Nunca fui grande fã por filmes de terror/horror/pavor/temor por dois motivos: Eles normalmente são a mesma coisa sem graça e eu sou um covarde. Freddy, Jason, Leatherface, Chucky e todos os outros nunca entraram e nunca entrarão numa lista que eu fizer de personagens memoráveis. Aliás, os Gremlins também não… E nem o Furby, que é só um plágio safado. Se, por um lado, quando eu era criança, passava longe dessas coisas, agora já vejo uma coisa ou outra… Bem, mais ou menos.
O que leva alguém a escreve um livro? Dinheiro? Duvido muito, o mundo editorial não é o melhor caminho pra ganhar dinheiro, ele é cruel demais com os autores, dando pouca margem de lucro sobre cada volume vendido. Se for pra ganhar algum trocado com livros, não seja um autor. Seja um editor, o cara da gráfica, revisor, qualquer coisa, mas cada um, cada um…
Fama? Já viu aqueles sites de fofocas de famosos? Me diga uma notícia falando sobre um autor de livros que foi a uma festa e pegou a Cameron Dias ou a René Zellweger por exemplo. Ou pelo menos alguma notícia negativa, do estilo de que tal autor foi pego no banco de trás de um carro comendo um travesti ou preso estuprando uma mulher? É claro, se o autor for aqueles ex-presidiários, a segunda opção acima está fora de cogitação. Ou quem sabe, um padre preso por pedofilia… Deixa pra lá, vamos em frente, antes que eu me perca.
Reconhecimento? “Ele é o melhor autor que eu conheço”, diz a mãe dele. Autores tem um lado anti-social meio psicótico, que isola ele de tudo que acontece a sua volta, o focando apenas em seu objetivo, que é terminar apenas aquele livro, capítulo ou página, depende muito do que ele escreve. Então, reconhecimento está excluído também. Vide a fama acima pra mais detalhes.
Se não é por nada disso, o que sobra? Sabe aquela frase que todo mundo ouve pelo menos umas… 100 vezes na vida? “Todo homem deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro”.
Alguns tem uma penca de filhos, achando que isso irá compensar os outros fatos. Outros se tornam ecologistas pentelhos, vegetarianos estranhos, ou simplesmente gente que abraça árvores para que não as cortem, achando que isso também irá compensar o fato do livro. Mas digo uma coisa: FODA-SE, o que tem de mais fácil e muitos morrem sem nem ao menos tentar?
Escrever um livro antes de tudo, é deixar sua marca aqui no planeta. Írvores, nascem, crescem e morrem, vegetarianos são usados de ração para vacas que irão para o abate, mas só um livro é marca suficiente que pode ultrapassar as barreiras do tempo, se ele for bom o suficiente, é claro. Viver tempo suficiente pra escrever um livro também é algo bem variado para muitas pessoas. Você pode ser que nem o autor de Eragon, que tinha a história desde seus 15 anos se desenvolvendo na mente. Autores com idades avançadas tem aos montes por aí, tempo suficiente para a história amadurecer na mente de cada um deles e passar pro papel de maneira que eu poderia chamar de perfeita. Dá pra perceber quando uma história foi escrita de maneira que cada palavra foi o resultado de esforço e de um grande tempo do autor.
E pra que isso tudo? Por causa da tríplice frase citada logo acima e que vou repetir aqui de novo porque eu sou chato: “Todo homem deve ter um filho, plantar uma árvore e escrever um livro”. Então, seu NOOB, escreve esse maldito livro e deixa ali, no canto de sua gaveta, só esperando o momento certo pra publicar. Se não achar o momento certo, tem uma grande seqüência de acontecimentos que pode fazer com que isso apareça depois de sua morte:
Depois que seu caixão for fechado, seu filho começa a limpar suas coisas. Ele encontra esse seu manuscrito, o lê debaixo daquela árvore que seu pai tinha plantado durante a infância dele e que faz com que ele lembre dos bons momentos. Se você não foi um pai filho da puta, que usava os galhos dessa mesma árvore para encher seu filho de cacetadas, a chance de ele divulgar seu livro depois da morte é uma grande possibilidade. Então aproveita, a vida é curta e daqui a 100 anos, se alguém ainda se lembrar de você e se ainda tiver algo no seu caixão, você poderá se sentir realizado.
Até semana que vem e acho que estou bêbado.
Alguém mais observou que nestes últimos anos houve uma verdadeira invasão de filmes com a singular frase na abertura “baseados em fatos reais”? Daqui há alguns anos até poderemos classificá-los como um gênero próprio, tamanha a oferta de filmes com este rótulo.
O segredo é simples: filmes com este tema abordam histórias humanas, personagens carismáticos e/ou fascinantes (para o bem ou para o mal), normalmente lacrimejantes, que enaltecem o espírito humano frente ás dificuldades extremas ou cotidianas.
A maioria dos filmes são dramas como Meninos Não Choram, que rendeu o Oscar de melhor atriz para Hillary Swank, que relatava a história de uma garota, Teena Brandon, que se comportava e vestia como um garoto, adotando o nome de Brandon Teena. Outros exemplos, seriam os filmes que, também, renderam Oscar para Julia Roberts, Erin Brockovich, e mais recente, Marion Cottilard, Piaf – Um Hino ao Amor.
Ainda na categoria de dramas há diversos filmes que relatam a vida de personagens exóticos como artistas (Amadeus), cantores (Johnny & June e lendas do cinema (strong>Ed Wood). Notem que para quem quiser ser o vencedor do Oscar esta fórmula é uma excelente dica.
Mas, mais do que filmes históricos e de personagens dramáticos, ainda sobram abordagens diferentes destas regras. Por exemplo, O Exorcismo de Emily Rose, que é um excelente suspense, principalmente pelo confronto da religião com a ciência, é baseado na história verídica de Anneliese Michel, uma jovem alemã que passou pela mesma situação de Emily Rose nos anos 70.
Seguindo uma linha mais conspiratória, os suspenses Munique, de Steven Spielberg, sobre os desdobramentos do atentado contra os judeus nas Olímpiadas em setembro de 72; ou mesmo, no mais recente, historicamente falando, O Informante, com Al Pacino e Russell Crowe, num filmaço sobre os bastidores de uma reportagem denunciando a indústria tabagista – imperdível se você não assistiu.
Mas nem só de história ou personagens densos vivem os filmes baseados em fatos reais. Um exemplo fácil de citar é o divertido e bem produzido Prenda-me se For Capaz, que mostrava história de um criminoso (o jovem Frank Abgnale Jr.), mestre em disfarces, que acaba se tornando consultor do FBI depois de ser um dos crimonisos mais procurados do EUA.
Um dos campeões de presença nestes filmes é Denzel Washington; temos desde o recente Gângster a Malcolm X e Hurricane, ambos figuras históricas; e no esportivo Duelo de Titãs.
O que faz esta fórmula cansar (mesmo que ainda seja um sucesso absoluto junto ao público) é sua falta de originalidade. Normalmente estes filmes são realizados para televisão – com exceção de uma minoria – e possuem uma estrutura de roteiro passional, exagerada e nada inovadora (a grande maioria, pra deixar bem claro).