Rock and Roll: Seis Décadas (Parte 4 – Anos 80)

Música quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Depois da ressaca arrebatadora que foram os anos 70, uma década apêndice dos anos 60, onde quase tudo que havia pra fazer já havia sido feito, vieram os punks e tiraram o mundo da musica desse torpor, apenas para colocá-lo num cenário pior ainda, com o surgimento da disco music. Mesmo assim, era uma década promissora. O que pensar de um período de 10 anos que se iniciou com uma banda do naipe do Joy Division e terminou com a lambada dominando o mundo? Fiquem ligados porque a série continua, agora comigo, o Chinaski!

O fim do punk, o inicio do pós-punk e o fim do pós-punk

Nem tudo eram flores. Os anos 70 foram o período em que os excessos dominaram tudo. Vide as roupas (Boca de sino? Argh), seriados (SWAT, Scooby Doo), filmes (Exploitation) e a musica (Led Zepelin e todas as bandas que eram chamadas de progressivas por fazerem solos intermináveis). Mas os anos 80 o lance era abusar dos excessos até as ultimas consequências. Tirando um bom começo com as algumas reminiscências do movimento punk (The Clash, Ramones e Dead Kennedys). Havia o Joy Division (Ah, já pensou se o Ian Curtis não tivesse morrido?) e o pós-punk, que não serviram pra nada (Apenas pra dar vazão à musica eletrônica, que estava engatinhando e que teve como maiores divulgadores os remanescentes da dita cuja que criaram o New Order). O mesmo para a musica alternativa, que teve bandas que passaram a década inteira sem saber o que era mainstream (Sonic Youth, Minor Threat, My Bloody Valentine, R.E.M., entre outras). Mas de tragédias como a do Joy Division, surgiram coisas boas como os Smiths (Que apesar de terem durado tão pouco, influenciaram muitos artistas na década seguinte), Cure, Depeche Mode, A-Ha e Beastie Boys.

O mainstream, a MTV

O mainstream, tendo como principal instrumento o advento da MTV, surgida no inicio da década, consolidava o que seria moda, apesar de muita coisa boa já estar rolando, como o new wave do Blondie e B-52s, Dire Straits, Simple Minds, The Police, The Pretenders, Echo & the Bunnymen, Jesus and Mary Chain, Siouxsie and Banshees, Pil, Men at Work, Midnight Oil, Misfits, Duran Duran, Culture Club, Oingo Boingo, Sigue Sigue Sputnik, Tears for Fears, U2, entre outras porcarias, e outras coisas que valiam mesmo a pena, como Prince, Michael Jackson (Que vivia o seu apogeu), Devo, Pere Ubu, Talking Heads, Gang of Four e outras nem tanto assim (Cindy Lauper, Madonna, Kylle Minoge, etc).

New Wave of British Heavy Metal Farofa, Trash Metal e outras coisas pesadas

Iniciou-se também uma nova fase para o heavy metal. Surgem bandas como o Iron Maiden, Saxon e Diamond Head. Surgem ainda Scorpions, Judas Priest, Motörhead, Kansas, Boston e coisas como Europe ou pior ainda, os irritantes (Ou não) do metal farofa, os Twisted Sisters e Motley Crüe, entre outras (Bon Jovi era metal?). A década ainda consolidou o heavy metal, com Ozzy em carreira solo e o surgimentos de medalhões como Metallica, Pantera, Guns’n’Roses e Slayer.

Rock brazuca

Aqui no Brasil, surgia finalmente o rock nacional, pois a Jovem Guarda falhou bisonhamente nesse sentido (Traduzir musica não é compor) e a Tropicalia (Incluindo aí os Mutantes) era brasileira demais. Apesar de Raul Seixas fazer rock no Brasil há um bom tempo, ele sozinho não pode ser considerado o rock nacional, pode? Surgiam os Titãs, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawai, Ultrage a Rigor, Legião Urbana (Argh), Capital Inicial (Argh²), Bikini Cavadão, Cazuza, Barão Vermelho, Blitz, RPM, Frenéticas, João Penca, Ira!, Ratos de Porão, Garotos Podres, Sepultura e muitas outras.

Nota do editor: Ele ia ser demitido se, a este ponto, não tivesse citado RPM. Sim, eu curto a bagaça – e, pasmem, os caras fizeram bem mais do que apenas a música do BBB. Ouso dizer que foi a banda mais bem produzida do país (E a mais criativa da época).

Essa década quase acabou com a música?

No fim da década, o mainstream estava se auto consumindo. Nunca se falou tanto que o rock havia morrido. Toda semana tinha que ter uma matéria nova em algum jornal, revista ou TV sobre isso. Cogitavam a lambada como uma possível sucessora do rock. Mas nem tudo estava perdido. O rock alternativo havia crescido demais, graças a profusão das rádios universitárias americanas, que vomitavam bandas como Pixies o tempo inteiro, e assim surgiam diversos selos lançando bandas a todo momento. Um deles, sediado em Seatle, chamou a atenção no final da década para uma bandinha que iria mudar tudo. Mas amanhã eu falo disso. Por enquanto fiquem com o Simple Minds e esse clipe que me faz sentir mais nostálgico do que antigamente.

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