Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai)

Bogart é TANGA! terça-feira, 19 de outubro de 2010

Nem de longe o cinema japonês é tão reconhecido quanto seus animes, cultura ou tecnologia. Mas como esses caras de olhos puxados são bons em quase tudo que fazem, na cinematografia não poderia ser diferente. Mas a maioria dos grandes filmes japoneses é restrito a quase apenas a três cineastas: Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi e o mais polêmico de todos, Akira Kurosawa.

Sinopse: Durante o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei (Takashi Shimura) é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os moradores para resistirem a um novo ataque, que deve acontecer muito em breve.

Durante a idade média japonesa, uma vilazinha rural trabalha arduamente para garantir alimento para os meses severos do inverno que virão a seguir (Calma, não é a história da cigarra e da formiga). Só que acontece que quando já tem bastante comida estocada, um grupo de bandidos invade a aldeia e violenta as mulheres, rouba a comida e vão embora (Tá, agora eu sei que você lembrou-se dos gafanhotos de Vida de Inseto).

 Time do bem

Cansados da situação, os camponeses resolvem se unir e oferecer o pouco que lhes resta a um samurai renegado, o honrado Kambei, para que esse organize a defesa da vila, juntamente a outros samurais e guerreiros, no caso de um futuro ataque. Só que a vida de Kambei não é tão tranquila assim, já que praticamente não há pagamento pelos serviços prestados, fazendo com que, dessa maneira, ele não tenha muito êxito em montar um grande exército.

 Mestre do mestre do mestre do Daniel San

Ele consegue convencer a outros cinco guerreiros a lutar em favor da aldeia, apenas por honra e princípios, e também para se divertir matando bandidos. Enquanto isso, o impostor Kikuchiyo (Toshirô Mifune, excelente no papel) tenta de todas as formas possíveis convencer Kambei a deixa-lo entrar no grupo. Após relutar muito, Kambei decide deixa-lo fazer parte do grupo, após Kikuchiyo fazer um desabafo sincero, o mestre diz que esse é o verdadeiro espírito guerreiro samurai.

Agora com o grupo formado, os samurais treinam os próprios moradores do vilarejo a se tornarem combatentes, já que Kambei deixou bem claro que eles só lutariam naquela batalha. Todo o segundo ato é a batalha entre os bandidos e os moradores e samurais. É memorável a frase final de Kambei, praticamente imortal.

Kurosawa não era um diretor muito amado em seu país durante a época da produção de sua obra-prima, Os Sete Samurais. A crítica japonesa o acusava de ser por demais ocidentalizado, o que não é de todo mentira. O detalhismo do diretor talvez seja um dos maiores da história do cinema, em questões de estética e rigor técnico.

 Cena Imortal

Ele era, inclusive, fã assumido de John Ford. Aliás, Os Sete Samurais pode ser muito bem visto como um western oriental. Mas se o ocidente influenciou a obra de Kurosawa, o contrário também é verdadeiro, ou vocês nunca ouviram falar de Sete Homens e um Destino? Sim, o filme de John Sturges nada mais é que uma refilmagem americana do clássico nipônico. Eu gostei tanto desse filme, que tive que assistir ele todo em inglês, porque dei a sorte de encontrar um DVD sem legenda em português. Eu até dei o primeiro nome do diretor para o meu cachorro, um Akita branco. Não percam a oportunidade de assistirem a esse filme do meu cachorro, digo, do Akira Kurosawa.

Os Sete Samurais

Shichinin no Samurai (206 minutos – Ação)
Lançamento: Japão, 1956
Direção: Akira Kurosawa
Roteiro: Akira Kurosawa, Shinobu Hashimoto, Hideo Oguni
Elenco:
Takashi Shimura, Toshirô Mifune, Yoshio Inaba, Seiji Miyaguchi, Minoru Chiaki, Daisuke Katô, Isao Kimura, Keiko Tsushima, Yukiko Shimazaki, Kamatari Fujiwara

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