Durante essa última passagem do Bob Dylan pelo Brasil, uma das coisas mais interessantes foi acompanhar a cobertura da mídia em volta do músico e dos shows em si. Indecisos entre a imparcialidade e a opinião, a maioria dos veículos optou por transmitir os fatos com uma certa condescendência. Como se, em toda sua superioridade, perdoassem os “erros” de Dylan, em função da história do artista. Ninguém ousa dizer que realmente não gosta de algo, nem se entrega a um verdadeiro elogio. E o mais grave, ninguém parece tentar, ou mesmo querer, entender porque o show do Bob Dylan é do jeito que é. Enfim, depois de presenciar a apresentação de Porto Alegre, é exatamente isso que eu proponho. E sim, eu tou ciente que esse parágrafo também exala uma boa dose de superioridade, não precisam apontar a ironia.
Os Pogues foi uma banda formada em 1982 em Londres, pelo cachaceiro cantor Shane MacGowan, um punk irlandês. Shane convidou para sua nova banda Spider Stacy (Um mendigo músico que tinha conhecido numa estação de metrô em Londres tocando flauta) e Jim Fearnley (Um guitarrista). Este trio formou uma banda chamada Pogue Mahone, que tocava a fanfarra música tradicional irlandesa em versões punk nas ruas e bares de Londres. Mas logo a gangue aumentou e entraram mais três músicos: Jeremy Finer (Banjo e guitarra), Andrew David Ranken (Bateria) e Cait O’Riordan (Baixo). Rapidamente começaram a compor músicas próprias e ganharam a boa fama de dar concertos rebeldes e animados, apresentando-se sempre bêbados no palco.
Em 1964 na cidade de Jacksonville, Flórida, cinco amigos se juntaram e resolveram fazer jams sessions numa barraca no quintal de casa. Eram eles: Bob Burns (Bateria), Gary Rossington (Guitarra), Ronnie Van Zant (Vocal), Allen Collins (Guitarra) e Larry Junstrom (Baixo). O primeiro nome escolhido pelo quinteto foi My Backyard, seguido de vários outros como Noble Five, Wildcats, Sons of Satan, Conqueror Worm, e One Percent. Cada show que faziam, levavam uma a vaia e resolviam mudar o nome da banda. Um dia, Ronnie resolveu anunciar a banda como Lynyrd Skynyrd, um anagrama para Leonard Skinner, treinador da escola que pegava no pé dos caras por eles serem cabeludos. Essa foi a bem humorada maneira que eles encontraram de homenagear o babaca. Por acaso, eles não foram tão vaiados nesse dia e esse foi o nome que ficou.
Leonard Cohen é o que se pode chamar de mito. Virou cantor com mais de 30 anos. Antes tido como grande poeta e escritor no Canadá, ele viajou o mundo inteiro, indo parar na Grecia, onde lançou seus melhores livros e de onde partiu para os Estados Unidos para virar um grande compositor e cantor. Lançou poucos discos, mas mesmo assim, influenciou barbaramente artistas de alto calibre: John Cale, Ian McCulloch, Pixies, Nick Cave, Peter Astor (ex-Weather Prophets), House of Love, R.E.M., Lloyd Cole, James, Tom Waits, Nirvana, Morphine, entre muitos outros.
Pra Tom Waits, todo homem fica feliz com um copo de bourbon, uma mulher com cabelos oxigenados e uma lata de feijões quando a solidão bate fundo. É um alvo baixo, devemos confessar, mas quem disse que não é verdade?
O melhor jeito de começar isso aqui seria com um riff crássico. E é melhor do que transcrevê-lo em partitura, tablatura ou qualquer porcaria é simplesmente fazer… isso: