Occupy Wall Street e a nona arte
Você já deve ter ouvido falar do Occupy Wall Street, o movimento nos EUA que protesta contra a situação econômica do pais (resumidamente falando), certo? Mas qual a relação dele com os gibis?
Você já deve ter ouvido falar do Occupy Wall Street, o movimento nos EUA que protesta contra a situação econômica do pais (resumidamente falando), certo? Mas qual a relação dele com os gibis?
Alguns roteiristas de quadrinhos, quando querem e têm liberdade para extravasar suas ideias, fazem obras fantásticas. Exemplos disso são obras como V de Vingança de Alan Moore, Sin City de Frank Miller e Casos Violentos de Neil Gaiman; e é sobre essa genialidade que surge da liberdade que vou abordar hoje numa das histórias de Grant Morrison que acho mais divertidas: Como matar seu namorado.
Todo mundo que lê HQ já têm suas preferências sobre roteiristas, desenhistas e/ou títulos. Também já discutiu com alguém quem são os melhores e quem são os piores. Óbvio que existem MUITOS roteiristas e desenhistas bons, mas essa coluna não é pra falar sobre alguém bom, é sobre alguém FODA. Não um cara que só fez um trabalho bom, mas um cara que fez e ainda faz vários trabalhos bons. Se você curte bastante HQ já está acostumado com alguns dos nomes que vou citar nessa coluna. Se você não os conhece, então trate de conhecê-los.
Então vamos começar com roteiristas.
Alan Moore
Um dos deuses do roteiro, Moore nasceu em 1953, usou drogas na adolescência e é considerado por muitos um velho louco. Mero engano, o cara é o melhor roteirista de HQ. Suas obras são bem elogiadas pela crítica e pelos fãs e são mundialmente famosas. Moore escreveu alguns títulos marcantes como V de Vingança, Monstro do Pântano, A Liga Extraordinária, Do Inferno e também criou o personagem John Constantine. De suas obras, duas se destacam mais. São elas A Piada Mortal, o que eu considero a melhor obra dele, e Watchmen, que foi um marco nos quadrinhos, apesar de ser uma história bem fraquinha. De suas obras literárias, 4 já viraram filme e a uma quinta produção (Watchmen) está sendo feita.
Frank Miller
Não é porque Moore é o melhor roteirista de HQ que os outros são ruins. Miller não fica muito atrás, não, o cara também é um gênio dos quadrinhos. Nascido em 1957, além de roteirista também é desenhista, começou a sua carreira como freelancer em várias editoras e foi na Marvel que ele se destacou, com um trabalho do Homem-Aranha. A partir daí Miller fez um trabalho memorável com Demolidor, criando a ninja Elektra, e com a saga A Queda de Murdock, considerada a melhor história do Demolidor.
Entre suas várias obras, as de destaque são Ronin, Sin City, 300, Batman Ano Um, The Dark Knight e The Dark Knight Returns. Sendo que The Dark Knight é a sua obra mais conhecida e aclamada, pela crítica e pelos fãs. The Dark Knight redefiniu o Batman que conhecemos e foi uma inspiração para Moore escrever A Piada Mortal e Grant Morrison escrever Asilo Arkham.
Miller também tem destaque no cinema. Escreveu o roteiro de Robocop 2 e 3, e sua obra Sin City ganhou uma adaptação, assim como 300.
Neil Gaiman
Dos três melhores roteiristas, Gaiman é o mais novo. Nascido em 1960, o roteirista é mundialmente famoso pela sua obra Sandman. Gaiman começou a escrever quadrinhos após se tornar amigo de Alan Moore, resultando nas obras Violent Cases e Signal to Noise. Logo após, Gaiman escrevou a minissérie Orquídea Negra e em 2004 escreveu 1602, outra série bem elogiada pela crítica. Apesar de Gaiman não ter escrito tantas HQ’s ele é sim um ótimo roteirista e escritor. Gaiman publicou os Livros da Magia (algo parecido com Harry Potter), e também escreveu várias canções, poemas, novelas (como a Neverwhere). Gaiman também participou da produção do filme Beowulf e sua Graphic Novel Stardust ganhou uma adaptação para o cinema.
Recentemente Gaiman está trabalhando na nova saga do Batman.
Fazendo uma análise geral sobre esses três grandes roteiristas, os três são geniais e têm um papel muito importante nos quadrinhos, seja como fonte de inspiração ou derrubando portas. Por exemplo, as obras de Miller sobre o Batman foram inspiração para muitas outras obras sobre o morcego e também para alguns filmes, assim como Watchmen, de Moore, e Sandman, de Gaiman, contribuíram muito para uma evolução nos quadrinhos e também para a visão que a grande massa tinha sobre eles. Até então, os quadrinhos tinham uma linguagem meio infantil e não eram vistos como grandes obras literárias.
Esses são os 3 grandes escritores do mundo dos quadrinhos. Ainda temos outros bons escritores responsáveis por boas obras, mas não no nível desses três.
Semana que vem conheceremos os deuses dos desenhos e suas obras o/.
Que Mark Steven Johnson é um bastardo que deveria ser banido da sétima arte junto a Uwe Boll, você já sabe. Afinal, o cara dirigiu / cagou Demolidor, e dois anos depois escreveu / cagou Elektra. Não satisfeito, em 2007 o cara dirigiu / cagou Motoqueiro Fantasma. COMO um cara desses continua com um emprego?
Mas enfim, em uma das festas de encerramento da Comic-Con deste ano, Frank Miller e Jason Statham estavam no famoso tapete vermelho quando Statham soltou que gostaria de viver Matt Murdock, o Demolidor, nas telonas. Um jornalista, assim como você faria, disse ao cara que ele estaria mais para o Mercenário – e foi quando o cara disse que não quer nem SABER do Mercenário, ele quer mesmo é ser o Homem Sem Medo.
O mais espetacular é que Frank Miller, que atualmente está dirigindo Spirit e já fez a lição de casa na HQ do Demolidor, concordou. Até EU concordei, apesar de continuar achando que Jason Statham seria um Mercenário foda. Mas ele TAMBÉM seria um Demolidor foda, isso é fato. Com Frank Miller por trás disso, então, MELHOR AINDA.
Adaptações em alta, espero que, ao menos, algumas cagadas sejam cubridas. Mas também espero que essa putaria dure pouco tempo, já estou com saudades de roteiros originais.
Se você perguntar a um fã de Batman por que ele considera Frank Miller um gênio, provavelmente ele te responderá que é por Cavaleiro das Trevas. E não, não é do filme que estréia dia 18 agora que eu estou falando. É da HQ criada por Miller que fala de um futuro apocalíptico, em que Bruce Wayne é um velho perdido, esbravejando contra uma sociedade sem heróis que ele mesmo ajudou a formar. Genial ou não, a graphic novel é muito lembrada, ainda mais do que Batman: Ano Um. Só que, se Christopher Nolan leu algum quadrinho antes de dirigir Batman Begins e Batman – Cavaleiro das Trevas foi o Ano Um.
A história sintetiza os primeiros momentos do Homem-Morcego em ação, quando ainda não era um vigilante experiente e não conhecia o seu… “Público”, saindo sem uniforme pelas ruas, apanhando mais do que batendo. Não que ele seja derrotado, mas é óbvio que Alfred se mostrou extremamente eficiente como médico quando Bruce chegava em casa com mais do que uns simples arranhões. Ano Um se caracteriza por ser bem mais real, apesar de citar algumas vezes o OUTRO super-herói da DC que mora em Metrópolis. Nessa mini-série não há super-vilões, apenas a participação curta de uma certa “inimiga mui amiga” do Batman, enquanto ele lida com a corrompida Gotham City.
Falando em Gotham City, James Gordon é ponto crucial da história. Os fãs já estão cansados de saber da relação que ele e o homem-morcego partilham, e em Ano Um vemos ela sendo construída. Jim chega á Gotham como tenente e, assim como Bruce Wayne, fica revoltado em ver uma polícia tão podre e começa a tomar atitudes. O personagem se torna o co-protagonista de Ano Um e dá pra perceber a dualidade entre ele e o Cavaleiro das Trevas. Enquanto o policial trabalha na luz, procurando transformar e edificar uma nova central policial (E acabar virando o futuro Comissário Gordon), o playboy trabalha na escuridão, tentando fazer o mesmo efeito. Ao contrário do sempre “Luto sozinho” de Batman, o jovem guardião de Gotham busca aliados em pessoas que tenham caráter parecido com o dele, sabendo que não pode cuidar sozinho de uma cidade tão grande.
Lembram que eu falei antes que Nolan bebeu muito de Ano Um? Pois é… Em uma determinada sequência da HQ eu vi praticamente um trecho do roteiro de Cavaleiro das Trevas. Gordon visita Harvey Dent (É, o promotor com o sorriso Colgate dos cartazes do filme) pra questionar se ele poderia ser o Cruzado de Capa.Fato: Mesmo sendo tão elogiado, Ano Um não é perfeito. Vemos Batman em situações estarrecedoras e queremos mais. Só que a história simplesmente acaba com nossas esperanças… Do nada. É curta, fazer o quê, mas vale a pena ser lida e serve muito bem para quem quer conhecer o personagem. E deixem de ser noobs e vão nas livrarias comprar. É fácil.
Batman Year One
Lançamento: 1989
Arte: David Mazzzucchelli
Roteiro: Frank Miller
Número de Páginas: 148 páginas
Editora:Panini Comics
Antes de qualquer outra coisa, saiba que esta revista não tem quase nada a ver com o novo filme (somente o design do Batmóvel), apesar de terem nomes semelhantes. Fã declarado do personagem, o roteirista e desenhista Frank Miller sentiu-se honrado ao ser chamado para escrever uma história para o Batman. Mas um pequeno e simples fato o incomodava: Miller passou sua infância lendo as histórias do detetive, e o seu pesadelo de se tornar mais velho que Bruce Wayne tornou-se realidade. Isso ele não podia aceitar. Daí surgiu a idéia central de “The Dark Knight Returns”, um dos maiores clássicos do Homem-Morcego.
A história se passa vinte anos no futuro, em uma das realidades alternativas da DC (chamadas de “Elseworlds”). Desde que Jason Todd, o segundo Robin, foi assassinado pelo Coringa, Bruce Wayne abandonou seu serviço como protetor de Gotham City. Muita coisa mudou nesse tempo. Super-heróis tornaram-se uma raridade, assim como super-vilões. Os criminosos comuns aproveitaram para tomar conta das ruas. Mas a maior ameaça são os “Mutantes”, uma gangue de deliquentes juvenis. As coisas começam a mudar quando Wayne decide financiar a rehabilitação de Harvey Dent, o Duas Caras. O lado ruim de Dent fala mais alto, e ele retorna ao crime assim que deixa Arkham. Bruce Wayne veste seu uniforme novamente, e prende Dent. O cavaleiro das trevas está de volta a Gotham, e está na hora de limpar as ruas.
Durante as quatro edições da mini-série, Miller deixa explícito que seu Batman é bem diferente do qual estamos acostumados. Ele não combate o crime porque sente que é o seu dever, nem para evitar que pessoas sejam feridas (como aconteceu com seu pai), mas porque ele adora essa vida repleta de perigos. E para completar a polêmica, o Batman de Miller é alcoolatra. Os outros membros da Liga da Justiça também aparecem com uma personalidade mais densa (para não falar “escrota”). O Superman, que parece não ter envelhecido, trabalha para o governo dos Estados Unidos em troca de proteção para seus antigos companheiros da Liga. Ele mostra-se insatisfeito com seu trabalho, e sua existência é quase que um mito. O Arqueiro Verde agora age como um terrorista. Apesar de ter perdido seu braço esquerdo (ele alega que o Superman é o culpado) e estar velho, ele continua sendo um homem perigoso, assim como o Batman. Outros personagens também ganharam versões psicologicamente agressivas e visual mais sombrio.
Uma outra mudança notável da versão regular para a de Miller, é o Batmóvel. O que antes parecia um carro de fórmula 1 fortificado, agora está mais para um tanque de guerra preto. Creio eu que isso tenha sido feito para adaptar o carro á personalidade de seu motorista. Se o Batman de Miller é agressivo e de certa forma louco, ele precisa de um veículo mais destrutivo. Outra adição interessante ao arsenal do Homem-Morcego, é a bat-armadura (não tem nome na revista), uma espécie de exo-esqueleto que ele usa em certo ponto da revista para combater um oponente muito mais forte que ele.
A arte de Miller, como sempre, mantém seus traços únicos. Linhas grossas, personagens robustos e fortes e cenas de ação impactantes (os punhos desenhados por Miller dão a idéia de serem de aço). Apesar de colorida, a revista contém tons de cinza para deixar a narrativa mais densa. TDKR é a minha história predileta do Batman , e a que me fez procurar os outros clássicos do personagem. Foi originalmente publicada em 1986, mas várias compilações já foram rlançadas e relançadas desde então. Um volume de capa dura está á venda, entitulado “Absolute Dark Knight” e custando exorbitantes 100 reais. Se quiser poupar seu bolso, faça uma visita as lojas online.
The Dark Knight Returns
Lançamento: Ano
Arte: Frank Miller
Roteiro: Frank Miller
Número de Páginas: Muitas
Editora:DC