Livros de Magia foi escrito por Neil Gaiman. Para muitos, isso seria suficiente para largar o computador/laptop, e, calmamente, correr feito um desesperado para uma livraria para comprar a obra, como se estivesse sendo perseguido por um bando de lobos famintos armados com lasers. Porém, como você é tanga, pobre, inculto e não consegue correr mais de 100 metros sem colocar os pulmões de fora, vou explicar para você o porquê de tanta euforia. continue lendo »
Jesse Custer seria apenas mais um padrezinho de um vilarejo esquecido em algum lugar ermo do Texas se não fosse o Gênesis. Não estou falando do prefácio da Bíblia. Gênesis é o filho de um anjo e um demônio que, de saco cheio de anjinhos tocando harpa para lá e para cá no Paraíso, resolveu fazer uma visita à Terra. E, nisso, acabou possuindo nosso amigo Jesse James Custer. Com a união dos dois, Gênesis acaba por conferir a Custer o poder de fazer com que QUALQUER pessoa o obedecesse cegamente. E é aqui que as coisas começam a ficar boas.
Tá olhando o quê, porra?
Se você for tanga, emo ou extremista religioso, feche agora mesmo sua janelinha do Internet Explorer 5 e vá ler o blog da Hello Kitty. Para começar, o Deus retratado na HQ é um bundão, fugitivo e egoísta, perfeitamente sincronizado com a vida real, sem nada a ver com as historinhas que te contam na Igreja. A saga de Jesse começa justamente quando ele descobre que Deus tirou umas férias do mundo sem deixar nem mesmo um estagiário tomando conta do lugar. E, como todo cabra-macho que se preze, Jesse vai atrás dele para acertar as contas.
Obviamente, dá algum trabalho procurar e brigar com uma entidade onipotente que está tentando se esconder. Por isso, Custer procura a ajuda de Tulip O’Hare (sua ex-namorada) e de Proinsias Cassidy (um vampiro irlandês) para facilitar na procura por Deus. Esses três, claro, são os personagens que mais aparecem. Afinal de contas, são os “mocinhos”.
Mas, Guten, eu não gosto desse gibi. É muito feio e não tem herói, só bandido.
Caro Tanguinha, permita-me explicar a situação: primeiro, gibi é Turma da Mônica, Preacher é HQ. Segundo, feio é você, a arte de Preacher é impecável. Terceiro, pesquise para saber o que é um anti-herói. Voltemos ao assunto.
Obviamente, Deus vai ficar divinamente puto com essa caçada de Jesse e vai fazer de tudo para que ele seja morto. Além de mandar organizações secretas da Igreja e mercenários, “Ele” ainda se dá ao luxo de ressuscitar um cara do séc. XIX conhecido por “O Santo dos Assassinos” para dar um fim em Custer, além de figuras como Cara-de-Cu, Daronique e Herr Starr (nome que eu adotaria se fosse um travesti alemão).
Quanto aos capangas do Preacher: Tulip O’Hare foi assassina de aluguel, mas sem muito êxito profissional. Afinal, que tipo de incompetente consegue falhar feio na primeira missão? Apesar disso, é mais macho do que muitos de vocês que lêem esse texto. Foi criada pelo pai caçando, pescando, aprendendo a usar as mais variadas armas de fogo e ouvindo histórias de guerra.
Tava olhando minha bunda? Hein?
Já Cassidy é um vampiro assassino alcoólatra, viciado em heroína, ex-prostituto e desertor do exército, além de ter um interesse gritante pela ex-namorada do Jesse.
Eaê, mano? Tudo beleza?
Agora, junte sangue, MUITO sangue, humor negro de primeira aos montes, atos perversos e perversões, mortes, polêmicas, críticas a uma instituição enraizada na mente popular e diálogos feitos com TESÃO, PORRA!, distribua por 66 histórias e 6 especiais e você terá uma das melhores HQs jamais criadas.
Preacher é uma ótima leitura para aqueles com um estômago forte e que não vêem problemas em ter suas crenças zoadas em nível estratosférico. Garth Ennis (roteirista) e Steve Dillon (ilustrador) fazem dos quadrinhos de Preacher uma janela para a podridão do mundo ao nosso redor.
Preacher
Preacher Lançamento:1995 Arte: Steve Dillon Roteiro: Garth Ennis Número de Páginas: Varia de acordo com o volume Editora:DC Comics, selo Vertigo
A censura foi algo que sempre esteve presente em todos os tipos de mídia que conhecemos, obviamente, os gibis não poderiam ficar de fora dessa. A censura nos gibis começa em 1938 com o ditador italiano Benito Mussolini. Ele baniu as histórias em quadrinhos na Itália porque, segundo ele, as histórias prejudicavam a formação dos jovens. A França fez o mesmo em 1949, e em 1954 o psicólogo Frederick Wertham criou o livro A Sedução dos Inocentes, onde afirmava que os quadrinhos incentivam o homossexualismo e a delinqüência. Inclusive, foi o próprio Frederick que começou com o boato de que Batman e Robin eram gays.
Nos Estados Unidos, por causa de toda essa baboseira, criaram o Comics Code, que estabelecia regras de ética para os quadrinhos. A censura atingiu seu auge, impondo regras radicais aos quadrinhos. Nessa época ficou proibida expressão de terror, canibalismo, vampiros, lobisomens. Atos criminosos não poderiam ser simpáticos, um bandido era obrigado a ser um mau caráter e todas as autoridades eram boas pessoas. A censura também tinha problemas com sensualidade, chegando a cortar braços musculosos porque os mesmos lembravam coxas femininas. Os gibis que se encaixavam em todas essas regras recebiam um selo de aprovação.
Hoje o selo de ética já não é tão usado e as HQs já são um pouco mais livres.
Basicamente, essa seria a história resumida da censura, mas ledo engano achar que estamos livres dela. A prova disso são os recentes casos que vieram à tona com a grande dose de ética e moral da DC censurando Superman e Batman nas revistas Action Comics e All Star Batman & Robin.
A revista Action Comics 869 tinha uma capa com um típico relacionamento norte-americano de pai e filho bebendo cerveja, no caso pai e filho seriam Superman e Jonathan Kent. O que aconteceu? A DC achou impróprio o azulão tomar cerveja e editou a capa botando uma soda no lugar da cerveja.
Já All Star Batman & Robin foi censurada duas vezes. Primeiro porque um problema de impressão fez as famosas tarjas pretas deixarem legível a palavra FUCK, muito pronunciada pela Batgirl e bandidos. Outra coisa censurada foi o golpe que a Batgirl aplica no saco dos inimigos.
As duas foram sem explicações plausíveis. Aparentemente o azulão precisa manter sua pose de escoteiro, mas a revista do Batman foi modificada por pura ignorância, levando em conta que Batman já nem tem um público infantil e que também o autor do All Star é Frank Miller. Porra, chamar o cara pra depois censurá-lo é foda.
A Marvel também vem apanhando pra censura quando se fala em nudez, ou melhor, Frank Cho vem apanhando pra censura. O desenhista teve duas capas censuradas só porque expôs a bunda da Mary Jane e da Feiticeira Escarlate.
A reimpressão do material Drácula também foi censurado, tirando apenas a nudez.
Pulando pro mundo oriental também temos a censura, como vista na edição do Naruto onde seus gestos são modificados. Mangás sofrem MUITA censura quando são adaptados para animes ou quando são adaptados para o Brasil.
Fora a censura que nem chega a ser descoberta pelos fãs, aquela que é cortada antes mesmo do desenho/texto estar pronto. Ou você nunca viu alguma situação muito ridícula em uma HQ que fica bem notável que isso ali foi só pra tapar um buraco? Certamente ali houve uma censura.
O que fica claro é que a censura gira muito em torno da nudez e de ofensas (sejam gestuais ou escritas), e também que na maioria dos casos ela é desnecessária e até mesmo ofende o leitor.
Obras destinadas ao publico infantil até deveriam ficar sujeitas à censura, mas a maioria dos cortes acontece em obras para o público jovem e adulto. Uma tentativa são os selos adultos, onde a liberdade de expressão é realmente livre, sendo muito incomum uma censura nos mesmos.
O mais chato é que são as próprias editoras que se censuram, não são mães desesparadas com o comportamento dos seus filhos, não são igrejas protestantes ou terceiros. Elas mesmas se constroem e se destroem, como a própria DC. All Star Batman & Robin é uma obra do caralho, obviamente a idéia do Frank Miller é fazer um Batman mais sombrio que o próprio Cavaleiro das Trevas, com um contexto muito mais adulto, contando com os espetaculares desenhos de Jim Lee, e a DC censura a obra dos dois. Aliás, os casos recentes da DC foram tão idiotas que se não fossem censurados não teriam a tamanha repercussão que tiveram no mundo dos quadrinhos.
Algumas editoras ainda não se deram conta de que seu material já não é mais para o público infantil e de que o povo gosta de nudez, violência e baixaria.
Mas de onde vem essa censura?
De nós mesmos, nós nos censuramos mais a cada dia graças aos falsos discursos que vomitamos todos os dias sobre moral e ética. A censura só vê os ideais de educação e bondade em falsas opiniões e não enxerga a realidade, que crianças hoje em dia já manjam de nudez e palavrão, e que tirar o xingamento de um gibi não vai mudar a educação do joãozinho. Assim, a censura vem censurando para cumprir com falsos ideais compostos pela sociedade que, além de não cumpri-los, ainda discorda dos mesmos.
Irônico, né? Ainda bem que isso não atinge o Lobo.
Cara, se tem algo que me deixa puto quando to lendo HQ’s são os super-poderes. Sim, os super-poderes. Por que inventam poderes e mutações para serem mal usados? Os poderes são super bem detalhados, mas nunca bem usados.
O clássico exemplo é o Super-Homem. Meu, é ridículo a quantidade de poder que ele tem. Ele voa, é super rápido, tem super força, seus olhos soltam raios, ele pode ficar sem respirar, ele sopra gelo e tudo o que tu pode imaginar. Eu acho genial quando o Super-Homem voa até Gotham em menos de um segundo para ver o Batman. Até mesmo quando ele voa pro espaço em menos de um segundo. O cara é animal, ele é super rápido, ele é o Super-Homem, essa é a idéia que nos passam. Mas e quando ele luta?
O cara consegue ir até o espaço em menos de um segundo e não consegue aparecer de surpresa por de trás do inimigo e bater nele. Ele apanha muito, ele sangra, ele não consegue dar um soco decente. Parece que todo inimigo tem um carregamento de Kryptonita. A Supergirl também é outro caso perdido. Ela chega a ser mais poderosa que o Super-Homem, mas também faz as mesmas bat-cagadas.
Outro ser irritante é o Lanterna Verde. O que você faria com a arma mais poderosa do universo? Bom, o Lanterna faz lanternas gigantes, luvas de boxes, tesouras, tartarugas espinhosas. Ainda me lembro de um comentário do Batman sobre o Lanterna (Grandes Astros Batman & Robin 8):
“O Palhaço faz batedeiras de ovos, ratoeiras e aspiradores gigantes, quando poderia consertar o mundo todo com aquele anel. Que RETARDADO”.
O poder do Flash não é só mal utilizado como é mal explicado. Não lembro ao certo a edição, mas teve uma vez em que um míssil foi lançado e explodiu em uma cidade. Ninguém morreu, pois em questão de segundos o Flash tirou 500 mil habitantes da cidade e os salvou. Uau. Agora como um cara desse consegue tomar um espadada do Exterminador?
Isso vale pra toda a família Flash.
Ainda na DC temos a Zatanna. Praticamente tudo o que ela fala ao contrário se realiza. E ela não fala nada que preste.
Fugindo pro Universo Marvel, temos o ser mais irritante de todos, o Professor Xavier. Sério, esse cara me incomoda. Não só pelo mau uso dos seus poderes, mas também pelos discursos que ele vomita o tempo todo. Magneto também não fica pra trás não. O cara pode controlar o ferro no sangue de qualquer pessoa, mas fica sempre na mesma. Porra, ele matou o Apocalipse assim, partiu o cara no meio (na saga A Era do Apocalipse), mas nunca matou os X-men.
Tínhamos também a Fênix. Ela era tão poderosa, mas tão poderosa, quem não sabiam o que fazer com os poderes, ai resolveram matar ela.
E é claro, temos a Feiticeira Escarlate. Ela pode manipular as probabilidades. Ela pode fazer seu coração explodir, ou apenas desacordar você, mas ela não faz. Ela apenas aumenta a probabilidade de uma caixa de lápis cair no chão e fazer você escorregar.
A explicação para isso é óbvia. Se todos os heróis saírem por ai fazendo tudo o que podem, vai ficar tudo sem graça. As revistas do Super-Homem nem teriam lutas. O Universo Marvel seria paz e amor através da telepatia do Xavier, e por aí vai. Os personagens ficam bocões justamente por isso, para darem emoções às histórias. Tudo começa quando algum roteirista besta faz a cagada de dar poder demais à alguém. Depois todas as histórias são tentativas de consertar essa cagada.
Existem vários outros heróis e vilões que não usam seus poderes. Existem até alguns com poderes meio inexplicáveis e impossíveis. Outros têm seus poderes avacalhados por desenhistas e/ou roteiristas.
Por isso eu prefiro os heróis humanos. Batman, Robin, Asa Noturna, Arqueiro Verde, Justiceiro e etc. Sim, eles fazem coisas impossíveis, mas se limitam apenas pela sua humanidade, não pelo seus poderes mal elaborados.
Antes de qualquer outra coisa, saiba que esta revista não tem quase nada a ver com o novo filme (somente o design do Batmóvel), apesar de terem nomes semelhantes. Fã declarado do personagem, o roteirista e desenhista Frank Miller sentiu-se honrado ao ser chamado para escrever uma história para o Batman. Mas um pequeno e simples fato o incomodava: Miller passou sua infância lendo as histórias do detetive, e o seu pesadelo de se tornar mais velho que Bruce Wayne tornou-se realidade. Isso ele não podia aceitar. Daí surgiu a idéia central de “The Dark Knight Returns”, um dos maiores clássicos do Homem-Morcego.
A história se passa vinte anos no futuro, em uma das realidades alternativas da DC (chamadas de “Elseworlds”). Desde que Jason Todd, o segundo Robin, foi assassinado pelo Coringa, Bruce Wayne abandonou seu serviço como protetor de Gotham City. Muita coisa mudou nesse tempo. Super-heróis tornaram-se uma raridade, assim como super-vilões. Os criminosos comuns aproveitaram para tomar conta das ruas. Mas a maior ameaça são os “Mutantes”, uma gangue de deliquentes juvenis. As coisas começam a mudar quando Wayne decide financiar a rehabilitação de Harvey Dent, o Duas Caras. O lado ruim de Dent fala mais alto, e ele retorna ao crime assim que deixa Arkham. Bruce Wayne veste seu uniforme novamente, e prende Dent. O cavaleiro das trevas está de volta a Gotham, e está na hora de limpar as ruas.
Durante as quatro edições da mini-série, Miller deixa explícito que seu Batman é bem diferente do qual estamos acostumados. Ele não combate o crime porque sente que é o seu dever, nem para evitar que pessoas sejam feridas (como aconteceu com seu pai), mas porque ele adora essa vida repleta de perigos. E para completar a polêmica, o Batman de Miller é alcoolatra. Os outros membros da Liga da Justiça também aparecem com uma personalidade mais densa (para não falar “escrota”). O Superman, que parece não ter envelhecido, trabalha para o governo dos Estados Unidos em troca de proteção para seus antigos companheiros da Liga. Ele mostra-se insatisfeito com seu trabalho, e sua existência é quase que um mito. O Arqueiro Verde agora age como um terrorista. Apesar de ter perdido seu braço esquerdo (ele alega que o Superman é o culpado) e estar velho, ele continua sendo um homem perigoso, assim como o Batman. Outros personagens também ganharam versões psicologicamente agressivas e visual mais sombrio.
Uma outra mudança notável da versão regular para a de Miller, é o Batmóvel. O que antes parecia um carro de fórmula 1 fortificado, agora está mais para um tanque de guerra preto. Creio eu que isso tenha sido feito para adaptar o carro á personalidade de seu motorista. Se o Batman de Miller é agressivo e de certa forma louco, ele precisa de um veículo mais destrutivo. Outra adição interessante ao arsenal do Homem-Morcego, é a bat-armadura (não tem nome na revista), uma espécie de exo-esqueleto que ele usa em certo ponto da revista para combater um oponente muito mais forte que ele.
A arte de Miller, como sempre, mantém seus traços únicos. Linhas grossas, personagens robustos e fortes e cenas de ação impactantes (os punhos desenhados por Miller dão a idéia de serem de aço). Apesar de colorida, a revista contém tons de cinza para deixar a narrativa mais densa. TDKR é a minha história predileta do Batman , e a que me fez procurar os outros clássicos do personagem. Foi originalmente publicada em 1986, mas várias compilações já foram rlançadas e relançadas desde então. Um volume de capa dura está á venda, entitulado “Absolute Dark Knight” e custando exorbitantes 100 reais. Se quiser poupar seu bolso, faça uma visita as lojas online.
O Retorno do Cavaleiro das Trevas
The Dark Knight Returns Lançamento: Ano Arte: Frank Miller Roteiro: Frank Miller Número de Páginas: Muitas Editora:DC
Espetacular! Uma pena não ser a Marvel no lugar da DC, afinal, ver o Lobo Wolverine (repare na diferença, amigos; isso é atualizar o site TRÊBADO) e o Hulk num game desses seria FODA! O game sai em novembro para PS3 e X360, e até então, se eu não me engano, os nomes que confirmaram foram Batman, Superman, Flash, Mulher-Gato, Scorpion, Sub-Zero, Sheng Tsun e Sonya. Aparentemente serão 20 ao todo.
Ultimamente tenho me empolgado bastante com o Universo DC. Com o Lanterna Verde e o Superman, mais precisamente. Principalmente o Lanterna Verde. E a medida que eu vou lendo as revistas do Super, vou percebendo algo: Os inimigos dele são super-legais (hehe). Selecionei os que eu mais gostei, e agora irei apresentá-los a vocês. Reparem que eu disse “que eu mais gostei” e não “os mais fortes”, por isso não venham chorar porque Doomsday está fora.
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Um personagem que eu achava sem-graça, mas que graças ao roteirista Geoff Johns, conquistou minha atenção. Confesso que comecei a ler por falta do que fazer. Já havia lido todos os lançamentos da semana, e precisava de algo para espantar o tédio. Então eu vi “Sinestro Corps”. Vilões peso-pesados MAIS o Superboy Prime e o Anti-Monitor enfrentado toda a Tropa dos Lanternas mais os heróis da Terra num evento que lembrava em muito Aniquilação?! Eu tinha que ler aquilo. E eu li, e não me arrependo em nada. Descobri que o Lanterna Verde era um personagem muito mais interessante do que eu poderia imaginar. Ou os Lanternas, se preferir.
Antes de tudo, deixe-me apresentar o enredo. Apesar do que pensam os astrofísicos, o mundo não é definido por dimensão ou espaço, mas por cor. Os Guardiões do Universo aprisionaram a personificação do medo, Parallax, há muito tempo atrás. Em seu princípio, a ordem era mantida por andróides, chamados de Manhunters. Mas todos nós sabemos que não dá pra confiar em andróides, e logo eles foram substituídos por seres vivos de planetas diversos. Nasceu então a Tropa dos Lanternas Verdes, uma combinação da cor azul dos Guardiões com o amarelo de Parallax. Pré-requisito? Ser capaz de superar o medo. Afinal, verde é a cor da coragem. Cada dupla de Lanternas Verdes protege um setor.
São cinco os Lanternas humanos, dos quais apenas quatro interessam á cronologia. O primeiro deles, e o protagonista da revista, foi Hal Jordan, piloto de aviões, que ganhou seu anel do alien Abin-Sur, cuja nave caiu na terra. Mais tarde, Guy Gardner foi cogitado como sucessor de Abin-Sur, e se tornou o reserva de Hal. Ele é conhecido pelo seu comportamento peculiar, e sua facilidade em irritar os que estiverem em sua volta. Gardner se tornou Guarda Honorário, e é um dos treinadores de novatos. John Stewart, um arquiteto desempregado, substituiu Hal Jordan quando o mesmo se afastou da Tropa por um tempo. Atualmente ele é parceiro de Hal no setor 2814. Por fim temos Kyle Rayner, que por um tempo foi hospedeiro do Íon, a personificação da coragem (assim como Parallax é do medo).
O poder dos Lanternas Verdes é bem amplo: Cada um possui um anel de poder, cujo único limite é a imaginação. Até algum tempo atrás, os anéis eram incapazes de usar força letal, o que me incomodava (o único limite é a imaginação, mas os Lanternas tinham que enfrentar seus inimigos criando MARTELOS gigantes, minha nossa). Isso mudou quando Geoff fez Sinestro Corps. Para virar a guerra, que estava totalmente á favor da Tropa de Sinestro, os Guardiões liberaram o uso de força letal contra QUALQUER inimigo dos Lanternas. Resultado? Lanterna Verde como uma das revistas mais vendidas da DC, e um dos carros-chefe da editora.
A revista hoje está mostrando o aftermath do Sinestro Corps, e preparando o terreno para o próximo grande evento: Blackest Night (A Noite mais Densa). Com roteiros bem escritos, personagens bem explorados e uma arte (cortesia de Juan Reis) que satisfaz tanto em cenas de diálogo quanto de ação, Green Lantern assume o terceiro lugar do top, e tudo indica uma futura ascensão.
Green Lantern
Título original Green Lantern Lançamento: Irrelevante Arte: Juan Reis Roteiro: Geoff Johns Número de páginas: 24 Editora:DC
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Se você está surpreso, saiba que eu também fiquei ao ver as constantes críticas positivas feitas á esta revista. Sempre achei Grant Morrison um roteirista hypado (superestimado), e o único trabalho dele que eu gostava eram os roteiros que fez para o volume anterior da revista dos Novos X-Men, uma fase polêmica (ele que matou Jean Grey). Após ler a revista, me sinto obrigado a concordar com as críticas.
All-Star Superman foge do padrão usado no título “normal” do Homem de Aço. O passado do Super é resumido em uma página, e então Morrison retorna ao tempo presente. Uma expedição ao Sol foi sabotada por Lex Luthor, e o Superman vai até lá para impedir que os astronautas morram carbonizados. O Super salva o dia, e descobre que a exposição ao Sol triplicou seus poderes. Mas uma má notícia vem logo em seguida: Suas células foram afetadas, e ele está morrendo. E isso é só a primeira edição.
Então Morrison deixa sua imaginação fluir, e impressiona com suas loucas e não menos belas histórias, enquanto o Superman faz de tudo para aproveitar seus últimos momentos. Você verá todo tipo de loucura nas páginas de All-Star SUperman, desde uma quebra-de-braço entre o Super e dois deuses para ver quem terá o prazer de sair com Lois Lane, até um muito bem elaborado diálogo entre Clark Kent e Lex Luthor, que em breve seria executado por seus crimes, mas feliz por ter “matado” o Superman (a radiação solar citada no segundo parágrafo, lembra?).
Cada edição conta uma nova aventura, e a qualidade da revista só faz aumentar. Eu passei a gostar de vilões que antes me pareciam toscos e mal explicados (oi, eu me chamo Doomsday e apareci do nada para matar o Super, como vão vocês da Liga da justiça?), e aprendi sobre a “Dinastia Superman”, vista em DC Um Milhão. Nunca pensei que o “complexo de messias” característico dos personagens da DC pudesse ser usado de forma tão positiva.
Os desenhos de Frank Quitely não são focados no realismo. Pelo contrário, de vez em quando ele usa desproporciona seus personagens, deixando-os meio infantis. Isso é ruim? Não. Essa técnica contribui para o que eu imagino ser o propósito da revista, emocionar os já proclamados fãs do Superman, e atrair novos leitores com belas histórias. E as cores vivas dadas pelo colorista Jamie Grant realçam esses desenhos em todas as situações.
Antes de conhecer a linha All-Star, eu só havia me impressionado tanto com uma história do Superman ao ler “Secret Identity”, que não fazia parte da cronologia. All-Star Superman é o perfeito oposto do sombrio e pesado All-Star Batman & Robin de Frank Miller, e consegue ser ainda melhor. A revista ganhou o prêmio Eisner de melhor série nova, e é um dos melhores projetos que a DC já realizou. Eu também considero ela a segunda melhor revista da DC, e a quarta melhor revista publicada atualmente.
All-Star Superman
Título original All-Star Superman Lançamento: 2005 Arte: Frank Quitely Roteiro: Grant Morrison Número de Páginas: 25 Editora:DC
Que George A. Romero é o grande nome dos filmes de zumbis, acho que todo mundo aqui já sabe. O que talvez poucos saibam é que em 2004, pouco antes de transformar sua trilogia em uma quadrilogia (com o filme Terra dos Mortos, de 2005), o cara resolveu se aventurar no mundo das HQs. Foi assim que nasceu Toe Tags, série em 6 capítulos lançada pela DC.
Seguindo os filmes do próprio Romero, a história provavelmente se desenrola durante os acontecimentos de Dia dos Mortos ou depois. O estado de apodrecimento dos zumbis e o próprio estado completamente devastado do mundo aponta pra isso. Apesar de ser ótimo pros fãs dos filmes de Romero, que ganham mais um pedaço da história, isso acaba sendo um dos pontos fracos da HQ. Um leitor casual sentiria a falta de informações, já que o apocalipse zumbi já tomou conta desde o início da história. A coisa faz um pouco mais de sentido se os acontecimentos da revista forem encaixados no mesmo universo dos filmes. Por exemplo, a inteligência crescente dos zumbis (alguns certamente pensam mais do que os montes de carne sem cérebro de A Noite dos Mortos-Vivos ou de Despertar dos Mortos) parece dar continuidade á idéia – iniciada em Dia dos Mortos com o carismático Bub e aprofundado em Terra dos Mortos com Big Daddy, o frentista – de que os zumbis também aprendem as coisas.
[Botem alguma imagem aqui, cães imundos]
Um ponto interessante de Toe Tags é que a história é mostrada pelo ponto de vista dos mortos-vivos pela primeira vez. De um lado, acompanhamos o protagonista Damien, que, após ser mordido, se tornou um zumbi consciente, e quer entender o motivo. A explicação parece estar nas mãos do Professor Hoffman (talvez uma referência a Os Contos de Hoffman, um dos filmes favoritos de Romero), que desenvolveu uma vacina que age nos zumbis. De outro, está Atila, the Hungry (eu PRECISAVA manter o original em inglês pra manter o trocadilho ridículo), um zumbi com capacidade de se comunicar, que lidera uma legião de mortos-vivos prontos para devorar tudo que estiver vivo pela frente. Como um terceiro ponto de vista, temos o exército, mostrado aqui como um grupo autoritário liderado por um homem ainda mais ditatorial, e, por fim, grupos de humanos sobreviventes, que se recusam a se unir ao exército, sabendo que vai terminar em merda. Toe Tags, como as outras obras de Romero, mostra a humanidade como a principal inimiga de si mesma, se destruindo em disputas pessoais enquanto os zumbis devoram a todos. A mesquinhez humana parece fazer com que os vivos fiquem cada vez mais estúpidos, contrastando ironicamente com a união dos mortos-vivos e a habilidade de aprender.
Talvez, para os críticos, o maior erro da HQ seja a falta de personagens que sejam realmente carismáticos. As pessoas geralmente esperam encontrar nas histórias personagens que atraiam o leitor a ponto deste desejar sua sobrevivência. A grande impressão que se tem ao ler a história é que Romero está completamente do lado dos mortos-vivos. O que pra mim não tem problema nenhum, claro, mas é o alvo da crítica de muitos leitores. De qualquer jeito, mesmo não sendo o melhor trabalho do diretor, nem sendo a melhor HQ existente sobre zumbis (eu sugeriria The Walking Dead), acho que vale á pena dar uma olhada em Toe Tags.
Toe Tags
Toe Tags featuring George A. Romero Lançamento: 2004 Arte: Tommy Castillo Roteiro: George Romero Número de Páginas: 22 Editora:DC Comics