Autógrafos

Analfabetismo Funcional segunda-feira, 28 de abril de 2008 – 13 comentários

Sabem, autógrafos em livros não passam de rabiscos feitos pelo autor da obra que por um grande acaso você tem. Só que não é um simples rabisco, ele é, dependendo do tipo de livro e do estilo do autor, uma das coisas mais gratificantes para uma pessoa que acumula livros, seja porque quer ou porque coleciona.
No momento que escrevo isso, acabo de perder a chance de ter minha edição de Curva de rio sujo de Joca Reines Terron autografada. Numa tarde que ele esteve em uma livraria em Curitiba, tentei ir pra casa e pegar o meu livro, mas quando voltei, não tinha mais nada lá.
Isso que lhes contei seria o meu primeiro livro autografado. Podem falar que é um autor desconhecido, que ninguém dá a mínima, o que pode ser verdade, mas se eu tivesse conseguido essa coluna teria um tom diferente.
Enfim, um autógrafo é a prova de que você teve algum contato com o autor, uma chance de falar com ele, discutir sua opinião sobre o livro e tirar algumas dúvidas, caso tenha tido durante a leitura. Mas é claro, isso se você chegou a ver o autor, não comprou sua edição no sebo mais próximo. Algumas livrarias fazem tardes de autógrafos com autores consagrados, proporcionando ao leitor uma chance de os conhecer.
Todos os livros publicados têm algumas páginas em branco logo no início, vocês já devem ter percebido. Uma delas leva apenas o título do livro e a página seguinte tem outras informações como o nome do autor, edição, tradutor, essas coisas. Essa primeira página está lá exatamente para esse motivo, um autógrafo, uma dedicatória. Claro que não é muitas pessoas que sabem disso e cometem a CAGADA de escrever uma dedicatória na mesma página que o autor fez seus agradecimentos, uma coisa terrível, afinal, se a pessoa quiser vender o livro, ou rasgar a página, terá que arrancar uma das páginas do meio do caderno do livro, o que pode fazer com que outras páginas caiam.
Bom, essa primeira página é aquela com mais espaço, mais do que o suficiente para escrever o que se deseja, isso se o autor não for muito prolixo e encher a página com mais texto, o que torna a dedicatória mais extensa que o próprio livro. Apesar de não ser possuidor de nenhum livro autografado, eu já vi muitos por aí. Um deles, o que eu achei uma coisa de louco, consistia em escrever uma dedicatória gigante, usando toda a primeira página com uma letra mínima que, quando vi na hora, tive dúvidas que foi escrita a mão. Outras tentam ser engraçadinhas, com o autor tentando fazer piada e pouco caso de sua obra ou do leitor, como aquela que diz o seguinte: “obrigado por diminuir o encalhe”.
Entrei em contato com alguns autores para descobrir como eles distribuem suas assinaturas, mas só apenas um deles respondeu meus e-mails. Perguntei a Domingos Pellegrini como que são seus autógrafos, se ele muda para cada um, ou se tem algum detalhe diferente, e a resposta dele você encontra abaixo:

há tempo deixei de quebrar a cabeça com autógrafos, simplesmente escrevo:
A Fulano(a),
com o afeto do
Pellegrini

Mas sempre rabisco um desenho: um coração, encimado por um sol nascente, de forma que a parte superior do coração fica parecendo dois montes, com o sol nascendo entre eles. É minha marca visual.

Caso algum autor mais responda, vou editando aqui.

Mas uma coisa é certa, autógrafos, por mais idiotas que pareçam, dão um valor diferente aos livros. Seja sentimental ou dando valor maior aos livros, que depois de algum tempo podem atingir valores muito altos, como esse aqui. Um dia espero ter algo desse valor em minha prateleira, mas enquanto isso, só fico com raiva por perder as oportunidades…

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