Para onde vai Resident Evil?

Nerd-O-Matic quinta-feira, 04 de junho de 2009

Eu tava conversando com um truta aí, a gente tava falando da E3, essa feira anual de novidades gamers. E estávamos comentando como as franquias tendem a se desestruturar com o tempo. Alguma novidades da E3 como o Super Mario Galaxy 2, Metal Gear no X360 (não produzido pelo Kojima) e o novo Final Fantasy MMORPG deixam claro como estes clássicos dos games estão perdendo sua personalidade com o passar das versões, e que eu acho natural que os jogos acabem irreconhecíveis depois de algumas gerações.

A minha argumentação é baseada em jogos mais antigos, como a franquia Sonic. Esta já foi o carro-chefe dos consoles da SEGA, sendo a representação máxima de um jogo desta fabricante. Sonic, ao lado de Mario, fez escola, apontando os rumos dos jogos de plataforma, que seriam seguidos por anos adiante. Porra, o Master System já veio com um Sonic pintado no console, sabiam disso?

E hoje em dia Sonic é apenas uma piada de mau-gosto, consistindo em jogos ridículos distribuídos entre várias plataformas.

Acho que existe uma grande chance de Final Fantasy, Mario e Metal Gear acabarem se tornando piada também, eventualmente. Franquias muito fortes e consolidadas como essas estão sob um jogo de duas forças contrárias: por um lado a pressão de manter os jogos dentro de suas características originais, tentando ofertar aos jogadores mais do mesmo tipo de jogabilidade que eles já apreciam e, por outro lado, a pressão de adaptar o jogo aos novos consoles e tecnologias atuais, mostrando algo novo dentro da série. É foda de manter um equilíbrio no meio disso aí.

Mas estamos falando de jogos que ainda nem saíram. Vamos nos concentrar nos exemplos que temos à mão. E, claro, vamos nos concentrar no que EU tô jogando, que é só o que importa nessa vida:

Resident Evil 5

Pra ser bem curto e direto: eu CURTI Resident Evil 5. Ainda estou jogando e tals, mas acho que estou curtindo mais do que todos os outros. Não sei bem explicar o porquê desse fato, mas eu sinto que me divirto mais por minuto jogado do que nos jogos anteriores.

Resident Evil 5 é provavelmente o jogo mais divergente da série até o momento (os spin-offs de tiro em primeira pessoa não contam) e atualmente dá pra dizer que o jogo não tem mais NADA do original. Até os personagens emo sumiram, o que eu acho do cacete. Eu odiava jogar com protagonista emo.

 Leon diz: “Num sô emo pô. Olha minha arma. Eu nem me matei com ela ainda”

Chris Redfield retorna como um cara extremamente bombado e pavio curto. Meio Rambo. Prefiro jogar com o Rambo do que com um emo. Além do mais, agora temos uma puta duma gostosa acompanhando a gente o tempo todo, ao invés de uma guria chorona:

 Sheva Alomar

Até mesmo jogando sozinho ela é útil, quando controlada pelo computador. É uma reviravolta enorme na série, já que ela basicamente aponta o caminho pra você e pode abater inimigos em seu lugar. Dependendo do seu estilo de jogo ela ajuda ou atrapalha. Pra mim ajuda, porque eu gosto de avançar devagar nesse tipo de jogo.

As mudanças também passam pelos cenários, que são enormes, extremamente detalhados e com uma boa liberdade de exploração, principalmente quando os personagens se encontram em ambiente abertos. É bastante diferente dos caminhos rígidos dos jogos anteriores, mas aqui funciona bem. Os saves e checkpoints também estão razoavelmente bem distribuídos, o que acaba com aquela frustração típica de Resident Evil, de perder todo o trabalho feito por um passo em falso.

Ah sim, e não temos mais zumbis. Zumbis no more, numa tendência que já se apresentava no jogo anterior. Os inimigos ainda aparecem ao longo do jogo, mas criou-se agora essa tendência deles aparecerem em grande número em momentos específicos e previsíveis, à moda de Left 4 Dead. É a nova tendência dos infectados RÁPIDOS, ao invés de lesmas-zumbis. Eu gosto dessa tendência, eu gosto de poder me preparar para um ataque foda e de ficar acuado num canto do cenário, mandando bala pra tudo que é lado.

Então, basicamente, Resident Evil 5 virou um jogo de tiro, cinemático, altamente imersivo e bonito, e pra se jogar em duas pessoas.

A minha opinião é que a série vai seguir pelo caminho “Third Person Shooter tático”, algo que eu gostaria mesmo de ver. Teremos aí um misto de Silent Hill com Ghost Recon Advanced Wafighter. Nos próximos jogos não existirão mais aqueles famosos momentos de “susto” com aparecimento súbito de zumbis, mas o lance vai se tornar mais adulto, com o AMBIENTE sendo opressivo, trabalhando no jogo de luzes e sombras, pra criar atmosfera. Os inimigos estarão bem definidos e localizados, e o seu trabalho será de se preparar corretamente para um combate, se posicionando, poisicionando seu companheiro e escolhendos as armas mais adequadas, além de tirar proveito do cenário.

A adição de um companheiro de jogo deve continuar, mas com mais opções de comandos para dirigir o comportamento do companheiro, quando controlado pela cpu. Além é claro de poder trocar as malditas armas DURANTE o jogo, entre os dois. Seria interessante poder apontar caminhos a serem seguidos pelo companheiro, por exemplo, a fim de armar emboscadas ou pegar os inimigos de surpresa. A adição de um mapa mais detalhado também parece ser eminente, já que agora temos o mapa permanentemente na tela, como forma de orientação.

O enredo deve sofrer uma grande reviravolta no próximo jogo, já que o lance de camponeses/pobres/excluídos socialmente que fazem parte de uma seita e que se tornam vítimas do vírus já deu o que tinha que dar. Creio que o lance deva se voltar mais pra ficção científica futurista, mais na vibe dos filmes Resident Evil. Isso também daria a oportunidade de mudar o ambiente da série e deixar os designers do jogo mais criativos. Além de apresentar novos conceitos de armas para os protagonistas.

Como toda mudança, alguns gostam e alguns desgostam. Eu sou da opinião que sempre devemos dar uma chance para os desenvolvedores tentarem coisas diferentes, pois se não dermos eles acabarão sempre repetindos as mesmas fórmulas xaropes. Não é toda franquia que tem o poder de Street Fighter pra continuar sempre a mesma coisa. E também acho que em algum momento certas franquias PRECISAM acabar, como é o caso claro de Sonic. Deixem o fdp morrer duma vez, porra.

Ou transformem Sonic num zumbi. Zumbis sempre são do caralho.

Podia ter zumbi de novo nos jogos de Resident Evil.

Zumbi é do caralho.

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