Ressurreição de Heroes

Sit.Com terça-feira, 07 de outubro de 2008 – 4 comentários

Passado mais de um mês desde o início do fall season já dá pra ter uma idéia de que a temporada de séries americanas 2008/09 vai ser bem mais-ou-menos, nenhuma série encontrou uma audiência lá muito animadora, com exceção de NCIS (pois já não concorre mais diretamente com House), e muito menos críticas entusiasmadas. Por enquanto parece que a temporada ainda está engatinhando, porém já há diversas séries, principalmente as que foram renovadas em função da greve (ganhando uma segunda chance) que não durarão três meses no ar.

Em meio a este reinício de temporada, quero compartilhar com vocês da minha satisfação pelo retorno mais pé no chão de Heroes, talvez a série mais hypada depois de Lost. Claro que continuam os inesgotáveis erros de temporadas anteriores como: personagens em demasia (quem ainda aguenta Nikki, Mohinder, Maya), tramas repetidas (mais uma vez há um “salve o mundo”), tramas “encheção de linguiça” (Parkman, o policial que lê mentes, é o castigado do momento) e o subaproveitamento do carismático Hiro Nakamura, relegado ao papel de alivío cômico, perdendo sua conexão com a linha dramática principal, novamente, como ocorreu no vergonhoso segundo volume, ou 2ª temporada.

Assim como ocorre em diversas séries, em Heroes me vejo obrigado a me deixar levar pelos furos do roteiro, erros de enfoque da trama e atores ruins, parece que não dá para levar a série à sério. A diversão é ok, mas quanto à qualidade paira uma dúvida no ar. A impressão que tenho é que em algum momento a série vai estourar, vai conseguir extrair de todas as situações criadas tramas interessantes, cheias de tensão e suspense, mas não há um equilíbrio constante entre os episódios, na minha perspectiva em função do número exagerado de personagens. O público americano viu com desconfiança o retorno da série, audiência na faixa dos 10 milhões, não o suficiente para um show com tanta qualidade técnica e repercussão entre os fãs.

Nesses primeiros três episódios que pude conferir, os roteiristas de Heroes souberam trabalhar melhor os inúmeros ganchos de temporadas anteriores e, logo, responderam diversas questões sobre a misteriosa Companhia (não a de Prison Break, obviamente). A trama referente a família Petrelli, com Nathan envolvido em questões sobrenaturais, Peter (catapultado a protagonista da série) envolvido em viagens no tempo e Angela (finalmente descobrimos seu poder) chefiando a Companhia, está acima das demais subtramas juntamente com a trama de Sylar, se estreitando com os Petrelli, e a sempre interessante Claire e seu pai, Noah Bennet. Parece que a grande questão da temporada é quem são os verdadeiros vilões e heróis da série, podem haver trocas de time no decorrer da temporada, ficou instigante acompanhar o crescimento e as questões que envolvem estas escolhas.

Para os fãs brasileiros, uma boa notícia: o canal Universal Channel vai exibir a terceira temporada de Heroes a partir de novembro, infelizmente num horário bizarro, sexta à noite, mas fazer o quê? Vida de seriemaníaco é complicada no Brasil.

Heroes

Sit.Com terça-feira, 28 de agosto de 2007 – 6 comentários

Aproveitando a chegada do Box da 1ª temporada de Heroes, prevista agora para o dia 29/08, comento alguns detalhes desta primeira temporada, informações especiais do Box e algumas novidades da próxima temporada.

“Gente demais pra roteiro de menos”

A estréia de Heroes, criação de Tim Kring, responsável pelo seriado Crossing Jordan (exibido no canal USA, assim como o próprio Heroes), veio cercada de expectativa, pois um seriado televisivo sobre pessoas comuns que descobrem poderes gera um gasto óbvio com efeitos especiais que, normalmente, são exceção neste formato em função do orçamento, e utilizar efeitos com qualidade duvidosa com certeza afastaria a audiência principal do seriado que são os jovens.

Mas ao situar a trama de Heroes nos dias atuais favoreceu no controle do que se refere ao uso de efeitos especiais e ainda colaborou para ocorrer uma identificação imediata entre público e personagens, os perfis dos personagens são facilmente identificados por todos, há um nerd e seu fiel parceiro (Hiro e Ando), uma menina cheerleader e sua família (Claire), uma mãe que trabalha fazendo strip-tease para sustentar o filho (Niki e Micah) e um jovem que busca nas pesquisas do pai descobrir o porquê de seu assassinato (Mohinder). Ainda há alguns personagens principais, como Nathan e Peter Petrelli, o policial Matt e o assassino “sugador de poderes” Sylar, juntamente com uma dezena de personagens que participaram desta primeira temporada.

Uma característica de Heroes são seus chamados arcos, um conjunto de episódios envolvidos numa questão maior. Por exemplo, nos primeiros episódios temos a famosa frase “Save the cheerleader, Save the World”, que ficou marcado como primeiro arco de Heroes. Outra característica estrutural dos episódios são os cliffhangers. Explico, é aquela cena final onde ocorre um grande gancho para o episódio posterior (Heroes é um grande usuário deste método, assim como Lost). Além disso, o visual de Heroes é moderno e sua estrutura de narrativa lembra quadrinhos, tanto que o canal NBC, que produz e transmite Heroes, lançou no site do seriado, os episódios no formato de HQ.

No entanto, Heroes possui um grande problema em sua primeira temporada, seus roteiros são bastante irregulares com diálogos previsíveis. Isto se deve, principalmente, a dois motivos: 1) Heroes possui muitos personagens, sendo a maioria fracos ou pouco desenvolvidos (nem estou me referindo aos atores), como por exemplo, Mohinder e o núcleo da família de Niki, além disso, esta quantidade de personagens gerou durante quase toda temporada uma segmentação de situações que desperdiçou muito do conteúdo dos episódios (e da paciência do espectador); 2) o tamanho no qual Heroes se transformou após os primeiros episódios gerou uma repercussão muito grande por parte de fãs (principalmente na internet) sobre Heroes, criando uma expectativa positiva em cima do seriado que acabou por entregar um episódio final fraco (How to Stop an Exploding Man), onde os conflitos de toda uma temporada foram resolvidos de maneira decepcionante.

No entanto, é inegável a maneira como o seriado seduz o espectador, sua aura “cool” e “hypada” (claramente, dirigido para o público jovem) também conquista o espectador comum á procura de uma história que tenha aventura, suspense, comédia e drama. Tenho esperança que pelas notícias desta quarta temporada (ler tópico abaixo) tanto no que se refere ao elenco como por alguns eventos já citados no episódio final, Heroes pode crescer mais ainda, principalmente, se Kring e sua equipe cuidarem melhor dos roteiros dos episódios, como ocorreu no melhor episódio da temporada, “Five Years Gone”.

Informações especiais sobre o box em dvd:

Making of da Série (espero que eles mostrem como fazem um episódio desde sua criação no papel até as gravações e pós-produção / Efeitos Visuais (não poderia deixar de ter aquela cena na qual Claire acorda no necrotério já sendo autopsiada, esta palavra existe?)/ Tim Sale e os Desenhos de Isaac Mendez (este deve ser bem interessante, a qualidade dos desenhos eram bastante impressionantes) / Perfil dos Personagens / Making Of de Dublês (vamos conhecer a ou o dublê da personagem Claire?) / Cenas Deletadas (não podem esquecer de colocar os erros dos atores)

O que está por vir na 2ª Temporada:

  • Quanto ao elenco principal parece que somente D.L. corre o risco de não voltar novamente (que pena, poderia citar mais uns cinco personagens nesta lista);
  • De novidades no elenco, a última aquisição foi a lindíssima Kristen Bell (a adorável protagonista de Verônica Mars) como a vilã Elle, Jessica Collins (a assassina das miniaturas desta última temporada de C.S.I.), David Anders (o vilão Sark, de Alias), entre outros;
  • A confirmação da minissérie Heroes: Origins, onde seriam apresentados novos heróis a cada semana, parece que a minissérie teria seis episódios, e já tem como diretor do primeiro episódio o nerd oficial de Hollywood, Kevin Smith (bastante conhecido do mundo das HQs), diretor de filmes como O Balconista e que, recentemente, participou de Duro de Matar 4.0 como hacker Worlock;
  • O episódio de estréia da nova temporada será dia 24 de setembro nos Eua (e nos computadores do resto do mundo) com o título “Four Months Later”;

Abaixo um promo da segunda temporada:

Heroes e Xmen: Uma relação íntima

Sit.Com terça-feira, 07 de agosto de 2007 – 5 comentários

O último episódio de Heroes passou no Brasil há pouco tempo atrás, e levantou muitas opiniões: o que aconteceu com Sylar? Peter e Nathan Petrelli estão vivos? E Hiro, o que ele vai fazer? Independente de essas questões serem respondidas ou não na próxima temporada, que tem previsão de estréia dia 24 de setembro, é algo que os fãs terão que esperar. Mas a questão que mais intriga a todos que viram os episódios é a seguinte: Onde foi que eu já vi isso antes?

Qualquer um que tenha visto um episódio da série imediatamente liga o que viu a famosa história dos Xmen. Afinal, na série já foi dito que os poderes vêm de mutações genéticas. Mas, até que ponto a série pode ser considerada uma cópia descarada dos heróis dos quadrinhos? Muitos fãs de Xmen com certeza já assistiram algum episódio da série, e fizeram suas próprias ligações. Eu mesmo, como um fã dos mutantes da Marvel, fiz minhas próprias ligações, como o poder de Peter Petrelli e de Sylar serem similares ao da Vampira. Ou como Candice Wilmer, subordinada de Thompson, ser capaz de mudar sua aparência nos mesmos moldes de mística. Mas também, existem vários outros fatores que tornam essa série única, diferente de todas as outras que tentaram explorar esse tema.

Uma líder de torcida, um candidato a governador, um relojoeiro, um ex presidiário, um policial, um enfermeiro, um funcionário de escritório, um pintor, e muitos outros. Se não fosse por causa de um gene mutante, talvez essas pessoas nunca soubessem uma das outras. E talvez seja isso que seja o maior diferencial da série, pois todos os personagens nao têm ciência de seus poderes, até que eles são despertados. A história toda gira em torno de um simples fato, a destruição de Nova York por uma explosão nuclear, feita por um dos “heróis”. Esse fato é previsto por um pintor, Isaac Mendez, que tem o poder de pintar o futuro.

Já Xmen, não existe uma causa de ser um mutante. Ele simplesmente nasce com o gene da mutação, que só se manifesta após algum tempo e pronto. Não existe muito que ele possa fazer para mudar sua realidade, ele simplesmente tem que conviver com isso, e agradecer por não ser um daqueles mutantes deformados. Os mutantes principais dos quadrinhos são tão complicados e cheios de problemas que você lê edições inteiras, e não acontece nada, deixando a sensação de “tá, e dai?”, que não ajuda nada no andamento da história, isso quando tem uma pra continuar.

Saber que uma história vai ter um fim pode ser muito decepcionante para pessoas que gostam de quadrinhos. Mas em uma série de TV, isso é o melhor dela, pois é em X número de episódios que ela tem que começar, criar os problemas, e resolver eles. Se vão ficar pra uma próxima temporada, o sucesso da atual é que vai definir isso. Nos quadrinhos, já é bem diferente. Se uma história esta funcionando, eles se alongam nela até que ela comece a ficar chata, maçante, que somente fãs mais ardorosos possam agüentar a história que deveria ser simples, mas que chega a um ponto em que os escritores ficam confusos, e a acabam de qualquer maneira, quando dão a eles a permissão de fazer isso.

Para você que é fã de quadrinhos, e para você que é fã de Heroes, digo apenas uma coisa: não há motivos para discutir qual é a melhor demonstração de o que é um mutante. Não há sentido em ficar falando que um personagem é plagio de outro. Desde o sempre, temos momentos em que algo parece igual a alguma coisa que já foi feito. Hoje em dia, a chance de você ver alguma coisa completamente original é praticamente nula. Felizes são Stan Lee, Jack Kirby, e Joe Shuster, que criaram seus personagens em épocas que tudo o que fizessem, seriam originais, como um extraterrestre que pula prédios, um cara verde que e uma equipe de jovens garotos com poderes incríveis, que não foram acusados de copiadores por um publico exigente, que simplesmente queria uma história para se divertir. Bons tempos em que o que importava era a diversão que uma história proporcionava, e não o quanto ela pode ficar no ar…

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