Resenha – Tropa de Elite (3)

Cinema segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Um filme resenhado três vezes no site mais quente da galáxia só pode ser FODA. Então, antes de vocês lerem a resenha feita por minha pessoa, vejam as que já passaram por aqui:

Resenha do Atillah: Cara chato, mas expôs sua opinião e falou a real sobre o filme.
Resenha do Paulo: Não deixa de ser chato também, e fez uma resenha mais “técnica” da bagaça. Corre lá.

Agora conheçam o Capitão Nascimento. Dizem que ele tem um blog.

Sim, Wagner Moura, um ator da Globo que, definitivamente, não tem NADA A VER com alguém que seria Capitão no BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), que seria tipo a SWAT brasileira com o CRAMUNHÃO no comando. Com o BOPE a coisa fica feia, quando eles aparecem… ninguém vê, até porque já tá todo mundo morto. Inclusive você. Ah não? Olha aí, seu relógio tá adiantado. Chuck Norris não passou no primeiro teste do curso do BOPE. Ele quase foi comido pelos companheiros, que estavam atrás de… frangos.

É assim que você, playboy de merda, com medinho de entrar pro exército porque já tá completando os 18 aninhos, se sente após ver Tropa de Elite. Ou devia se sentir, mas seu pseudo-cérebro é corroído demais pra entender o que tá se passando. Mas eu vou contar o que tá se passando: Você já perdeu, cara. Você já perdeu.

NINGUÉM vai pegar o meu SUPOSITóRIO em formato de BOOMERANG!1

Tudo começa com um baile funk numa favela do Rio, mas a narrativa quer que você se foda e volta no tempo pra contar o que aconteceu antes daquele tiroteio todo. É o seguinte: O Capitão Nascimento tá pra ter um filho, ele quer ser substituído. Mas NINGUÉM está a altura dele, então o cara começa a ficar noiado por não querer deixar seu filho órfão. Afinal, é assim: Por mais que quando o BOPE chega, é pra matar, os caras correm o risco de vida diariamente, é pior do que trabalhar em uma marcenaria. Pra piorar a situação, o Papa está pra chegar, e ele vai se hospedar logo ali por perto da favela. É lógico que os PM’s de merda não iam dar conta do recado, afinal, os caras chegam a ser piores do que os próprios traficantes. Então, é aí que não pensam duas vezes e chamam o BOPE pra organizar a bagaça.

É lógico que o filme não fica centralizado na desgraça do Capitão Nascimento, ele narra a trajetória de dois caras, Neto (Caio Junqueira) e André Matias (André Ramiro) – um dos dois vai ter que ficar no lugar do cara. Esses dois putos entraram pra PM na merda, um foi pra mecânica e o outro foi pras “estatísticas” (e depois de uma cagada, virou cozinheiro). Dois putos honestos, convenhamos. O Neto é daquele cara que gosta de ação, e foda-se o que está por vir. O Matias já é mais calmo, faz faculdade de Direito e ainda come uma amiga. Até que um amigo dos dois, o Capitão Fábio (Milhem Cortaz) é levado pelos próprios companheiros da PM pra uma emboscada, na tal favela, no tal baile funk. E é aí que a coisa começa a pegar fogo, Neto e Matias correm pra tentar salvar o cara, mas fazem outra cagada e acabam cercados pelos manos da favela. Aí é tiro pra todo lado.

Neto tentando mandar ver, dias depois. Tentando.

O BOPE já havia sido chamado, e é claro que os caras apareceram DO NADA e só sobrou a tinta vermelha no chão. Enfim, Matias e Neto estavam salvos, e se interessaram pelo batalhão. Aí tiveram a idéia de fazer o curso.

Uma tortura, chega a ser engraçado de tão forte. É como já foi citado por aqui nas outras duas resenhas, o filme não esconde nada (ou pelo menos não escondeu a melhor parte), e deixa a seguinte impressão: O BOPE acha que está acima da lei, e não tá nem aí pra direitos humanos. Sobe o morro “na manha”, e já chega atirando. Quando quer respostas, tortura. Um saco plástico pra sufocar ou um cabo de vassoura pra enfiar no toba dos interrogados é quase um ritual. São cenas absolutamente fortes, um chute no saco, quando os caras entram na favela e começam a atirar PALAVRAS. E é aí que tá, já tava na hora de alguém ser macho o bastante pra falar de um assunto sério da PIOR maneira possível: A realista. Tá todo mundo fodido; não considero o BOPE acima da lei, mas no nível da situação. Dá uma refletida, vai falar que você não quis aplaudir uma cena? Eu quis, mas deve ser porque eu tenho o coração de pedra. Deve ser por isso que eu não hesito ao falar que Tropa de Elite é o MELHOR filme do ano, e o MELHOR filme brasileiro.

Voltando á história, Matias e Neto agora têm que convencer o Capitão Nascimento de que um dos dois é a escolha certa pra substitudo. Mais merda acontece, mais noiado o cara fica, e mais vontade de aplaudir te consome. Não vou falar mais nada, até porque a história principal não é “quem vai ser o substituto de Capitão Nascimento?”, mas é “quem vai ser corno o bastante pra não cair na real?”. Você?

Achou a resenha “pesada” demais? Comprou o DVD no camelô? Beleza, cara, a próxima criança ensacada tá na sua conta.

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