Quadrinhos de Maio – Parte 2: Os Heróis mais Poderosos da Terra
O Universo Marvel é muito gigantesco. Diferente da DC, em que tudo gira em torno da Liga da Justiça (Mudou um pouco nos Novos 52, mas não com uma grande qualidade ainda), na Marvel Vingadores é só uma ponta.
X-Men por si só já é um universo completo com incontáveis mutantes e poderes variados, depois temos os Guardiões da Galaxia, que da mesma maneira são infinitos em tamanho e possibilidade de criação. Thor e Asgard, Hank Pym e o microverso, Quarteto Fantástico e o multiverso, Capitão America e remanescentes da guerra fria e 2ª Guerra etc., etc., etc..
Como então criar um grupo de heróis mais poderosos da Terra quando há tantas frentes de historia já sendo preenchidas? Bom, como eu não sei. Só sei que eles fazem isso.
Por esse motivo, será sobre eles que eu falarei essa semana. Mês passado, a Panini lançou aqui no Brasil quatro HQs que possuem histórias dos Vingadores: Thor e Homem de Ferro 7 (Originais: Iron Man 7, Thor: God of Thunder 7, Young Avengers 4), Capitão America e Gavião Arqueiro 8 (Originais: Captains America 9, Hawkeye 8, Secret Avengers 7), Os Vingadores 8 (Originais: Avengers 14/15, New Avengers 8) e Avante, Vingadores! 8 (Originais: Avengers Arena 7, Avengers Assemble 15 Age of Ultron, Uncanny Avengers 9). Bom, sem mais delongas, vamos às HQs.
Iron Man 7
(Roteiro: Kieron Gillen, Arte: Greg Land)
A segunda de três partes do arco Matador de Deuses, Tony Stark já esta passeando pelo universo faz um tempo, após ajudar os Voldi, seres que tem influência grande nos grandes impérios, como os Kree e o Shi’ar, esses filósofos e apaixonados poetas vivem e se alimentam da energia de uma fenda galáctica, chamada Fenda Voldi.
Após o Homem de Ferro ajudá-los contra o ataque de piratas mecanóides, ele é convidado pras festividades, justamente no dia de seu aniversário. O que ele não sabia era que esse povo louvava um antigo deus que Tony ajudou a matar, o Falcão Nulo, também conhecido como Fenix.
Com direito a advogado robótico e um julgamento por batalha, ao melhor estilo Tyrion, o quadrinho esta muito bem desenhado e com roteiro cheio de reviravoltas e momentos fortes. Nota: 6
Thor: God of Thunder 7
(Roteiro: Jason Aaron, Arte: Esad Ribic)
Gorr vivia em um planeta seco e sem vida, com séculos de sol constante. Seu povo, muito honrado aos deuses, dava sempre o pouco que tinha em oferta a eles. Os anos se passaram e Gorr perdeu tudo, sua mãe, mulher, filhos, passava fome e, com a morte de seu último filho, o rapaz praguejou contra os deuses, trazendo a ira de seu povo a ele, expulsando-o de sua tribo. Quando o rapaz está próximo da morte, após dias caminhando sob o sol, algo cai do céu em sua frente. Dois deuses. Um deles ainda semivivo pede ajuda a Gorr, que em um acesso de fúria mata um dos deuses, se apoderando das armas do outro. Depois disso ele jura que sairá pelo cosmo e destruirá todos os deuses existentes. Desse momento em diante surge o Carrasco dos Deuses.
A historia de Thor contra Gorr é também uma historia de viagem no tempo, deixando sempre o leitor confuso sobre o que esta acontecendo e o que já aconteceu, sempre resolvendo tudo no final da saga e como essa é só a primeira HQ do arco, é melhor esperar pra entender.
A arte e o roteiro casam muito bem, principalmente quando vemos Thor Pai-de-Todos com barba branca, tapa olho e um braço do Destruidor. Nota: 7
Young Avengers 4
(Roteiro: Allan Heinberg e Kieron Gillen, Arte: Jamie McKelvie)
A Malhação dos Vingadores, mas de uma maneira divertida. Wiccano é um dos magos mais poderosos do mundo, vive com seu namorado, Hulkling e tem o que seria uma vida perfeita, exceto pela saudade que sente de sua mãe. O que fazer quando você é jovem hiper-poderoso, capaz de moldar a realidade ao seu prazer e você sente falta de algo? Cagada.
Wiccano conjura sua mãe de outros planos, mas só o que consegue é trazer para a Terra um parasita chamado Mãe, que controla os outros pais e até traz pais de volta a vida. Esses pais resolve caçar seus filhos, pra cuidar deles (Hiper-pais-corujas). Roteiro de ruim pra médio, menos as piadas do jovem Loki, essas são muito boas, mesmo. Arte ótima, de qualidades das grandes revistas da editoria. Nota: 6
Captains America 9
(Roteiro: Rick Remender, Arte: John Romita Jr.)
A penúltima parte do arco do Capitão America pela Dimensão Z conta com muita filosofia. Desde “Você escolhe quem você é” até “Você me ensinou a amar, como não sentir compaixão?”. É um dos arcos de melhor roteiro e reviravoltas de trama e arte de Romita Jr., um dos mais aclamados desenhistas da atualidade, se possível busque ela desde o começo e tenho certeza que é tiro certo. Nota: 9
Hawkeye 8
(Roteiro: Matt Fraction, Arte: David Aja)
Eu li em algum lugar que esse era a melhor HQ produzida pela Marvel, atualmente. Bom, tá quase lá mesmo. Com um jeito todo de graphic novel, desde a arte até o roteiro, as historias de Clint Barton falam dele como uma pessoa normal, enfrentando problemas cotidianos, um deles, nesse caso, mulher.
Uma nova garota aparece na vida de Clint e coloca o mesmo na mira da máfia. Eu sempre digo que ruivas são as esposas do capeta. Nota: 8
Secret Avengers 7
(Roteiro: Nick Spencer, Arte: Butch Guice, Steve Epting e Brian Theis)
Um grupo formado pela S.H.I.E.L.D. para fazer missões tão secretas que os operativos tem a mente apagada depois, lembram disso em Guerras Secretas do Fury? Bem, mas o grupo aqui é outro, e bem mais fraco. Gavião Arqueiro, Harpia, Viuva Negra e Nick Fury Jr. (É, então, o Nick Fury Senior teve um filho com uma moça negra e ele nasceu com a cara do Samuel L. Jackson, e quem diria, na primeira missão da S.H.I.E.L.D. ele perdeu um olho, terrível explicação). Depois, quando o pega pra capar explode, eles enviam o Treinador, o Maquina de Combate com um exércitos de Patriotas de Aço e o Hulk.
Como toda trama de espionagem, isso envolve muita situação complexa, ligação entre política e certo/errado, mas também falta um pouco da manipulação que só o Fury era capaz de fazer com as pessoas. Arte mediana, demora um pouco pra se acostumar, mas quando se acostuma vai de boas. Nota: 6
Avengers 14/15
(Roteiro: Jonathan Hickman e Nick Spencer, Arte: Stefano Caselli)
Desde Avengers 1, a Marvel vem traçando os primeiro passos para a grande saga que atinge o Brasil esse ano, Infinito. E essas duas edições são obrigatórias a todos os leitores de Marvel e aqueles que de alguma maneira que tem interesse em acompanhar a saga. Nessas edições, as ações de Ex Nihilo, despejando as bombas da criação na Terra começam a dar efeito, e quando a bomba de Auto-Reparo tenta consertar o planeta e não consegue, uma mensagem deve ser enviada pela Comunicação. A repetição da mensagem gera um caos no mundo todo, fazendo Capitão America e sua equipe se dividir para estar em todos os lugares. Galera, a saga vale a pena e a arte é muito legal. Nota: 8
New Avengers 8
(Roteiro: Jonathan Hickman, Arte: Mike Deodato)
Pra um leitor assíduo, esse time de Vingadores não é muito estranho, mas é conhecido por outro nome: Illuminati. Porém, com a morte de Charles Xavier, Hank McCoy assume seu posto e nosso querido Rei T’Challa, agora rei do mortos, assume o posto para o qual foi convidado da primeira vez e recusou. O que fez ele aceitar isso dessa vez? Destruição universal.
Já é conhecido por muitos que não existe apenas um universo, e sim multiversos, e esses multiversos podem e possivelmente um dia irão se colidir. Por incrível que pareça, eu não falei sobre quadrinhos dessa vez.
A verdade é que usando essa premissa, os multiversos Marvel estão se chocando entre eles, mas ninguém sabe o porquê. Quer dizer, talvez uma garota chamada Cisne Negro, mas pouco se sabe sobre ela, só que a mesma foi encontrada destruindo completamente um desses universos quando o mesmo entra em choque com a nossa querida Terra 616.
Após prendê-la, Reed Richards resolve replicar a bomba que a garota tinha com ela para poder destruir esses outros universos quando os mesmo chegarem a se aproximar. Porém, com a velocidade que essas coisas estão acontecendo, eles somente teriam 3 meses até que suas bombas acabassem.
Em outro ponto, a guerra entre Wakanda e Atlantis chega a um limite, e Namor, Rei de Atlantis, pede ao Pantera Negra que interceda com a Rainha Shuri, irmã de T’Challa, para que um fim pacifico seja encontrado, pois se ambas as potencias forem às armas, muito sangue será derramado. Principalmente por causa de algo que deveria ser resolvido entre o próprio Namor e o Pantera Negra.
Na cidade dos Inumanos, Raio Negro vem planejando algo com seu irmão Maximus, aparentemente um local onde o Rei Inumano poderá falar sem se preocupar com a destruição que sua voz pode causar. Existe algo muito secreto ai, tão secreto que Raio Negro cancela permanentemente o mundo mental que ele criou com sua esposa Medusa para sempre para que ela fique longe de seus pensamentos.
Eu devo dizer que esse é pra mim o melhor quadrinho da atualidade, venho acompanhando a saga desde o começo e sem dúvida as coisas estão cada vez mais profundas e complexas, o roteiro vem sempre muito bem trabalhado e nessa especificamente a arte é do Mike Deodato, que eu sou completo fã. Nota: 9
Avengers Arena 7
(Roteiro: Dennis Hopeless, Arte: Alessandro Vitti)
Jogos Vorazes, Battle Royale, uma chupinhação de tudo isso num quadrinho só. O pior é destruir bons personagens secundários para fazer isso, me entristece muito ver algo assim sendo feito. O roteiro não é ruim, mas é a mesma fórmula usada e repetida. Eu gostava da Academia Vingadores e sou um fã incondicional da X-23. É uma pena eu ter que ler isso para ver ela. O Arcade não tá de todo ruim. A arte também é legal, o que faz a HQ não ser uma total perda de tempo. Nota: 5
Avengers Assemble 15 Age of Ultron
(Roteiro: Al Ewing, Arte: Butch Guice)
Umas das ultimas revistas sobre a Era de Ultron, dessa vez na Inglaterra: Capitão Bretanha e Miss Marvel encontram Computador Graham, um herói da década de 80 que podia criar jogos de computador, adentrar neles e lutar contra seus monstros, que de alguma maneira tentavam fugir de lá. Pensando em colocar ele na mente do Ultron que esta na Inglaterra, eles tentam uma última ação suicida. Eu adoro quando as historias se passam na Europa, como a própria Carol Denvers fala na HQ, lá os poderes são todos mágicos, e isso é demais. Arte muito interessante, lembra muito estilo de quadrinho europeu mesmo. Nota: 6
Uncanny Avengers 9
(Roteiro: Rick Remender, Arte: Daniel Acuña)
Como eu expliquei anteriormente no meu texto sobre o X-Men, Fabulosos Vigadores é um grupo misto e por isso excessivamente complicado. Há briga pela liderança, ressentimento do passado pelos atos de um ou de outro, as coisas fervem com eles, ainda mais quando dois filhos do Apocalipse treinados por Kang, o Conquistador voltou com o intuito de despertar o pai deles e fazerem os humanos pagarem pelos erros cometidos aos mutantes. Em suma, a historia desenvolveu pouco e eu acho ela já batida, mas o grupo formado é, na minha opinião, um dos mais fortes da Marvel. Nota: 7
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