Surfando numa kama junto do escorpião
Por que é mais fácil vender O Doce Veneno do Escorpião do que o Kama Sutra? Porra, nego se amarra mais em punheta do que em sexo de verdade?!
Para quem não sabe, O Doce Veneno do Escorpião é um livro escrito pela ex-puta ex-garota-de-programa, Raquel Pacheco (Ou como era conhecida na quebrada noite, Bruna Surfistinha). No livro, ela narra tudo que passou como garota de programa, toda a putaria, todas as noites sem dormir e como é mandar seus pais à merda e sair da escola. Obviamente que juntando sexo e rebeldia injustificada, o troço explodiu em sucesso, tornando-se um best seller aqui no Brasil. Tão vendo? Quem achava que Tiririca era ruim não entende de história brasileira moderna.
Já o Kama Sutra é um livro de origem indiana (Da Índia porra, não dos índios) o qual não narra apenas posições sexuais, mas também antes e após a troca de gametas, englobando mesmo o que vem antes das preliminares. Tá duvidando, né? Pois bem, faça o download compre o livro e leia a introdução ao invés de só ver as ilustrações.
O Doce Veneno do Escorpião pode até ser interessante de ler, ter qualidade técnica (Sic) e tudo mais, mas, goste você disso ou não, é só um conto erótico grande: É a experiência que outra pessoa teve e está te contando. É meio que um “fazer vontade” (E agora você não precisa PAGAR para experimentar a Bruna Surfistinha), mas com palavras. Já o Kama Sutra é um manual. Tá certo que o livro foi escrito de acordo com o que o autor (Vatsyayana) saiba e/ou achava, mas ele não te diz, o livro não é escrito em primeira pessoa.
Mas voltando para a parte mais “analítico-questionadora”, por que um livro que só te conta coisas que já aconteceram vende mais do que um livro que te ensina (Em parte, é verdade) a fazer as coisas acontecerem? Será realmente que o público que vem sido formado (É, ficou estranho) prefere se trancar no quarto e ler do que ir num parque ler? Porra, livros tem como principal objetivo a instrução do leitor, mas de nada adianta tal instrução se você não vai passá-la para ninguém.
Você pode encarar da seguinte forma: Ao ler o Kama Sutra (E aplicá-lo, é claro) você propicia “o bem” não só para você, mas para a(s) outra(s) pessoa(s) que está(estão) junto de você, ou seja, você é uma pessoa inteligente, de bom gosto literário e generosa. Mas se você lê O Doce Veneno do Escorpião, você só propicia “o bem” à você mesmo (Às vezes nem isso…), além de ter mal (Ou seria “mau”?) gosto literário e egoísta.
Se bem que a Bruna Surfistinha só quer mesmo é lucrar (O que explica o filme que tá por vir), foda-se quem puder.
Nota de rodapé: Deborah Secco >>>>>>>>>> Raquel Pacheco
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