trabalho, Andi, e não tem coragem de se declarar. No dia do seu aniversário, o diabo em pessoa (Ray Wise melhor em cena) diz a Sam qual é a sua missão: recolher as almas perdidas e mandá-las de volta para o quinto dos infernos.
Mesmo não sendo nenhuma maravilha de série que irá mudar sua vida, até porque a fórmula “demônio fugitivo da semana” cansa um pouco, o carisma dos personagens e as situações absurdas divertem, detalhe, o primeiro episódio foi dirigido pelo cineasta cool, Kevin Smith (de filmes como Dogma e Procura-se Amy).