Sobre o American Idol
Eu não vi a primeira edição de American Idol. Confissão feita, agora posso dizer sossegada que não acompanho o programa desde seu nascimento na televisão mundial, mas tenho apreço pelo mesmo. Foi lá pela quinta edição, em 2006, que eu comecei a tomar gosto pelo programa que, até então, me fazia rir com tanta gente bizarra e sem noção cantando e, após o freak show inicial, comecei a ficar encantada com as performances de Katharine McPhee, vice campeã do reality, tendo perdido para o cômico – porém talentoso- Taylor Hicks. Mas não é disso que quero falar.
Eu tenho um certo preconceito quando começo a ver esses programas de canto/dança/habilidades artísticas. Eu começo vendo com os piores olhares, começo achando tudo ruim, e só depois de um bom tempo começo a acreditar na capacidade dessa gente que se habilita a encarar câmeras e pagar de ridículo por tantas vezes. Mas foi aí que um belo dia eu paguei minha língua – ou minha atitude. Lá por 2004, numa temporada pelos Estados Unidos, ouvi numa rádio uma música que repetia incansavelmente o dia inteiro. E eu gostei. Da música, da voz, da letra, da melodia, da harmonia, de tudo. E aí, fiquei sabendo quem era a cantora: Kelly Clarkson. Conhece, pessoa que não deve ter vivido em Marte e sabe o que acontece na Terra? Kelly Clarkson foi a primeira vencedora de American Idol, em 2002. Ela gravou seu primeiro CD, e eu sequer soube de sua existência – meu preconceito com artistas descobertos em reality shows não despertava meu interesse em dar uma chance para o trabalho. Mas, quando o segundo CD foi lançado, o sucesso estrondoso me impediu de ficar alheia ao que estava a minha volta. Um, dois, três, quatro hits emplacaram nas rádios nacionais e internacionais (Óbvio), e pronto: Kelly Clarkson me ganhou. American Idol, também.
E foi amor à primeira palavra ácida: Simon Cowell simplesmente era o jurado mais odiado, porém amado na mesma proporção. O cara não tinha medo de falar o que pensava, e muito menos sentia pena da galera cantando. E quando você achava que um participante havia feito a melhor performance de sua vida, vinha Cowell e apontava logo o dedo na cara, dizendo que uma sessão de karaokê teria sido mais interessante. E aí tinha a Paula Abdul, dizendo que era tudo lindo e cor de rosa e com arco-íris no final, passando a mão na cabeça de todos e sendo linda e fofa, e Randy Jackson, irmão de Samuel L. Jackson, com suas expressões características, chamando geral de dog, yo, e sendo sempre o mais empolgado de todos. Um trio que dava a cara do programa e deixava o reality muito mais divertido e completo. Sdds.
Mas eis que um dia Simon resolve abandonar o programa e se aventurar no The X-Factor, outro reality que descobre talentos ou bizarrices. Mas alguma coisa descobre. Depois de alguns jurados aleatórios passarem pela bancada de jurados (Ellen DeGeneres, sua linda fofa <3), o programa ganhou o carisma, talento e experiência de Steven Tyler, o vocalista do Aerosmith (<3), e da cantora pop diva gata que nunca envelhece Jennifer Lopez, que se uniram a Randy. E agora, em 2013, quem estava fazendo as noites do programa comandado por Ryan Seacrest eram Randy Jackson, que nunca deixou o barco, Keith Urban, Mariah Carey e Nicki Minaj, esta última sendo a mais carismática, direta e esperada jurada a dar sua opinião. Há quem diga, depois de ter julgado a jurada (mind fuck), que ela foi a melhor, desde Simon Cowell. Concordo.
O negócio é que o American Idol deste ano já acabou, quem ganhou não era minha favorita (Raramente é), e estavam rolando especulações sobre quem ocuparia os lugares de jurados na bancada mais famosa dos realities. E eis que um nome surge na boca do povo: Miss Kelly Clarkson, que eu mencionei agora a pouco. A linda e talentosa foi cotada para ser uma das juradas e participar da temporada do ano que vem. Mas a loira, segundo seus representantes, negou que tal comentário seja fato. Agora, as chances estão com Adam Lambert, Jennifer Hudson e Clay Aiken. Kelly, no entanto, segue sua carreira com novos projetos e novas músicas.
Não se sabe, portanto, o que está por vir na próxima edição do reality show que dura por mais de dez anos, sempre com altos índices de audiência e novidades que prendem seu público. A cantora que me encantou no rádio após vencer um desses programas que eu não levava fé foi o motivo que me fez ter interesse e dar valor a esse tipo de produção, e descobrir novos talentos que, sem oportunidades como essas, jamais descobriríamos.
O que espero de American Idol? Não muito. Seu formato me agrada, seus profissionais atuando como jurados me entretêm. Mas sinto falta da formação antiga. Steven Tyler me cativou, Ellen DeGeneres me deixou feliz com suas participações, Nicki Minaj foi fofa e ácida na medida certa, mas não tinha o Simon dizendo que estava tudo ruim, que todo mundo tinha que melhorar, e que ele era perfeito e o resto lixo. Não tinha Paula tentando deixar Simon sem resposta, não tinha ela dizendo que todos eram lindos. Ok, tem o Randy, mas faltam seus parceiros iniciais. Talvez seja apego, talvez seja saudade, talvez seja nostalgia. Mas, por mais que eu goste dos artistas convidados a serem jurados, American Idol, no meu ponto de vista, só vai ser American Idol outra vez quando o trio inicial se reunir novamente. Mas, por enquanto, o que se sabe é que Kelly Clarkson não vai dar as caras por lá, pelo menos não na bancada de jurados, e que teremos outra vez American Idol e BBB ano que vem.
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