Sobre o problema de emprestar livros
Eu, assim como vocês, queridos leitores, tenho uma estante em meu quarto recheada de livros que passaram pela minha vida e que eu decidi guardar. Sabe como é, as vezes queremos relê-los. E, assim como todo mundo, também já cometi o erro crasso de querer emprestar para que algum amigo sentisse as sensações que senti quando o lia. Livros como Cartas na Rua, de Charles Bukowski; Crimes na Rua Morgue, de Edgar Allan Poe; Porno, de Irvine Welsh; Clube da Luta, de Chuck Phalaniuk e 1984, de Geroge Orwell, que me transportaram para lugares distantes e fantásticos, vidas que nunca vivi ou viverei, em algumas das melhores viagens que já fiz sem sair da minha casa. Infelizmente, já julguei que seriam livros ideais para serem emprestados à amigos meus, como o fiz com Pé na Estrada, de Jack Kerouac, emprestado a 5 anos a um amigo, que imaginei ainda não ter sido contagiado pelo vício da literatura. É, tudo isso parece muito bonito, se não fosse por um detalhe: Esses livros nunca mais retornaram à minha estante, e eu sequer sei se eles foram apreciados e se o objetivo foi cumprido. Aprendi com isso uma coisa: Só empreste aquilo com que puder presentear.