Overdose Metallica: Death Magnetic
Eis que eu fico sabendo que o Metallica está gravando um novo álbum. Não boto a menor fé. Quando ouço músicas ao vivo, boto MENOS ainda. Aí eles começam a lançar uma música por semana, e a coisa vai ficando crítica. Mas… pra melhor ou pra pior? A crítica você vê agora. Não costumo usar um parágrafo por faixa, mas essa merece.
Faixa-a-faixa
That Was Just Your Life começa trazendo um suspense daqueles, aumentando as expectativas. Suspense TRANSBORDA no trampo novo do Metallica. Eis que a música começa de verdade, e você vê que os caras NÃO voltaram às origens MESMO. Você já fica puto, compara com alguma obra fracassada – como os últimos 3 álbuns dos caras – e… vem o refrão. Não sei em relação à vocês, mas minhas orelhas levantaram. Como toda música do Metallica, obviamente esse refrão vai se repetir mais umas três vezes, então eu começo a prestar atenção no que eu estou ouvindo, como se nada tivesse acontecido. E volta o refrão. ESPETACULAR, PUTA MERDA! Se as próximas faixas continuarem assim, terei o orgasmo mais intenso da minha vida.
The End Of The Line o começo dessa faixa lembra bastante algo do Black Album, mas não vamos citar os últimos quatro álbuns da banda por aqui. O ritmo segue mais rápido, são os caras tentando reinventar o Thrash Metal e… se dando bem, pelo menos até então. Bom, o refrão é meio “estranho”, talvez eles deveriam manter aquela linha de PEDRADA no refrão, afinal, assim ficou meio… pobre. Acho que ninguém gosta de ouvir o James CANTANDO, né? Pois é, bola fora. Quando está pra chegar o solo, a coisa anima… mas cai logo quando o solo chega. Apostaram no peso e esqueceram da velocidade, mais uma bola fora. Resumindo, o som é bacana, mas bacana é uma média abaixo de Metallica. O pior é que o refrão vicia, e é orgasmática essa forma com que os caras trabalham seus sons de 7 minutos, com inúmeras variações.
Broken, Beat & Scarred tem uma intro duvidosa, e depois acaba lembrando um daqueles álbuns que estamos proibidos de comentar por aqui. Mais pra frente, ela vira um misto dos três últimos álbuns. Isso parece absurdamente ruim, certo? Pois bem, foque na parte boa desses álbuns. Sim, é pouca coisa, mas foque nisso. Misture. Agora sim! Essa faixa é então a parte boa dos últimos álbuns do Metallica, e aqui o solo é valorizado com o “novo” Thrash Metal dos caras. Inclusive, a música melhora MUITO após o solo. Vai por mim.
The Day That Never Comes, antes tão criticada, ganhou agora um tempero. É incrível como um som melhora relativamente quando ele está em seu habitat natural. Intro completamente nostálgica, e é assim que a bateria soa a música inteira. Quando James começa a cantar, você sente um certo amadorismo, principalmente pelas desafinadas do cara – sério, ele canta muito mal quando não está arranhando a garganta. Como não há de faltar, temos aí um som que segue a linha de Fade to Black & afins. Com uma qualidade relativamente inferior, é claro. A música é bem cansativa pra você que está aqui pra ouvir Thrash Metal, mas se torna mais empolgante lá pelos seus 4 minutos. Se você quer se empolgar DE VERDADE, vá para os 5 minutos. Cara, é esse tipo de som que você pediu ao Metallica, não tem pra ninguém. ABSURDAMENTE EMPOLGANTE.
All Nightmare Long traz uma intro que lembra Enter Sandman – ou sou só eu que pensa assim? Eis que começa um som que, definitivamente, está te chamando pra porrada. E você vai. Temos aí mais um som que segue a linha “o que sobrou de melhor do pior”, com um peso relativamente maior. E aqui os caras ABUSAM do solo, fazendo a coisa ENDOIDECER DE VEZ, um êxtase espetacular. E continua lembrando Enter Sandman em alguns trechos finais.
Cyanide é mais uma faixa “daquelas”, a terceira. Aqui temos um ritmo mais constante, e uma explosão a cada refrão. Não é um dos melhores e nem um dos piores, é apenas uma faixa que não traz nada de novo, mesmo.
Pelo andar da carroagem, você sabe que The Unforgiven III não vai ser nada espetacular. Nada de peso, nada de agressividade… quem sabe algo até mais depressivo ainda. E é exatamente assim que o som começa. Quando James começa a cantar, a música não fica muito distante de sua segunda parte – o que é ruim. E a coisa prossegue, causando um certo constrangimento por conta dos “gritinhos” de James. No terceiro verso você já está acompanhando a bateria, como se você se ENTREGASSE àquilo. Normal, o ritmo não deixa de ser levemente contagiante, mas não deixa de soar constrangedor. Eis que a hora do solo vem, e temos uma ponte que lembra… System of a Down. Esse som lembra System of a Down. E vem o solo, devastando tudo, mesmo com uma guitarra base evacuando riffs lentos. O som acaba e você vai querer ouvir de novo pra saber se a música é realmente ruim. Eu passo.
The Judas Kiss chega tímida, mas logo se solta de uma forma espetacular em seu refrão EXPLOSIVO. Ainda não é tudo aquilo que você queria, mas é empolgante DEMAIS. E, porra, o que é aquele solo? Mais uma vez, um abuso… digo, um ESTUPRO de solos ESPETACULARES.
Eis a hora de testar o instrumental dos caras: Suicide & Redemption. Não começa muito bem, traz um ritmo “meloso” DEMAIS pra tudo que os caras já fizeram. Vale uma viagem, mas a faixa é fraca. Mas, ainda assim, os caras sempre deixam o melhor pro final.
My Apocalypse é simplesmente a melhor e mais empolgante faixa do álbum, tanto que aumenta e MUITO a nota final. O som é EXTREMAMENTE oldschool, nervoso E vibrante. É esse o Metallica que eu sempre quis, mas esse Metallica só existirá em pequenas dosagens daqui pra frente, ao meu ver. Enfim, já é um dos melhores sons da banda. Sem a menor dúvida, entraria na SEGUNDA posição deste top 10. Nunca imaginei que os caras fossem me impressionar TANTO.
Crítica Geral
Era infinitamente impossível acreditar que o Metallica fosse voltar com um trampo decente. Acho que após um bom tempo de fama, os caras resolveram dar mais uma chance aos fãs ainda vivos, e voltarem – ou pelo menos tentarem – a fazer música de verdade.
Se você já leu críticas por aí, você pode descartá-las de diversas formas. Afinal, hoje em dia qualquer um é crítico, ainda mais aqueles que pensam que apontar os quase DEZ minutos de música é um argumento. Aqui no AOE você acompanhou críticas de TODOS OS ÁLBUNS da banda, pode ficar tranquilo que a gente sabe o que diz. E isso não é pretensão, é fato. Quem VIVE a música TEM moral pra meter a boca. Tirando o estagiário, que pegou os piores álbuns.
Pois bem, o Metallica, de certa forma, realmente tentou reinventar o Thrash Metal, mas ESQUECEU de investir PESADO nisso, se é que vocês me entendem. Obviamente a banda é um tanto quanto criativa, e creio que eles irão optar por isso e trazer o Thrash como tempero, deixando o Metal clássico E pesado como recheio E cobertura. Sinceramente, aprovado. Eles reaprenderam a tocar, mas ainda não reaprenderam totalmente.
Enfim, conclusão: Temos aqui o MELHOR álbum depois dos quatro primeiros que a banda lançou. Black Album é o início da decadência, em termos de Metallica. E, porra, lembra do que os caras tanto prometeram para o Load, depois para o Reload e DEPOIS para o St Anger? Aqui eles cumpriram. Se este álbum fosse lançado depois do Black, a situação da banda seria terrivelmente melhor nos dias de hoje. Rezemos para que os próximos álbuns sigam esta linha.
Título do CD – Nome da Banda
Lançamento: 2008
Gênero musical: Metal
Faixas:
1. That Was Just Your Life
2. The End Of The Line
3. Broken, Beat & Scarred
4. The Day That Never Comes
5. All Nightmare Long
6. Cyanide
7. The Unforgiven III
8. The Judas Kiss
9. Suicide & Redemption
10. My Apocalypse
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