A semana de um gamer ocupado [3]

Nerd-O-Matic quinta-feira, 12 de junho de 2008 – 13 comentários

Cês são um bando de frango que joga pouco. Então vou continuar contando pra vocês o que estou jogando, pois preciso desovar essas experiências gamísticas a fim de poder abandonar os jogos em questão e partir para outros novos.

“Novos” em termos, claro. Aliás, ótima deixa para eu começar com:

The Firemen (Super Nintendo)

Pois é, já me diverti o suficiente com o Super Metroid e tava pensando em largar do emulador de novo. Aí né, eu tava assistindo um canal aí de tv a cabo e começou a passar “Cortina de Fogo” (Backdraft), um filme de 1991. Não sei se vocês conhecem, mas é aquele tipo de filme que sempre que passa eu assisto. A história é do caralho, embora não interesse aqui. O que interessa é que tem Robert de Niro, Kurt Russel, e é um filme de BOMBEIROS, cara.

Meu, quando eu era pequeno eu tacava fogo em coisas só pra apagar o fogo mijando nelas depois. Eu tenho certeza que eu tenho um desejo frustrado de ser bombeiro. Aí o filme terminou e eu fiquei pensando “porra, seria um tesão jogar um jogo de bombeiro agora; por que esse tipo de merda não existe?”

OLOLCO, não existe jogo de bombeiro e nem jogo de sonda anal.

Aliás… mangueira… sonda anal… estão sentindo um padrão aqui? Acho que gosto de enfiar coisas compridas nos outros. Coisas invasoras, coisas que esguicham. Como eu sou agressor. Se um dia me pagarem cerveja no bar tentem não me irritar, ok?

Mas ok, fui pesquisar pra ver se existia algum jogo de pegar na mangueira e sair esguichando. Foi assim que achei essa pérola vídeo-gamística chamada “The Firemen”, um jogo de 1994 para o Super Nintendo. Eu nunca tinha ouvido falar desse jogo na minha época de jogador do Super NES, o que me faz pensar que ele nunca fez muito sucesso. Esquisito, pois o jogo é bom. Acho que o jogo virou meio “cult”, pois hoje em dia é relativamente fácil achar a ROM pra download.

Legal o jogo cara. Bem legal. Ele quebra um pouco a narrativa-padrão dos jogos do Super NES que faziam sucesso na época e até que é bem inovador. O objetivo do jogo inteiro é chegar no topo do prédio da Metrotech, para acessar o reservatório de água e acabar com o incêndio que acometeu o edifício. Assim, você vai passando por todos os andares, enfrentando um tipo de problema diferente em cada um. E o tempo todo tu vai apagar fogo com sua mangueira, claro. Não tem menus ou pausa entre as fases, e o lance todo se torna uma experiência contínua, sem muita interrupção, quase como um filme. Se fosse feito com a capacidade dos consoles atuais, imagino que a experiência ficaria bem interessante, quase como os survival-horror que temos hoje em dia.

E durante o jogo todo é você com uma mangueira e o seu companheiro com um machado, controlado pelo computador. E, que surpresa, é um dos personagens controlados pelo computador mais eficientes que eu já vi no Super NES. Ele realmente te ajuda, e você não precisa dar nenhum tipo de comando pra ele. Espetacular, considerando a extensão do jogo e a limitação de ações que você tem.

Recomendo que você dê uma olhada, se não conhece. O jogo vai ficando difícil conforme você sobe os andares. Mas é uma experiência única mesmo assim. Não lembro de nenhum jogo similar desde então.

Echochrome (Playstation Portable)

Taí um jogo que não disseram que sairia do Japão, mas acabou aparecendo em inglês. Estou jogando desde que peguei a versão japonesa do jogo e ele é… interessante.

O objetivo é simplesmente levar o seu personagem do ponto A até o ponto B do cenário, e pra isso você precisa manipular o ambiente. Na verdade você apenas gira o cenário onde o personagem está, em todas as direções possíveis, a fim de descobrir e criar novos caminhos até o ponto de chegada estabelecido.

Esse jogo me lembra dois jogos bem distintos: Crush (PSP) e Super Paper Mario (Wii). A premissa de mover tridimensionalmente o cenário para resolver problemas é pouco explorada nos jogos em geral, extremamente lineares no que oferecem aos jogadores. Echochrome é muito econômico em termos de gráficos, e todo o esforço foi colocado mesmo na jogabilidade e no lance de FODER SUA CABEÇA pra fazer você encontrar a solução de cada cenário.

Puzzlezinho interessante para o PSP, e bem diferente do que estamos acostumados a ver. Se torna frustrante com o tempo, então eu não consigo jogar por horas seguidas. Ele fala um pouco sobre como sua mente funciona, e sobre o fato de que ás vezes não adianta ficar insistindo por muito tempo em um problema que você não consegue resolver; a melhor coisa a fazer é largar o console e voltar ao jogo depois. Certamente um jogo que apela mais para jogadores maduros.

Front Mission 4 (Playstation 2)

Orra véi que saco, QUE SACO que foi pra achar esse jogo. Cês não sabem, mas eu sou totalmente fissurado em Front Mission; só perde pra fissura em Final Fantasy Tactics mesmo.

Mas então, a versão em inglês foi lançada em 2004 e desde então eu tô atrás desse jogo. Peguei faz uns dias, finalmente, e me enterrei nele desde então. Esse tipo de jogo tático/estratégico acaba comigo.

As críticas ao jogo não foram tão boas, mas gamer na fissura não liga pra essas coisas, cês sabem do que tô falando. É alucinante poder jogar mais uma vez Front Mission, porque eu não jogava desde o último que saiu pro Playstation 1. As batalhas continuam enormes, durando turnos e mais turnos, exatamente como um jogo de mechs deve ser. Nada se compara com você ir destruindo os mechs inimigos aos poucos, torcendo pro próximo tiro pegar direto no braço do inimigo que segura a arma. Aí o puto fica sem armas e começa a FUGIR FEITO UMA GALINHA pelo cenário. E daí, a grande satisfação de EXPLODIR o puto enquanto ele tenta fugir. Alegria é isso aí. Momentos mágicos do vídeo-game.

Fora as batalhas, o que continua emocionante é fazer a customização dos mechs da sua equipe. Porra, milhares de armas e peças diferentes pra ficar combinando e fazendo funcionar. Junte isso com o monte de habilidades específicas que cada piloto pode comprar e taí a receita pra ficar horas só mexendo nos menus do jogo, personalizando o seu mech pra ele ter uma vantagem de, sei lá, 20 hp em relação ao inimigo. E o pior é que 20 malditos fucking hps fazem a diferença nesse jogo. Incontáveis vezes você fica com… 2 hp no seu braço que segura o escudo. Aí cê toma um tiro de shotgun que deveria te botar no chão, mas o escudo absorveu os tiros. Aí você teve exatamente o UM TURNO que precisava para estourar o inimigo com o teu piledriver. Alegria. Momentos ansiosos do vídeo-game.

Doente, esse jogo é pra nego doente. É o mesmo tipo de doente que curte Final Fantasy Tactics. Não é á toa que os dois são crias da Square. Ah, tem a história. Aquele popular e conhecido enredo de confronto entre nações, conflitos políticos internacionais e tals, tudo sempre ambientado em um futuro próximo. A história é interessante nessa quarta versão, mas confesso que só o lance dos mechs, das armas e do combate estratégico por turnos já me faz perder todas as horas possíveis de se perder num jogo. Alegria. Momentos… obsessivos do vídeo-game.

Queria jogar o Front Mission 5. Mas só tem em japonês. Bando de puto.

Ok, isso encerra o que estou jogando ultimamente. Na próxima semana retomaremos temas irreverentes ligados á experiência de um jogador hardcore: EU. Noobs.

Overdose Sci-Fi: Jogos que piram o cabeção

Nerd-O-Matic quinta-feira, 15 de maio de 2008 – 7 comentários

Aproveitando o Overdose Sci-Fi, resolvi trazer para essa coluna alguns jogos que me marcaram pelo tratamento sério que eles dão ao tema ficção-científica, além de serem jogos DO CARALHO de bons.

Ficção-científica e mundos fantásticos são temas recorrentes nos vídeo-games, claro. Os produtores se aproveitam do desejo natural de escapismo dos jogadores pra vender seus jogos com apelos de mundos futuristas, épicos, utópicos e com alienígenas armados de sondas anais; é por este motivo que os jogos com esses cenários… abundam (heh). O difícil é a gente ver jogo bom com esses temas (Não achei nenhum com sonda anal, ok? Quem sabe na coluna da semana que vem.). Vamos ver se vocês concordam com a minha lista dos melhores jogos sci-fi que EU já joguei.

Como a lista é minha, desnecessário dizer que só falei aquele “vamos ver se vocês concordam” por educação. O que eu quis dizer é “vocês que se fodam se não gostarem, porque vocês têm mau-gosto mesmo”.

Warhammer 40,000: Dawn of War (2004)

“In the grim darkness of the far future, there is only war.”

Puta jogo de estratégia em tempo real, baseado num puta jogo sci-fi de miniaturas. Aliás, essa foi a primeira tentativa de transformar o jogo num vídeo-game que deu certo. Todos os personagens são absolutamente ignorantes e violentos, o que é uma beleza num RTS. Pra mim esse jogo foi o sucessor espiritual de Starcraft, já que foi o único jogo de estratégia no PC que me emocionou tanto quanto o filhote da Blizzard. Além da beleza das cutscenes e dos vídeozinhos, ele te coloca no clima de um futuro violento onde raças intergaláticas brigam pelo controle dos planetas, e te mantém no clima de porrada-além-mundos até o final. Obra-de-arte da porradaria.

Saca só o pau comendo:

Time Commando (1996)

Graças á compra da minha placa Soundblaster 16 em 1998, pude entrar em contato com esse jogo totalmente despretensioso e altamente satisfatório. Ele veio de brinde com a minha placa, e o desdém que eu senti pelo “jogo de grátis” logo foi substituído por dois dias seguidos de jogatina pra chegar no final da parada. Ele lida com o tema extremamente batido da viagem no tempo, mas foi implementado de uma forma tão legal que é impossível largar do jogo. Você realmente passa por todas as fases desde a pré-história até o futuro, e as fases não são apenas variação sobre o mesmo tema; cada uma delas têm um feeling diferente, e dá pra perceber o amor dos desenvolvedores pelo que estavam fazendo. A sensação de derrotar um tigre-de-dentes de sabre NA PEDRADA é uma das melhores coisas de que lembro.

Dá uma olhada na fase final do jogo, quando ele fica mais pirado:

Final Fantasy VII (1997) e VIII (1999)

O 7 e o 8 foram, na minha opinião, os melhores da série toda até hoje. Não vou discutir com vocês, eu estou certo. Independente do que vocês acham, aí estão dois belíssimos exemplos de como os temas sci-fi combinam 100% com a série. Foram absolutamente bem implementados, particularmente no 8, que abandonou de vez as baboseiras fantasiosas e medievais. O tema futurista apelou tanto pra mim que tenho quase certeza que o Final Fantasy XIII deve novamente reestabelecer o padrão do que é um rpg sci-fi. É a Square, porra.

Cês não precisam ver MAIS vídeo de FFVII né? Fiquem aí com a versão orquestrada de “One Winged Angel” então, a trilha do Sephiroth:

E, pra não perder a prática, a abertura de FFVIII:

Front Mission (1995)

Não tem muito o que falar de Front Mission, a não ser que é a minha série preferida de estratégia depois de Final Fantasy Tactics. O meu preferido é o FM3, onde eles finalmente conseguiram aproveitar toda a capacidade gráfica do PSX pra fazer um puta jogo de mechs se quebrando. A história também era legal e ajudava, mantendo um clima de guerra mundial, com tensão entre blocos de nações fictícias que se tornaram marca registrada da série. Eu curtia muito o aproveitamento que eles fizeram do conceito de internet no jogo, que funcionava melhor ali do que a internet da vida real, por sinal. Wanzers: uma vez que você entra em contato com eles, é impossível de esquecer.

Mechs em batalha não ficam melhor do que isso:

R-Type (1987)

Crássico shooter. Crássico. Um jogo de tiro dificilmente fica mais crássico do que R-Type. Em todas as suas versões (menos nessa última que saiu pro PSP, claro) R-Type possui a elegância de um bom jogo de tiro, com fases criativas e chefes sempre desafiantes. Nem lento nem rápido demais, perfeito. Tudo completado pelo maravilhoso conceito do Império Bydo, uma raça alienígena com o plano batidaço de atacar a Terra. Seria imbecil e clichê, se o pessoal da Irem (desenvolvedora do jogo) não fizesse questão de criar todo um mito e um cabedal de informações sobre os invasores, sempre disponibilizando o máximo de material extra nos jogos, a fim de dar as cores certas aos invasores. R-Type Final, com sua centena de naves disponíveis, é orgásmico pra qualquer fã de shooters.

R-Type Final: de trincar os corno.

Wipeout (1995)

Fui conhecê-lo no PSX, claro. Esperava só mais um joguinho genérico de corrida mas acabei encontrando o jogo que me faria parar de jogar F-Zero pra sempre. Wipeout requer um dedicação absurda para que você finalmente consiga completar um circuito sem bater em nada, mas é extremamente compensador. O mais agradável é como o tema de corrida futurista foi bem aproveitado, desde os cenários pirados e utópicos, passando pelo desenho das naves (“Piranha” é crássico) e finalizando com a trilha techno, feita especialmente para os jogos da série. A produção de cada jogo Wipeout é irretocável, e o jogo transpira design e sofisticação. Pela própria natureza do jogo, ele só melhora com cada nova geração de consoles e, com certeza, a versão do PS3 deve chegar quebrando tudo.

Wipeout HD: esse jogo só melhora com o tempo.

Chrono Trigger (1995) & Chrono Cross (2000)

Muitos não gostam de ver Chrono Cross como da mesma família de Chrono Trigger, mas oras, deixem de ser pentelhos. São jogos de épocas e consoles diferentes, é claro que eles são diferentes. O que importa é que os dois trabalham de uma forma inovador com o conceito de viagem no tempo, conseguindo misturar de forma interessante o tema futurista com alguns conceitos tradicionais dos jogos de fantasia. Chrono Trigger foi totalmente inovador em sua época, e certamente é um dos responsáveis pelo alto valor nostálgico do Super Nintendo. Mas confesso que eu ainda gosto mais de Chrono Cross, o jogo é mais… polido… mais bem acabado. E com um enredo que ainda não se repetiu em outros jogos. Nota 10 pros dois.

A batalha final contra Lavos, um dos momentos mais emocionantes de um RPG no Super NES:

A excelência gráfica e sonora de Chrono Cross:

Caralho, faltou muito jogo pra falar. Vamos continuar isso na semana que vem, ok? Não vale a pena deixar o serviço pela metade bem agora, porra!

confira

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