Propagandeando
Terça-feira, pouco depois de meio-dia. Você, estudante ou trabalhador esforçado, está a meio caminho do conforto de sua casa ou restaurante predileto antes de voltar à faina e/ou aos livros técnicos/didáticos. A vinte metros do semáforo, este, com o único propósito de lhe sacanear, muda do verde para o amarelo e, em poucos segundos, para o vermelho, lhe impedindo – teoricamente – de passar pelo cruzamento. Nos próximos trinta segundos, o carro em que você se encontra (Não importa se próprio, emprestado, alugado ou da boa pessoa que está desperdiçando tempo e combustível lhe dando carona) será abordado por um séquito de gordinhas ruivas enxame de distribuidores de panfletos, geralmente propaganda de supermercados, concessionárias automotivas e shows vagabundos. Os panfletos, assim que recebidos, passarão pelo antigo ritual de ser olhados de relance e jogados na lixeira, chão ou console do carro, sendo a etapa de amassamento não obrigatória.
Em alguns casos (Especialmente em épocas de pandemia como dezembro, onde pragas como a dengue e músicas natalinas cantadas pela Simone se proliferam como coelhos ninfomaníacos) temos alguns panfletos de utilidade pública, distribuídos pela prefeitura com o intento de lhe alertar sobre a dengue, gripe suína, vantagens do GNV, DSTs/sexo seguro/uso de camisinhas ou qualquer coisa assim.
Você os conhece: Geralmente, são impressos em papel de boa qualidade e, provavelmente com o intuito de atingir a maior parte da população (Que tem pouca ou nenhuma escolaridade – ei, foi o IBGE quem disse isso, não eu, vá reclamar com outro), têm seu conteúdo na forma de quadrinhos com forte uso de cores primárias e uma arte feita no flash que, na melhor das hipóteses, já se viu coisa melhor.
Quadrinhos são uma excelente forma de propaganda. Provavelmente devido ao uso de imagens e ao pouco texto (Afinal, a maioria dos brasileiros não gosta de ler. Eu e você, caro leitor, somos uma exceção), eles atraem a atenção de qualquer um num raio de 2 parsecs, cumprindo sua função de propagar informação. Me diga, quantas pessoas você conhece que guardam panfletos convencionais? Nenhuma, provavelmente. Agora, saia fuçando na bagunça literária do seu quarto, provavelmente uma torre de papéis, apostilas e libretos em algum armário/gaveta. Há uma boa chance de você encontrar alguma coisa assim. Propagandas em HQs atraem atenção. Orra, eu conheço um cara que tem DEZENAS desses panfletos-gibis, e os lê como se fossem quadrinhos comuns.
Quadrinhos, no Brasil e no mundo, são uma excelente mídia para propagar sua mensagem de sexo, dorgas e rock n’ roll e descobrir novos talentos na ilustração. É um meio de propaganda que vem crescendo devido à sua facilidade de comunicação e o advento da nerdice (Agora que ser nerd virou modinha, todo mundo quer ler HQs. Os nerds roots como eu só podem se indignar). O que você está esperando para transformar Tony Stark no garoto-propaganda da sua revendedora de Chevettes?
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