Rock and Roll: Seis Décadas (Parte 6 – Anos 00)
Os anos 80 foram a grande fonte de inspiração dos 00s. Em particular em áreas como a música e a moda. A influência dos 80s na produção musical desta década foi transversal a quase todos os gêneros. O Interpol revisitou (Seria melhor dizer copiou?) o urbano-depressivo do Joy Division; o The Killers, a new-wave descomprometida do Duran Duran; o Franz Ferdinand e o Bloc Party recuperaram as guitarras cortantes do Gang Of Four e do Talking Heads; o Cut Copy, a matriz eletrônica do New Order e até Kanye West piscou o olho ao Tears For Fears e ao A-ha. Tudo isso fora outras bandas como Klaxxons, MGMT, Modest Mouse, The Bravery, Clap Your Hands Say yeah, !!!(se pronuncia chk chk chk), Tv on the Radio, Lcd Soundsystem, The Rapture, White Lies e outras que tinham mais a mostrar que copiar. De uma forma ou de outra, os anos 80 estiveram presentes em (Quase) toda a música dos 00s. Pelo menos naquela que importa. Gostando ou não, foi um dos movimentos musicais dos 00s. Lançou as bases para o aparecimento de uma nova geração de electro-poppers que viria a dar cartas durante a década. E tornou bem mais suportável a música que se ouve e dança nas discotecas.
Uma nova safra
Nem só de revival viveu a década. Tivemos a sorte de ver surgir artistas como Strokes, Queens of the Stone Age, The Mars Volta, Sigur Rós, White Stripes, Gorillaz, Kassabian, Arcade Fire, Black Rebel Motorcycle Club, Muse, Coldplay (Cada década tem o U2 que merece) entre muitas outras. E do nada, fenômenos como Amy Winehouse, The Libertines, Lady Gaga, Artic Monkeys ou Justin Bieber (Esse tomara que vá logo) iam e vinham.
New Wave of American Metal Farofa
Originário do groove metal e hardcore da década de 1990 de bandas como Pantera, Biohazard e Machine Head, esse novo movimento começou no final dos anos 90, mas só se tornou uma (Feliz) realidade na década que findou. Bandas como Mastodon, Disturbed, Superjoint Ritual, Yakuza, Gojira, Meshugga, Melt Banana e Lamb of God, entre outras trouxeram o heavy metal “de volta” à sua brutalidade. A década também marcou a banalização de supergrupos formados por integrantes de outras bandas.
Supergrupos
Chickenfoot (formada pelos ex-Van Halen Sammy Hagar e Michael Anthony, Joe Satriani e Chad Smith do Red Hot Chili Peppers), Them Crooked Vultures (o ex-Led Zeppelin John Paul Jones, Josh Homme do Queens of the Stone Age e ex-Kyuss e Dave Grohl do Foo Fighters e ex-Nirvana), Audioslave (Chris Cornell do Soundgarden e os ex-membros do Rage Against the Machine Tom Morello, Tim Commerford e Brad Wilk) e o Velvet Revolver (Scott Weiland do Stone Temple Pilots mais os ex-membros do Guns N’ Roses, Slash, Duff McKagan e Matt Sorum).
Youtube
Uma ideia tão simples e, simultaneamente, tão genial. Como quase todas as grandes ideias. Em poucos anos, o Youtube tornou-se o “canal de televisão” mais visto em todo o mundo. E fez de todos nós as suas estrelas. O seu potencial de crescimento é enorme. Um dia destes, o Youtube vai saltar do computador para o televisor lá de casa. Será o fim da televisão tal como a conhecemos? Quem sabe. O Youtube matou a MTV (O conceito original do canal, entenda-se), será que os outros canais estão também em risco? É difícil fazer previsões, mas que muita coisa vai mudar no panorama audiovisual nos próximos tempos, disso ninguém tem dúvidas.
Mashups: Duas músicas de uma só vez
Uma das “modas” da década: Pegar em duas ou mais músicas diferentes e misturá-las como se fossem uma só. Houve gente a fazer coisas excepcionais, verdadeiramente criativas e inovadoras. Depois, o fenómeno banalizou-se e a fórmula tornou-se repetitiva e gasta. Uma boa piada contada demasiadas vezes vai perdendo a sua graça.
MP3: Nunca foi tão fácil ouvir o que você quiser.
Há quem jure a pés juntos que um dia, num futuro próximo, todos ouviremos música em streaming, transmitida por serviços como o Spotify. Não duvido. Isso significa que o destino dos meus CDs é o caixote do lixo e que vou apagar todos os MP3 do meu disco rígido? Nem pensar. Não quero estar dependente de uma ligação à internet para ouvir a minha música. Quem vive na ilusão de que a banda-larga e o 3G chega a todos os cantos do país, nunca passou um fim-de-semana no Brasil, dependendo de serviços mal prestados por operadoras chinfrins de internet banda larga…
Quem não vai ter muitas saudades dos noughties é a indústria dos discos. As editoras culpam o MP3, a internet, o peer-to-peer, a pirataria, a troca ilegal de músicas e até a mãezinha deles pelo declínio do seu negócio. Esquecem de olhar para dentro, reconhecer os erros e admitir que os grandes responsáveis pelo atual estado da indústria foram eles próprios, a sua arrogância, o seu autismo, a sua falta de visão e estratégia, a sua incapacidade de compreender e abraçar o futuro. O resultado está à vista: Nunca se vendeu tão pouca música. Quem está disposto a pagar preços absurdos por algo que se obtém de graça? Muito poucos. Como se convence uma geração, para quem a música deixou de ser o centro do seu universo, a pagar por algo que se habituou a ter gratuitamente? Com imaginação. A Apple e o Spotify, por exemplo, já provaram que a venda de música, mesmo não gerando as receitas de outros tempos ainda podem ser um negócio rentável. Basta alguma criatividade e respeito pelos consumidores. É só lembrar da revolução que foi o lançamento do disco In Rainbows do Radiohead há quase 4 anos.
A internet e o do it yourself
Os anos 00 foram uma boa década para a música. Desde finais de 70s, inícios de 80s, que não existia um período tão prolífico na história da música popular. É impressionante a quantidade novos artistas e bandas que surgiram entre 2000 e 2010. A culpa, dizem, foi da tecnologia, da internet e das novas ferramentas oferecidas pela web 2.0. Pela primeira vez na história da música gravada, os artistas deixaram de estar dependentes de uma gravadora mainstream para gravar, editar e promover a sua arte. Qualquer músico, com um simples computador e uma ligação à internet, pode gravar uma música, no seu próprio quarto, e de imediato disponibilizá-la aos seus fãs em qualquer lugar do mundo através de sites como o MySpace ou o Youtube. Este cenário de emancipação e autonomia tecnológica foi propicio ao aparecimento de uma imensidão de novos nomes, gente talentosa que soube aproveitar esta enorme janela de oportunidade proporcionada pela internet. Todos os dias surgiram (E ainda surgem) bandas novas pra tentar ganhar a nossa atenção. O problema: Quantidade nunca foi sinônimo de qualidade. Mas essa dicotomia é mesmo o melhor que podemos chegar do do it yourself?
E é isso. 60 anos de rock, desde que Bill Halley e seus Cometas resolveram acelerar as coisas naqueles anos dourados que foram os anos 50. Espero que essa série tenha conseguido mostrar coisas que as pessoas não conheciam antes e mostrado informações antigas e inéditas pra alguém. E você que leu tudo desde a primeira parte e não gostou de nada, obrigado pelo seu tempo perdido, saiba que essa série foi pensada pra você. No mais, boa noite, direto do túnel do tempo.
O Bacon Frito está presente no Twitter, no Last.fm, no Orkut e no Facebook. Bem, é isso. Qualquer problema que vocês tiverem comigo é de vocês, VAI PLANETA!
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