Os Sete Samurais (Shichinin no Samurai)
Nem de longe o cinema japonês é tão reconhecido quanto seus animes, cultura ou tecnologia. Mas como esses caras de olhos puxados são bons em quase tudo que fazem, na cinematografia não poderia ser diferente. Mas a maioria dos grandes filmes japoneses é restrito a quase apenas a três cineastas: Yasujiro Ozu, Kenji Mizoguchi e o mais polêmico de todos, Akira Kurosawa.
Sinopse: Durante o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei (Takashi Shimura) é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os moradores para resistirem a um novo ataque, que deve acontecer muito em breve.
Durante a idade média japonesa, uma vilazinha rural trabalha arduamente para garantir alimento para os meses severos do inverno que virão a seguir (Calma, não é a história da cigarra e da formiga). Só que acontece que quando já tem bastante comida estocada, um grupo de bandidos invade a aldeia e violenta as mulheres, rouba a comida e vão embora (Tá, agora eu sei que você lembrou-se dos gafanhotos de Vida de Inseto).
Cansados da situação, os camponeses resolvem se unir e oferecer o pouco que lhes resta a um samurai renegado, o honrado Kambei, para que esse organize a defesa da vila, juntamente a outros samurais e guerreiros, no caso de um futuro ataque. Só que a vida de Kambei não é tão tranquila assim, já que praticamente não há pagamento pelos serviços prestados, fazendo com que, dessa maneira, ele não tenha muito êxito em montar um grande exército.
Ele consegue convencer a outros cinco guerreiros a lutar em favor da aldeia, apenas por honra e princípios, e também para se divertir matando bandidos. Enquanto isso, o impostor Kikuchiyo (Toshirô Mifune, excelente no papel) tenta de todas as formas possíveis convencer Kambei a deixa-lo entrar no grupo. Após relutar muito, Kambei decide deixa-lo fazer parte do grupo, após Kikuchiyo fazer um desabafo sincero, o mestre diz que esse é o verdadeiro espírito guerreiro samurai.
Agora com o grupo formado, os samurais treinam os próprios moradores do vilarejo a se tornarem combatentes, já que Kambei deixou bem claro que eles só lutariam naquela batalha. Todo o segundo ato é a batalha entre os bandidos e os moradores e samurais. É memorável a frase final de Kambei, praticamente imortal.
Kurosawa não era um diretor muito amado em seu país durante a época da produção de sua obra-prima, Os Sete Samurais. A crítica japonesa o acusava de ser por demais ocidentalizado, o que não é de todo mentira. O detalhismo do diretor talvez seja um dos maiores da história do cinema, em questões de estética e rigor técnico.
Ele era, inclusive, fã assumido de John Ford. Aliás, Os Sete Samurais pode ser muito bem visto como um western oriental. Mas se o ocidente influenciou a obra de Kurosawa, o contrário também é verdadeiro, ou vocês nunca ouviram falar de Sete Homens e um Destino? Sim, o filme de John Sturges nada mais é que uma refilmagem americana do clássico nipônico. Eu gostei tanto desse filme, que tive que assistir ele todo em inglês, porque dei a sorte de encontrar um DVD sem legenda em português. Eu até dei o primeiro nome do diretor para o meu cachorro, um Akita branco. Não percam a oportunidade de assistirem a esse filme do meu cachorro, digo, do Akira Kurosawa.
Os Sete Samurais
Shichinin no Samurai (206 minutos – Ação)
Lançamento: Japão, 1956
Direção: Akira Kurosawa
Roteiro: Akira Kurosawa, Shinobu Hashimoto, Hideo Oguni
Elenco:
Takashi Shimura, Toshirô Mifune, Yoshio Inaba, Seiji Miyaguchi, Minoru Chiaki, Daisuke Katô, Isao Kimura, Keiko Tsushima, Yukiko Shimazaki, Kamatari Fujiwara
Leia mais em: Akira Kurosawa, Cinema Japonês, Japão, Os Sete Samurais, Resenhas - Filmes, Samurais, Western