Sobre o Rock In Rio, carisma e porquê eu virei fã de mais duas bandas

Música terça-feira, 17 de setembro de 2013

É estranho pensar que já resenhei uma edição do Rock in Rio por aqui e que, dois anos depois, volto pra fazer o mesmo. Consigo pensar em duas conclusões agora: O tempo passa mesmo rápido pra porra; e preciso parar de ser tão tiete.

Enfim, sábado, dia 14, tava lá euzinha, de canguinha na mão, bolsinha no ombro e uma dose extra de paciência. Tudo pra ver o lindo do Jared Leto.

Ok, pela Florence, pelo The Offspring e pelo Muse também.

Bom, a estrutura do evento continua mais ou menos a mesma. Digo, quando cheguei lá, pelo menos a organização das lojas era praticamente igual. Sério, eu consegui andar sem me perder, lembrando onde era tudo. E, galerë, se deu pra mim, garanto que dá pra qualquer um. Banheiros limpinhos, sem muita fila, foda mesmo era tudo tão caro. Mas festival é assim mesmo, né?

O dia começou de verdade com a homenagem a Raul Seixas, no palco Sunset. Show maneiro, várias figurinhas da música brasileira, um protestinho aqui e acolá. Adorei a Zélia Duncan, apesar de sentir que ela estava meio tímida, e o lindo do Zeca Baleiro. Seguraram bem a platéia e animaram o show.

Depois, assisti a Capital Inicial e… Bem, cês viram o que foi. Preciso comentar? Dinho, querido, você faria um favor enorme se… Sei lá, decidisse calar a boca. O mundo agradece. Tá aí, na verdade, mais um motivo pra gente torcer pro Dinho continuar cantando na beiradinha do palco.

Na sequência, The Offspring fez também um puta show. Sem sacanagem, o palco Sunset não deu vazão pra quantidade de gente que foi pra lá. A grama era uma única roda punk gigantesca. Infelizmente, tive que assistir do telão. Não dava nem pra chegar perto. Aliás, acredito que Florence + The Machine combinava muito mais com o palco alternativo do que Offspring, uma banda cheia de história que merecia um espaço no palco mundo.

E… Bom, é nessa parte da noite que eu me perdi. Sério, por uma hora e meia, a umidade relativa do ar no Rio de Janeiro tava perto de 100%. Jared Leto fez um show ducaralhes. Não só demonstrou técnica vocal como carisma também. Cantar músicas acústicas no topo da tirolesa foi genial. Tinha bastante fã de 30 Seconds To Mars na bagaça, mas nem de longe era a banda mais amada da hora. Só que os caras seguraram bem a platéia. Tiveram resposta do público o tempo todo. No fim, tava todo mundo cantando, dançando e pensando em dar pro Jared. Tudo ao mesmo tempo. Filho da puta!

O penúltimo show da noite foi Florence + The Machine. Pra mim, pelo menos, foi uma surpresa bem agradável. Não conhecia muito do grupo e sinceramente achei que o show seria devagar, perfeito pra acalmar o cu depois de uma hora gritando. Mas nananinanão, meus senhores! A Florence tem muito carisma. Ela soube equilibrar cada elemento da apresentação, seja na parte técnica ou até mesmo no figurino. Parecia uma fadinha de vestido esvoaçante, correndo descalça pelo palco. Meiga, doce, enfim, deu vontade de morder. A única coisa irritante na banda são os fãs hipsters. Mas eles são ignoráveis, então tá tudo bem.

Pra fechar a noite, putaquiparil!, Muse. Sou chegada nos caras por causa de um amigo OI GUSTAVO que paga um pau tremendo pra eles. Mas, olha, não imaginei que fosse gostar tanto de um show onde sabia cantar só uma meia dúzia de músicas. Parte técnica impecável, um puta carisma por parte do vocalista, não podia ter sido melhor. Fecharam com chave de ouro o dia 14, e, sinceramente, ganharam mais uma fã depois de tanto ahazo no palco.

Num balanço final, essa segunda quinta edição no Brasil foi bem melhor que a primeira quarta. Depois de enfrentar três shows no mínimo frios em 2011, pegar um dia com tanta gente animada foi um presente. Se vocês verem os vídeos no Youtube, vão perceber que a platéia gritava com força, a plenos pulmões, e ninguém dormiu em nenhuma apresentação. Em ambos os palcos, a negada tava pegando fogo. Centro e trinta reais muito bem gastos. Já tô vendo que daqui uns dois anos vou ser obrigada a voltar.

Não sei quanto a vocês, mas tô indo lá pôr umas moedas no cofrinho, just in case.

Nota do editor: Cê já se animou mais pra escrever sobre música, hein Aline?

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