Rocky, um Lutador (Rocky)

Bogart é TANGA! terça-feira, 19 de julho de 2011

 Eu não fui da geração Rocky. Primeiro porque esse primeiro filme foi lançado em 1976, mas especialmente porque eu era menina não curtia essa pegada mais macho de ser. Quando criança, assisti na TV algum dos seis filmes da franquia e me dei por satisfeita. Eu conhecia, via a cena mais famosa nas reportagens que tinham alguma conexão com o tema e pronto (Até O Professor Aloprado fazia questão de me lembrar a clássica cena). O tempo passou, eu fui virando cada mais cinéfila e em algum momento não deu pra evitar: Eu tinha que assistir Rocky: Um Lutador. E que surpresa, hein minha gente? Finalmente fui entender porque esse filme altamente premiado faz parte da história do cinema e melhor ainda, porque as pessoas sentem tanta identificação com a história de um Zé-ninguém que enfrentou o campeão mundial de peso-pesado.

Rocky: Um Lutador conta a história de Rocky Balboa (Silvester Stallone), boxeador da Filadélfia que por falta de disciplina, amarga uma vida fracassada, fazendo bicos de cobrança para um agiota da praça. Seu único amigo é Paulie, que trabalha numa distribuidora de carnes e sempre insiste para que Rocky descole um emprego para ele com o agiota. Rocky, por sua vez, vai tentando de todas as formas convencer a tímida Adrian (Thalia Shire, a Connie Corleone de O Poderoso Chefão), irmã de Paulie, a sair com ele. No meio dessa rotina fraca, o campeão mundial de peso-pesado Apollo Creed, descobre que seu adversário para a luta pelo título não poderá mais lutar e resolve colocar um lutador local para duelar com ele. O escolhido é Rocky, o Garanhão Italiano (Puta apelido broxante, vâmo combiná!), que aceita o desafio e dá início a um rigoroso treinamento para conseguir ficar ao menos vivo em pé durante os 15 rounds da luta.

 “Hmm, eu quero o Garanhão Italiano!”

Não dá pra mentir, o longa começa lento e difícil de digerir, no entanto, essa apresentação da vida sofrível de Rocky acaba se tornando imprescindível para a construção do clímax. O que dá uma certa vergonha alheia é o sotaque e a falta de jeito do protagonista com as mulheres (Pô Yuri, exemplo de macho só se for dentro do ringue mesmo!). O cara é meio tosco, meio ogro e meio atleta. Aos poucos vamos identificando os problemas, e o personagem que também faz essa análise e fala tudo na lata, é o dono da academia onde Rocky treina, o ex-lutador Mickey Goldmill. As cenas entre os dois rendem ótimas falas e interpretações, explorando super bem a tensão psicológica que Rocky vive. O romance com Adrian também é bacana, beirando a inocência, mas é um romance honesto e fator fundamental para que o protagonista atinja seu objetivo.

Mas Rocky – Um Lutador, além de ter um roteiro bem escrito pelo próprio Silvester Stallone (Que fez questão de interpretar o protagonista) e dar destaque para a honra e o mérito, é também um filme bem feito na parte técnica. O orçamento foi bem enxuto (Apenas um pouco mais de um milhão de dólares) e isso explica a enorme quantidade de tomadas externas (Economia de cenários). No entanto, a cena mais famosa onde Rocky corre e sobe as escadas do Museu de Artes da Filadélfia é ao ar livre, mostrando todo o potencial do filme mesmo com custos reduzidos. Isso sem falar das lutas em si. Sim, meus caros, eu prestei atenção nas lutas. E elas me surpreenderam positivamente! Rola uma adrenalina indescritível enquanto acompanhamos os socos, as quedas, as câmeras lentas enquanto os rostos deformam. Mais: Você se pega torcendo por Rocky Balboa!

Além de ser um ótimo filme, Rocky virou um marco do cinema americano. A estátua do lutador exibida em Rocky III, realmente existe e é só um dos exemplos. Rocky ainda faturou diversos prêmios, incluindo Oscar em categorias importantes como melhor filme, direção e edição. Infelizmente durante as continuações, Rocky perde um pouco de sua essência e a emoção de assistir vai definhando. Mas, Rocky I e II são obrigação de todo cinéfilo (E não cinéfilo) assistir. Mesmo depois de tantos anos, assistir Rocky ainda é emocionante; a abertura clássica, a boca torta do Stallone, “Gonna Fly Now”, tá tudo lá! E continua funcionando como sempre. Um blockbuster com fundo moral afinado, protagonista de uma das melhores partes da história do cinema. Para rever, AGORA!

Rocky: Um Lutador

Rocky (120 minutos – Drama)
Lançamento: EUA, 1976
Direção: John G. Avildsen
Roteiro: Silvester Stallone
Elenco: Silvester Stallone, Thalia Shire, Burguess Meredith, Burt Young, Carl Weathers

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