Overdose Sci-Fi: Praticamente Inofensiva (Douglas Adams)

Livros segunda-feira, 26 de maio de 2008 – 3 comentários

Seria esse livro o real final ou apenas uma nova maneira de terminar a história? É o que vermos em frente, pois ele é aberto as duas explicações.
Primeiro de tudo, vamos a um pequeno resumo da história: A Terra continua inteira, Trillian ainda vive nela e a história se passa como se ela não tivesse entrado na nave com Zaphod, algo que acontece no primeiro livro. Daí em frente, a história conta o que acontece com ela depois disso, as decisões dela e o que ela aprendeu com isso. Até aí está confuso, mas acredite, fica mais ainda.
Logo depois, entra em cena Ford Prefect na sede do Guia, que acaba de mudar de planeta novamente, mas dessa vez com algumas diferenças logo percebidas por ele. Não demora muito para ele perceber que além de o lugar ter mudado sutilmente, todo o clima do lugar está muito diferente do que ele está acostumado, o que causa uns problemas que sempre o perseguem, sendo resolvidos de maneira um bocado… inusitadas.
Em outra ponta da galáxia, temos Arthur Dent, acho que a única pessoa que não mudou nada desde o último livro. Em busca da verdadeira Terra, agora sendo um viajante mais experiente, ele acaba se perdendo em um lugar muito mais confuso que o espaço: O tempo. Além de se perder no tempo, ele acaba se perdendo de Fenchurch, ficando sozinho novamente.
Como podem ver, cada um se encontra em um lugar diferente, fazendo coisas que em teoria não poderiam fazer com que se encontrassem novamente. Mas é claro, isso não acontece, pois tudo conspira para que eles se reúnam contra a sua vontade.
Uma nova versão do guia, uma filha que um deles não sabia que tinha ou uma mesma pessoa vivendo em terras diferentes faz com que tudo o que estava certo para cada um se torne duvidoso para todos quando eles se juntam.
E agora? O que esse livro tem de diferente em relação aos demais? Primeiro de tudo, o tempo. Esse foi escrito em 1992, oito anos depois do último e 20 anos depois do primeiro livro. O mundo mudou muito desde essa época e o humor de Adams também, pelo que se pode perceber nas páginas desse livro. Antes mais sutil, agora ele se supera soltando situações muito mais impossíveis e inusitadas, algo mais condizente com os dias de hoje.
Apesar de a história se passar alguns anos depois do último, tempo que é meio difícil de se especificar, ela ainda segue o mesmo ritmo de antes, com o estilo característico de cada um dos personagens sem mudar quase nada. As partes que são citadas situações da galáxia que são relacionadas as cenas que aparecem ou aparecerão no livro estão muito mais descritivas, interessantes de ler, como se Adams estivesse querendo apresentar mais do universo para quem lê, algo que deixa tudo mais marcante.
Alguns fãs consideram essa parte um falso final, ignorando toda a história como se não fosse parte da trilogia. Eu considero uma verdadeira maneira de amarrar as pontas soltas, acabando o livro com um belo final e com uma ótima história. Mas é claro, essa é minha conclusão do livro, cada um tem a sua.

Praticamente Inofensiva

Mostly Harmless
Ano de Edição: 1992
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 208
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes! (Douglas Adams)

Livros sexta-feira, 23 de maio de 2008 – 0 comentários

Novamente estou aqui para falar a vocês sobre a série do Mochileiro das galáxias, mas dessa vez com o livro que é o real motivo para que essa série seja conhecida pelo nome de Trilogia de cinco livros.
Lembram do início do volume anterior, que Arthur Dent estava numa terra pré-histórica? Aqui novamente temos ele na terra, agora nos tempos atuais, como se os Vogons nunca tivessem aparecido e tudo estivesse como antes, com a diferença que os golfinhos não são mais vistos na terra. Agora, depois de algum tempo ele volta a sua casa e retoma todas as suas atividades aos poucos, com apenas uma dúvida em sua cabeça, que desde que ele havia pisado na terra novamente o perseguia: quem era a garota que estava no carro que havia dado carona a ele?
Entre essa pergunta e muitas outras, temos novamente um relato de situações estranhas, inimagináveis e finalmente vemos alguém que deu a volta no universo inteiro umas duas vezes pra pegar alguém. Mas como nada é perfeito, a volta de outra figura conhecida de todos faz com que os problemas que haviam sido esquecidos voltarem a tona, apesar de não quererem ser relembrados. Temos também finalmente uma pergunta para a resposta sobre a vida, o universo e tudo mais que é realmente convincente.
A galeria de personagens apresentada aqui é muito boa. O personagem que mais me chama a atenção em todo o livro é Fenchurch, a garota qe fica ao lado de Dent a maioria do tempo e que também recebeu um aquário. Outro que tem seus momentos legais é Wonko, o São, que é a única pessoa lúcida do livro inteiro, debaixo de sua personalidade excêntrica.
Como disse logo no inicio, esse livro é o real motivo para essa série se chamar trilogia de cinco livros. esse livro é um bom aproveitamento de situações que poderiam ter sido usadas antes, de momentos que antes seriam fracos ou sem sentido, mas que juntos assim, formam uma história perfeita, com ação, tiradas irônicas, e questionamentos que vão muito mais longe do que os feitos antes. Esse livro é um bom final para a série, termina todos os fatos de antes, colocando os personagens em lugares bem definidos, dos quais eu considero perfeitos. É claro que o último volume é um bom desdobramento, mas ele parece meio incompleto, não tenho bem certeza do que falta.
Mas isso é uma coisa que irei analisar na última e definitiva parte sobre essa série, vocês queiram ou não.

Até Mais, e Obrigado Pelos Peixes!

So Long, and Thanks for All the Fish
Ano de Edição: 1984
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas:203
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: A Vida, O Universo e Tudo Mais (Douglas Adams)

Livros quinta-feira, 22 de maio de 2008 – 2 comentários

E aqui estamos para mais uma resenha dessa série, agora com o livro mais significante de todos, assim como o primeiro, o segundo e todos os que vem depois desse. Na realidade, toda a série é FODA, só falei isso pra que todos vocês tenham certeza que ler essa série é a melhor opção.
Iniciando de maneira diferente do livro anterior, esse se inicia 5 anos depois dos acontecimentos que levaram Arthur Dent de volta para a Terra na época Pré-Histórica. Logo depois de encontrar Ford Prefect e de pegarem um sofá a unha, eles são lançados para o tempo atual, no meio de um campo de criquete, exatamente no meio de uma partida que logo é interrompida por causa de um ataque de robôs que aparecem do nada em uma nave.
Tudo isso é só a introdução de uma nova viagem pelos locais mais estranhos da galáxia, acompanhados de Slartibartfast e sua nave protegida por um POP (Problema de Outra Pessoa), o Propulsor Bistromático, uma nave que se assemelha muito a um… restaurante.
O problema dessa vez envolve uma raça chamada Krikkit, que foi aprisionada há muito tempo em um lugar inacessível, que só poderia ser aberto com uma chave que, por coincidência, foi dividida em CINCO partes e espalhadas por toda a galáxia. Os robôs interessados em libertar a raça estão juntando os pedaços e é tarefa de Arthur, Ford e Slartibartfast impedirem que eles tenham sucesso nessa tarefa.
Nesse volume, temos passagens interessantes, como a parte que Arthur Descobre como errar o chão, um pouco sobre a sociedade na galáxia, que tem tantas raças diferentes e estranhas, capazes de fazer as coisas mais incríveis e idiotas.
A aparição de algo que tem a sina de sempre ser morto por Arthur resolve confrontá-lo também, em uma das partes mais estranhas e tensas do livro, senão a única, pois o restante dela é nonsense puro. Essa mesma parte explica uma frase sem sentido dita no primeiro volume também, o que me fez reler todos os livros para juntar alguns pontos que depois disso tem algum sentido.
Digo que esse é o livro mais movimentado de todos, com a participação de todos os personagens de antes, mais alguns que tem suas aparições relâmpago apenas nesse volume. A raça de Krikkit é um bom exemplo de tipos de pessoas que dá pra analisar e tirar algumas lições dela, recomendo prestar atenção as partes que ela é citada, pois isso pode ser um reflexo do que ainda pode acontecer…
Amanhã, a quarta parte dessa série entra em cena, considerada como a última por alguns fãs, que ignoram o último livro. Não percam.

A Vida, O Universo e Tudo Mais

Life, The Universe And Everything
Ano de Edição: 1982
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 221
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: O Restaurante do Fim do Universo (Douglas Adams)

Livros quarta-feira, 21 de maio de 2008 – 2 comentários

Continuando com as resenhas sobre a série O Mochileiro das Galáxias, vamos agora para o segundo volume. O primeiro você pode conferir a resenha aqui.
Depois de percorrerem os cantos mais escuros do universo, conhecer a verdadeira história do planeta Terra, serem ameaçados, alvos de tiros de Raio-da-morte, quem é que não ficaria com fome? É exatamente essa situação que se encontra os personagens do livro, que se inicia algumas horas depois do final do volume anterior. Os Vogons que os perseguiam ainda estão em seu encalço, algo que eles descobrem tarde demais, quando a nave está preocupada com um problema mais importante e sem condições de se defender. Em uma atitude desesperada, Zaphod invoca seus ancestrais para que eles possam salvar suas vidas, que estão perto do fim. Algo dá errado e Zaphod juntamente com Marvin vão para um lugar muito diferente do que estavam, mais exatamente em Beta da Ursa menor, a sede do Guia do Mochileiro das galáxias.
Se comparado ao volume anterior, que mostrava mais como Arthur se adaptava as suas bruscas mudanças, esse se foca mais em Zaphod e sua parte do cérebro inacessível. Essa parte do cérebro dele é a que tem as idéias importantes, mas que se fossem descobertas, impediriam que ele fosse o presidente da galáxia. Essa área as vezes aparece e joga umas idéias nada divertidas para ele, coisas que ele tem que fazer senão sua vida focada na felicidade não fica assim tão feliz e lá vai ele em frente, fazer algo que não quer para que tudo volte ao normal para ele.
Muitas das idéias apresentadas nesse livros são aquelas que dão pra pensar um bocado, como a parte que explica o funcionamento do Vórtice de perspectiva total, uma máquina que basicamente mostra exatamente a sua posição no universo em uma visão de fora dele.
A parte que eles estão no restaurante também é algo que é legal, pois todos estão reunidos na mesa, falando besteira, enchendo o saco um dos outros e explicando teorias mais loucas ainda que só servem para que cheguemos a conclusão de que Adams era um gênio mesmo.
Peço para darem atenção especial ao capítulo 7 do livro, um dos que eu leio sempre que posso. Não direi o que acontece nele, só digo que quem é o personagem focado nesse em especial é Marvin.
Dessa vez, o final da história deixa em aberto uma grande revolução na história, fazendo com que as mais estranhas e bizarras teorias brotem na cabeça do leitor, o forçando a ler o próximo volume para ver o quão certo ou errado elas estão em relação a verdade. Mas é claro, isso é só amanhã, esperem…

O Restaurante do Fim do Universo

The Restaurant At The End of The Universe
Ano de Edição: 1980
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 229
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-Fi: O Guia do Mochileiro das Galáxias (Douglas Adams)

Livros terça-feira, 20 de maio de 2008 – 7 comentários

Depois de quase um ano de site, finalmente consegui uma justificativa para falar sobre essa série de livros, pois não queria falar sobre ela assim, sem ter um motivo forte o suficiente. Então, aproveitando o Dia da toalha que se aproxima e que estamos no overdose Sobre Sci-Fi, vamos em frente para destrinchar essa trilogia de 5 livros.
Como não podia ser diferente, (ou podia?) vamos começar pelo primeiro volume da série, conhecido pelo título de O Guia do Mochileiro das Galáxias.
Esse primeiro livro é nada mais do que um grande começo de uma viagem que não tem ponto de volta, porque ele foi destruído. Arthur Dent era um cara comum, talvez comum até demais, com uma grande dose de azar a dominar a sua vida. Um dia, pouco antes de sua casa ser destruída, seu amigo chamado Ford Prefect o chama para ir ao bar tomar umas e terem uma conversa séria. Nessa conversa, ele revela para Arthur que não é um humano, mas sim um viajante espacial, mais exatamente de Betelgeuse. Paralelamente a esse fato, uma frota de naves Vogon se posiciona para destruir a Terra, porque ela está no caminho de uma construção e deve ser removida dali. Como bons mochileiros, os dois se hidratam o máximo possível (no bar, sacou?) e pegam uma carona em uma dessa naves Vogon, que são a raça que mais odeia mochileiros.
Daí pra frente, o livro se foca em Arthur Dent e suas impressões sobre o universo. Mas isso não dura muito, pois outros personagens tão ou mais loucos que os dois antes apresentados aparecem na história, adicionando a ela um elemento que tem grande importância nos livros seguintes da série: A improbabilidade infinita, principal motivo que faz a nave coração de ouro se movimentar a velocidades Impossíveis, de acordo com o próprio livro:

Quando o Gerador de Improbabilidade Infinita alcança improbabilidade infinita, ele passa por todos os pontos do Universo quase que ao mesmo tempo. Resumindo: Você nunca sabe onde vai parar, e nem que espécie vai ser quando chegar.

O responsável por essa nave é uma figura chamada Zaphod, o presidente da galáxia que rouba-a pouco antes de ela ser apresentada ao público. Há também a personagem feminina chamada Trillian, que tem seus poucos momentos, mas fica muito jogada ao canto. Agora, só pra puxar um pouco o saco, vou falar do personagem mais conhecido de todos, o personagem que me fez querer chegar ao fim de todos os livros. Esse personagem é o Marvin.
Um robô que tem um cérebro do tamanho de um planeta e um QI 30 bilhões de vezes maior que o de um humano. Esse fato faz com que ele fique deprimido, pois não existe tarefa conhecida que possa usar toda a sua capacidade cerebral, o que faz ele ter um total desprezo por tudo que é vivo. Tal personagem assim não poderia ser deixado de lado, tendo sua presença garantida em quase todos os momentos do livro. Sua participação no segundo livro é ainda mais importante, mas isso é pra ser dito na próxima resenha.

O Guia do Mochileiro das Galáxias

The hitchkiker Guide to the galaxy
Ano de Edição: 1979
Autor: Douglas Adams
Número de Páginas: 204
Editora:Editora Sextante

Overdose Sci-fi: O Homem Bicentenário (Isaac Asimov)

Livros quinta-feira, 15 de maio de 2008 – 0 comentários

Novamente, o filme que leva o nome do livro não tem muito a ver com o próprio, a não ser o conto que dá o nome ao livro. Apresentado esse fato, vamos em frente.
O Homem Bicentenário é um livro de contos de Isaac Asimov, assim como o Eu, Robô, apresentado um pouco antes aqui mesmo nesse Overdose. Dessa vez, as histórias são apresentadas seguidas por um pequeno comentário do próprio autor, que conta as situações que ocorreram para a produção da história, onde foi publicada pela primeira vez e outras curiosidades.
Todas as histórias dessa vez contam situações nem sempre focadas em robôs, mas isso não quer dizer que eles não apareçam, não ao menos diretamente.
As doze histórias que compõem o livro (mais exatamente onze histórias e um poema) mostram mais alguns fatos do futuro criado por Asimov, tão complexo e interessante. De todas as histórias, as que mais se destacam no volume e que recomendo que sejam lidas com certa prioridade são as seguintes:
O Estrondo da Ígua– Essa história conta sobre um intercâmbio galático, em que uma pessoa que mora na lua vai até uma das estações submarinas que existem na Terra. Tem muito mais, mas não contarei mais nada, leia que vale mais a pena do que ficar esperando eu falar algo sobre.
Estranho no Paraíso– Dois irmãos que depois de muito tempo se encontram para se dedicarem a uma tarefa em comum, mesmo que isso seja muito estranho para eles próprios.
O Homem Bicentenário– A história que dá título ao livro. Se for para compará-la ao filme, eu diria que ela é mais focada na história do robô. Para dar mais tempo e profundidade ao roteiro, foi colocado e enfeitado muita coisa para a história, mas nada que lendo o original não se perceba e se escolha que a parte escrita é melhor.
Bom, recomendo muito esse livro, ficção das boas e com uma linguagem que não é nada complicada, fazendo com que ler sobre coisas que nunca entenderemos seja algo relativamente fácil. E os fatos referentes a cada história são agradáveis também.

O Homem Bicentenário

The Bicentennial Man and Other Stories
Ano de Edição: 1976
Autor: Isaac Asimov
Número de Páginas: 238
Editora:Editora Hemus

Overdose Sci-Fi: Eu, Robô (Isaac Asimov)

Livros quarta-feira, 14 de maio de 2008 – 2 comentários

Antes de tudo, já peço pra esquecerem o filme com o mesmo nome e com Will Smith no papel principal. Esse filme foi todo baseado na obra de Asimov, em seus personagens e situações apenas. O livro que deu o nome a esse filme é bem diferente.
Contando diversas histórias, todas elas com os robôs nas principais situações apresentadas por Susan Calvin para um repórter que está para fazer um artigo sobre a vida e carreira dela para um jornal. A doutora Susan Calvin é uma robô psicóloga, especializada nos cérebros das máquinas, algo que com o andar da história, dá pra ver que é algo muito complexo e interessante.
Todas as histórias do livro (9 ao total, sem contar a introdução) têm personagens em comum, ora aparecendo em uma história ou sendo citados em outras, um fator que me fez perceber que apesar de o mundo da robótica apresentado ser muito grande, poucas eram as pessoas que realmente o entendiam.
Com o propósito de ser uma coletânea de contos, o livro consegue ser bem amarrado com partes que são como se fossem trechos de entrevistas do repórter com a doutora, fazendo com que as histórias sejam bem apresentadas e juntas se tornem algo praticamente único.
Uma das melhores histórias é a chamada Mentiroso!, que apresentou um outro lado de robôs e uma outra maneira de cada um ver a questão das 3 leis da robótica, algo que eu achava que era simples e praticamente sem falhas.

Eu,Robô

I, Robot
Ano de Edição: 1950
Autor: Isaac Asimov
Número de Páginas:296
Editora:Editora expressão e cultura

A Praga Escarlate (Jack London)

Livros quarta-feira, 23 de abril de 2008 – 1 comentário

Jack London é um autor relativamente famoso, suas obras Caninos Brancos e O apelo da Selva são as mais conhecida do público… comum.
Este livro aqui, o A praga escarlate, foi lançado em 1912, e foi um dos primeiros livros a tratar sobre um futuro destruído, em que o mundo conhecido fica sem identidade nenhuma com o atual.
Um velho e seu neto andam por onde a muito tempo atrás passou uma estrada de ferro, agora toda destruída. Na memória, apenas a lembrança de o que passou por lá e que agora não tem chance nenhuma de retornar. O garoto, atento a tudo e um velho, considerado por seus descendentes alguém louco, que fala de maneira difícil para o tempo atual, o único sobrevivente de um tempo que não existe mais.
Conte para nós sobre a morte vermelha, Vô“, pede um dos netos, atento para ouvir mais uma história, que com elementos conhecidos de todos nós, como as doenças e sobre um futuro que não aconteceu, mas nunca se sabe quanto tempo pode demorar para que ele se realize.
O livro é curto, poucas páginas, mas apesar de seus poucos capítulos, eles são mais do que o suficiente para traçar um bom cenário, completo em todos os seus detalhes, focando no periodo antes da doença,que mostrava as pessoas mortas pela rua, agonizando por pouco tempo, as tentativas de sobreviventes de fugir da infecção e a maneira de como os sobreviventes se organizaram em um futuro destruido por uma doença que não teve tempo de ser arranjada uma cura.

A praga escarlate

The Scarlet plague
Ano de Edição: 2003
Autor: Jack London
Número de Páginas:103
Editora:Editora Conrad

Ratos e Homens (John Steinbeck)

Livros quarta-feira, 16 de abril de 2008 – 0 comentários

Sou um cara que pensa o seguinte: “Se um filme ganha o oscar, deve ser ou muito bom ou um lixo completo”, então, quando vejo que um filme está concorrendo a um prêmio, fico sem vontade de vê-lo. O mesmo não acontece com livros; como esse, por exemplo.
O autor, John Steinbeck, é um ganhador do prêmio Nobel de literatura do ano de 1962 e, ao ver isso, pensei que valia a pena dispensar algumas moedas e ter esse livro. Foi o que eu fiz.
O livro, que me deu impressão de já ter visto a história em algum lugar só de conferir as primeiras páginas, logo começa a mostrar todos os seus detalhes que diferenciaram esse autor dos demais. Ele conta a história de Lenny e George, dois amigos que viajam pelo Estados Unidos atrás de trabalho, com alguns problemas em suas costas. George é o cérebro do grupo, responsável pela parte inteligente que Lennie não tem, um cara grande que não tem muito na cabeça e tem uma mentalidade de uma criança de uns 8 anos.
Ao irem para uma fazenda para ajudarem na colheita de cevada, eles encontram algumas pessoas que os auxiliam e outras mais que só atrapalham, como Curley, o filho do dono da fazenda, que junto com sua esposa Candy trazem diversos problemas para a dupla – alguns muito sérios.
Mais um livro curto, daqueles que se lê em uma tarde, com uma linguagem agradável simulando de uma maneira muito boa a maneira de falar das pessoas que viviam na região em que se passa o livro; mas nada muito complicado, que força a cabeça para que as frases façam sentido.

Ratos e Homens

Of mice and man
Ano de Edição: 2005
Autor: John Steinbeck
Número de Páginas: 145
Editora:L&PM

O Homem do Castelo Alto (Philip K. Dick)

Livros sexta-feira, 28 de março de 2008 – 12 comentários

Minha defesa á Ficção Científica já deve estar cansativa, repetitiva até.
Como já disse: nada de espaçonaves ou heróis intergalácticos. Eu falo de gente comum. Como eu. Como você. Somente aí a ficção científica pode funcionar. Somente aí, como alguns diriam, o romance deixa de ser uma previsão desconfigurada do futuro, e torna-se um aditivo á própria realidade. Ao presente. Um presente exagerado, onde nossos defeitos, nossos problemas, e principalmente nossas neuroses tornam-se evidentes.
O real é surreal demais.

O Homem do Castelo Alto é assim. Um soco no seu estômago. Um tapa na sua cara.
O livro, escrito no começo dos anos 60, foge do padrão de Philip K. Dick. Ao contrário da maioria de seus contos e romances, a história passa-se também na década de 60. No presente. Mas em outra realidade.
O Eixo ganhou a Segunda Guerra. O mundo agora é dividido pela influência da Alemanha e do Japão, os novos senhores do planeta. Os próprios Estados Unidos não existem mais como país unificado, tornaram-se três estados separados: ao Oeste a região controlada pelos japoneses; ao Centro (chamado de Rocky Mountain States) uma área indepedente; e ao Leste, em nossa querida Nova York, uma região governada pelos nazistas.

Ah sim, os nazistas. Não se trata de simples fascismo, esse nazismo. Politicamente muito próximo, você aprende a considerar com um simples regime de direita. Mas não é esse o ponto em nosso livrinho. O ponto é a Megalomania, a Loucura da Raça Ariana. Os judeus estão praticamente extintos, os poucos sobreviventes escondem-se com sobrenomes falsos e operações plásticas. A Ífrica foi dizimada, fim dos negros. Os restantes são Escravos nas regiões controladas pelo Terceiro Reich. Já há tecnologia suficiente para ir a Marte, para se viajar de Berlim a São Francisco em Meia Hora. No entanto….não existe televisão. O mundo evoluiu de forma diferente, a Alemanha controla o lobby mundial de plástico e todos os seus derivados. Uma tecnologia megalomaníaca de plástico.

Nos é dado apenas um relance, um pequeno piscar de olhos, dessa nova realidade maluca. Através das pequenas histórias de diversos personagens comuns, entendemos aos poucos o Terror do dia-a-dia num mundo em que o Nazismo é a Regra.
Um judeu designer; o dono de uma loja de antigüidades americanas (linda ironia, os japoneses colecionam antigüidades da cultura americana exatamente da mesma forma como nos sentimos atraídos por espadas samurais em nosso mundo); um importante executivo japonês, chefe de departamento do governo nipônico; um suspeito mercador de borracha da Suécia; uma professora de judô. Todas essas histórias se entrelaçam, conectam-se de forma a criar uma rede de acontecimentos.

E, claro, o ponto alto do romance, a maestria de Philiph K. Dick: The Grasshopper Lies Heavy.
O romance dentro do romance. Um obscuro escritor de ficção científica lança um história, banida nas áreas de influência nazista, sobre uma realidade alternativa, em que os Aliados teriam vencido a Guerra…

Considerado um dos melhores romances de K. Dick, O Homem do Castelo Alto nos oferece uma obscura visão da realidade enquanto torna evidente a catástrofe, única possibilidade de resultado com uma união tão estranha: Uma cultura oriental milenar, influenciada constantemente pelo Taoísmo, Budismo e Xintoísmo…dividindo o mundo de forma “amigável” com o Terceiro Reich, a cultura da Supremacia Branca, a Megalomania, a Pura Maldade SS.
Isso Faz Sentido?

Homem do Castelo Alto, O

Título original: Man In The High Castle, The
Ano de Edição: 2007
Autor: Dick, Philip K.
Número de Páginas: 304
Editora:Editora Aleph

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