Shazam!

Cinema quinta-feira, 04 de abril de 2019

 Todos temos um super-herói dentro de nós, só precisamos de um pouco de magia para que ele surja. No caso de Billy Batson, basta gritar SHAZAM! que este órfão de 14 anos consegue se transforma no super-herói adulto Shazam, um presente de um mago ancião. Ainda criança por dentro, Shazam faz com sua versão tudo o que um adolescente faria com poderes. Ele consegue voar? Tem visão de Raio-X? Consegue lançar raios com suas mãos? Consegue escapar da sua prova de Estudos Sociais? Shazam ainda usa suas habilidades com a imprudência de uma criança, mas precisará dominar seus poderes rapidamente para conseguir lutar contra as forças do mal controladas por Dr. Thaddeus Sivana (Mark Strong).

Depois de vários fracassos, como Batman Vs Superman e Liga da Justiça, eu achei que a DC tinha aprendido a lição sobre não botar o carro na frente dos bois, e primeiro fazer filmes solo antes de mexer com crossover, participação especial e essas merdas, afinal, Mulher Maravilha e Aquaman foram filmes fechadinhos, sem grandes referências aos outros filmes da DC. E Shazam! reforça isso, mas com um final que joga bastante com uma provável reunião de heróis pra salvar o mundo. Mas vamos começar do começo.

Apesar de nós sabermos que Billy Baxton é um adolescente de 14 anos, o filme começar com um flashback pra década de 1970 [Eu já tou quase velho o bastante pra ser um vilão da DC], que mostra o que aconteceu com Dr. Thaddeus Sivana [Eu espero que ele realmente tenha um doutorado] quando ele era um mero pirralho. O que só impactou mais ainda a vida dele, e dos ao redor dele. E aqui eu tenho que aplaudir o serviço que o Mark Strong fez, porque puta que pariu, que vilão sensacional. Cê realmente não tem problemas em parar e pensar “Porra, esse cara é frio.”

 Não, não é o Mr. Freeze.

Mas chega de babar ovo no vilão, que a história aqui é sobre um bando de orfãos que… São uma família? Olha, se parar pra pensar bem, o filme toma como base a ideia de que família é quem se preocupa com/cuida de você. Coisa que o Dr. Sivana não tem. Já o herói, Billy Baxton, se perdeu da mãe quando era bebê, e parte da sua motivação é achá-la hoje em dia. No lugar, ele encontra uma família, os Vasquez, que basicamente são um casal de orfãos que se casou e agora acolhe orfãos, e entende esses orfãos melhor que a família tradicional americana. Pra dar uma mão pra Billy, temos Freddy Freeman [Nerd dos quadrinhos], Mary Bromfield [Nerd dos estudos], Eugene Choi [Nerd da tecnologia], Darla Dudley [Nerd dos… Relacionamentos?] e Pedro Peña [Introvertido], com destaque pra Freddy, que é quem ajuda Billy a entender seus poderes, já que ele manja de super-heróis.

 “Minha fanbase é maior que a sua!”

E, como seria de se esperar, um moleque que ganha poderes de um mago numa dimensão paralela não vai usá-los pra enfrentar o crime, muito menos um super-vilão, a menos que tenha um bom motivo. O que Billy faz? Mata aula, compra cerveja, entra em strip club e tudo que a criançada queria saber, só que não tem idade suficiente. O miolo do filme é basicamente Quero Ser Grande com uniforme colante e superpoderes. Ao mesmo tempo, continua sendo uma jornada do herói, com a diferença que o herói parou pra tirar umas fotos com os fãs, e quem sabe recolher umas doações no processo.

 Quem nunca se jogou de um prédio gritando alguma coisa e saiu voando por ae, não é mesmo?

Por fim, é interessante notar como o Zachary Levi se sentiu a vontade no papel de Shazam! Considerando que o filme tem uma ambientação muito mais próxima dos quadrinhos que da trilogia do Nolan, que gerou essa leva de filme gótico/triste da DC, foi uma escolha muito boa, já que o Shazam! é um adolescente meio tapado no corpo de um adulto, e o Zachary me lembra muito de Chuck, que ele estrelou [E era muito mais frango]. E não é só ele: Apesar de alguns momentos de seriedade, o tom do filme é muito mais pra uma história em quadrinhos da época de ouro do que pra essas graphic novel cheia de nheco-nheco. O que é muito bom, considerando que é a história de um moleque que grita um anagrama e vira um adulto de collant com uns poderes maneiros.

 “Eu acho que passei do ponto.”

E além de duas cenas pós-créditos [Uma que é “importante” e outra que é só de zoeira mesmo], os próprios créditos são divertidos, com uns desenhos feitos em folha de caderno com giz de cera contando uns rolês. Onde eu já vi isso mesmo? Ah, é, no Homem-Aranha: De Volta ao Lar [Mas eu admito que nesse caso é mais divertido, talvez pela zoeira com o Batman].

Shazam!

(136 minutos – Ação)
Lançamento: EUA, 2019
Direção: David F. Sandberg
Roteiro: Henry Gayden e Darren Lemke, baseados nos personagens criados por Bill Parker e C.C. Beck
Elenco: Zachary Levi, Asher Angel, Mark Strong, Jack Dylan Grazer, Grace Fulton, Cooper Andrews e Ron Cephas Jones

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