A algum tempo atrás, muito devido à morte do ator Heath Ledger que interpretou magistralmente um dos maiores vilões do homem morcego, o Coringa, iniciou-se um tipo de “culto” à identidade secreta de Bruce Wayne, o Batman, é claro. O herói saído das histórias em quadrinhos da DC Comics nunca esteve tão na moda. É fato que a hábil direção do Christopher Nolan deve também ser exaltada, e graças a ele o “gênero” de filmes de super-heróis atingiu o patamar de pura arte.
Mas eu não estou aqui para falar sobre a nova trilogia do Cavaleiro das Trevas (O último filme fica pronto ano que vem). Vamos voltar no tempo, exatamente ao ano de 1989, para saber como foi a estréia do morcegão na telona.
“Como você lê gibi, cara? Que coisa infantil…” – acho que essa é a frase que mais escuto quando falo sobre o meu gosto por histórias em quadrinhos (só perde para “o Batman é gay”). Quadrinhos é coisa de criança? Bom, é uma pergunta bem simples de responder, um simples “não” já resolve a situação e todos voltam para suas casas alegres e felizes sem se preocupar com gibis… Ou não… Ou você fica pensando nisso e resolver escrever uma coluna sobre isso.
Devo deixar claro que esse tipo de pergunta não me incomoda, o tipo de pessoa que pergunta isso é o infeliz que nunca leu um gibi, fala mal e depois sai do cinema dizendo que The Dark Knight é o melhor filme do mundo e que o Coringa é o melhor personagem de todos. Mas pera aí, se esse puto nunca leu gibi, como é que ele sai por ai dizendo que é coisa de criança? Bom, isso é o que iremos desvendar no episódio de hoje caros leitores (não troque de canal, voltamos já).
Um dos feriados/festas mais conhecidos dos EUA é o Halloween (Dia das Bruxas), comemorado no dia 31 de outubro, ou seja, antecedendo o Dia de Todos os Santos (01 de novembro) comemorado pela Igreja Católica, e o Dia dos Mortos/Finados (02 de Novembro).
E a popularidade da festa é tanta que a mesma chega a ser comemorada até mesmo nos quadrinhos, e muitas vezes com edições especiais, voltadas com essa temática. E apesar destes especiais terem uma vertente mais leve e divertida, também temos boas histórias que usam como tema o Halloween. continue lendo »
Se você, DCnauta morcegueiro, parar um pouco um pouco para pensar criticamente nas características básicas do Coringa e do Charada, verá que eles são, basicamente (E que Balder me proteja), o mesmo personagem. São dois gênios loucos (Sim, gênios), sem objetivo algum na vida que não seja perturbar a vida do Grande Mamífero Voador Humanóide. continue lendo »
Para começar: apesar de esse lado dele não ser muito divulgado, o cara é um super gênio: segundo a origem de todo o conhecimento, o Palhaço dos Infernos possui profundos conhecimentos de física, química, mecânica e engenharia genética, além de manjar bastante de psicologia. Tudo isso para construir suas armadilhas e “pegadinhas” pro Batman.
A melhor parte do personagem é, como mostrado em O Cavaleiro das Trevas, a falta de um motivo para cometer suas atrocidades. Roubou 5 bihões de euros? Taca fogo e usa as cinzas pra fazer sabão. Colocou as mãos em um punhado de diamantes? Usa pra decorar o fundo do aquário, oras!
A “insanidade sã” e a completa falta de razão em seus atos o torna completamente imprevisível. Afinal, se o Fulano só age daquele jeito por vingança ou cobiça, dá para se ter uma idéia do que ele vai fazer e como vai agir. Mas, e no caso de alguém cujas ações são regidas pela imprevisibilidade? É simplesmente impossível. Por tudo isso, o Coringa vai para o rol da fama permanente dos vilões.
Você passou a noite quase toda acordado. O pouco que você conseguiu dormir foi agitado por pesadelos. Faltou energia, e o banho teve que ser frio, mesmo sendo pleno inverno. Não há comida na geladeira, nos armários ou mesmo restos de pizza da noite passada na mesa de cabeceira da sala. No caminho para seu escritório, um engarrafamento de 20 parsecs com vários moleques remelentos vendendo chicletes velhos e/ou tentando limpar seu pára-brisas. Ao chegar no serviço, duas horas atrasado, há uma pilha de meio metro de trabalho lhe esperando. Você passa toda a manhã e a maior parte da tarde se matando de trabalhar pra dar conta do serviço. Meia hora antes do fim do expediente, o chefe te chama na sala dele e anuncia que você está demitido. Chegando em casa mais cedo, sua mulher está na cama com o seu melhor amigo. E então você enlouquece. Agora, o que você faz depois de enlouquecer? continue lendo »
Watchmen estreou mundialmente há poucos dias, com um hype somente igualado por Batman: The Dark Knight. Eu posso dizer que eu estava grávido de Watchmen, uma vez que comecei a esperar pelo filme no meio do ano passado, quando vi o anúncio do lançamento no Judão.
Nota-se que as adaptações de HQs estão em alta: Batman, Watchmen, Homem de Ferro, Preacher… todas elas estavam sendo transportadas do papel para as grandes telas. E, com toda essa divulgação de HQs, as vendas obviamente subiram. Watchmen ganhou edições especiais por ocasião do lançamento do filme, Batman nunca foi mais popular (graças ao Coringa de Heath Ledger, claro) e o Homem de Ferro perdeu a ferrugem. Mas… isso é algo bom?
Assim como existem vários personagens odiados (lê aqui ô mane), também existem os personagens queridinhos. E por incrível que pareça, quase todo mundo gosta dos mesmos personagens. Não sei se é por falta de opinião própria ou se eles são fodas mesmos. Na realidade alguns são fodas mesmos, mas se você é tanga você vai dizer que não.
Eu nunca encontrei alguém que não gostasse do Mr. Satan. E também não tem como. O cara se passa por melhor lutador do mundo, é adorado por todos os terráqueos e tem uma cidade em seu nome. Fora a personalidade dele que é super foda.
Quem não se lembra da memorável luta Mr. Satan x Cell?
Ainda falando de Dragon Ball temos o Mestre Kame. Ele talvez seja mais adorado que o Mr. Satan, principalmente pela época do treinamento do Goku e Kurilin (Dragon Ball).
Além de ser um super lutador e tarado, o velho Kame tinha uma casa bacana numa ilha, uma nuvem voadora (que ele mesmo não conseguia usar) e uma tartaruga falante. Seus hobbies eram ler revistas pornográficas e dar em cima de mulheres. Fora tudo isso, ele era o mestre do kamehameha e tinha problemas nasais.
O anti-herói da Marvel vem ficando cada vez mais popular. Não é pra menos, Deadpool é realmente um dos personagens mais fodas dos gibis. Suas histórias são cheias de ação e um humor MUITO doentio, entre suas piadas são mencionadas pessoas e/ou acontecimentos recentes. Criado em 1991, o personagem começou a ficar popular a poucos anos, e ficou muito mais popular depois da série Cable & Deadpool. Hoje todo mundo o acha super foda e super genial, mas enfim.
Eu acho o Wolverine um merda. Ele é um merda. Mas todo mundo acha ele foda, todo mundo tá esperando o filme dele, todo mundo paga pau pra ele e etc. O Wolverine ganhou toda sua popularidade pela sua fama de “assassino” (apesar dele não matar ninguém), pela sua motocicleta animal (que nunca mais apareceu) e pela suas frases legais “eu sou o melhor naquilo que eu faço”. Outro fator que contribuiu para o personagem crescer bastante foi a sua origem misteriosa (que hoje já não é misteriosa, e que é um lixo por sinal). No fim ele ficou tão foda que aparecia em todas as revistas, o seu fator de cura foi multiplicado por “eu sou imortal” e suas histórias viraram um “vou te matar”. Pobre James, já passou da idade.
Não tem como fazer uma lista dessas e não mencionar o Batman. Quase todos os leitores da DC são fãs dele, quase todos os leitores da Marvel queriam ele na Marvel, e quase todos os otakus queriam que ele fosse mestre do Naruto (ou algum nome do gênero). Batman já tinha se tornado um personagem superbem falado pelas suas histórias ótimas e pela sua nova personalidade de “Dark Knight”. Fora que ele é um humano que deixa todos os deuses/semi-deuses no chinelo, todo mundo ama ver ele batendo no Azulão. E agora com o filme o Batman ficou muito mais amado. Pessoas que nunca leram gibis passaram a falar “O Batman é foda” (não que isso seja bom, mas enfim), leitores de outras editoras cederam a esse personagem e até otakus. O Batman é sem dúvida um personagem do caralho, e é podre de rico.
Na realidade eu acho o Coringa foda e legal, mas não a ponto de estar aqui. Mas sabe como é né? Depois do filme o Coringa passou a ser o novo tamaguchi, todo mundo ama. Malditos falsos nerds.
O Maioral ficou por último, porque o maioral é realmente do caralho. O Lobo é o personagem mais foda de todos os tempos. O Lobo mata, aniquila, mata, bate, mata de novo e depois chuta o cachorro morto, tudo em troca de dinheiro (que geralmente é gasto no bar). Ler Lobo é no mínimo uma obrigação pra quem diz gostar de gibis. Uma história só chega a ser melhor que vários grandes arcos de grandes editoras. Por isso tudo o Maioral fica cada vez mais Maioral, e o melhor é que quem curte o Maioral curte mesmo. Não se vê neguinho lendo Lobo porque tá na moda, porque Lobo não é moda. Personagem de moda é o Wolverine, por isso o tanga venceu a luta contra o Lobo no Marvel x DC. Malditos modistas.
E se você perguntar porque o Homem-Aranha não está aqui a resposta é: Homem-Aranha I, II e III, Civil War e One more day. Já era pro Aranha.
Pensa rápido. Como você descreveria o Coringa?
Não tem uma resposta? Poisé. Eu também não.
Acho o Coringa genial. Já li várias HQ’s com ele, algumas muito boas como “A Piada Mortal”, “O Homem que Ri” e até “Eu, o Coringa”. Mas quando vou falar dele o máximo que consigo é: “O Coringa é um cara louco”. Só. Não consigo falar mais do que isso. E por que não? Não é tão simples falar que ele além de louco é assassino, cruel, tem um humor doentio e inúmeras outras características?
Não, não é simples. Tudo por causa de uma pessoa: o roteirista.
Veja bem, o Coringa (e vários outros personagens) sofrem um sério problema, eles têm vários roteiristas.
Isso não seria um problema se cada roteirista não tivesse uma visão diferente de um mesmo personagem. Já li HQ’s em que o Coringa é um psicopata maluco, louco, insano, perigoso e tudo de ruim. Enfim, ele é do caralho mesmo. Mas também já li umas em que ele é apenas um louco com humor doentio. Em outra ele já parece uma criança com humor retardado. Até já vi histórias em que ele era um puta estrategista. Mas no fim, tu já nem sabe como ele é.
Talvez o Coringa não seja o melhor exemplo, já que ele é MUITO imprevisível.
Mas existem muitos outros que passam por isso.
Vejam o Wolverine. Ele é o personagem mais zuado de todos. Eu passei a odiar esse ele depois de tanta cagada.
Quem é o Wolverine? É o mutante legal, com garras afiadas e instinto assassino.
Então o cara vai escrever Wolverine e pensa: “Caralho, eu tenho um assassino na minha mão. Porra, vamo botar pra fuder, vamo matar todo mundo”.
Nisso o cara escreve uma história linda. O Wolverine mata o Hulk e faz sexo com todas as heroínas. Só depois ele se liga que não pode fazer isso, tenta consertar e faz cagada maior ainda. Ai fica comum ver histórias em que o Wolverine diz com seu jeitão do mal: “Vou trucidar o maldito” ou “Se eu pegar ele eu mato” e logo depois da luta, ou qualquer outro evento, vem um “Ahh, eu preciso ter certeza pra matar alguém” e qualquer outra coisa do gênero.
Resumindo, o Wolverine é um tiozão falso assassino.
Mas em outra HQ ele matou mais de mil neguinho da Hidra, ele até matou o “Magneto” (no fim era um clone, ou algo do gênero). Resumindo, o cara é um assassino mortal super foda.
E como o Wolverine é onipresente, ele participava de todas as formações dos X-men, tinha uma revista própria e também fazia parte dos Vingadores. Em cada história ele tava de um jeito diferente. Essa porra vai criando vários personagens em um mesmo personagem.
Mas mudar personalidade não é coisa só de péssimos roteiristas. Geralmente roteiristas bons também trabalham um personagem de forma diferente da normal, dando uma nova visão a um antigo personagem. Frank Miller detonou no Cavaleiro das Trevas. Alan Moore fez um Coringa do caralho. Por esse lado é bom, mas se botarmos na balança o que já fizeram de bom e o que já fizeram de ruim, fodeu.
Já li histórias em que botam o Batman sorrindo ou fazendo piada. Como pode isso?
Uma Batpiada em relação ao Gavião Negro.
Concordo que ver um personagem sempre da mesma maneira é chato e cansativo. Por isso é bom explorar o personagem, porém, de forma sadia e não tão idiota.
Os personagens já perderam o luxo de serem únicos. Hoje existem vários Wolverines, Super-Homens, Coringas e vários roteiristas fazendo cagadas.