Dexter já está acabando e House já foi tarde. E agora? Quem curte um médico irônico e um serial killer sagaz, comofas? Pois a boa nova é que Hannibal vai virar série da NBC, que promete adaptar pra TV todos os livros e filmes sobre o serial killer canibal Dr. Hannibal Lecter. Interressante né?
É isso mesmo: O doutor Casa finalmente foi para o saco… Talvez até no sentido CSI da coisa (Porra, cagar regra assim logo numa primeira linha não é pra qualquer um). A questão é que ontem, dia 8, a Fox soltou no Facebookeste anúncio, falando sobre o fim da série.
Odeio quando fico com vontade de escrever alguma coisa. Sério. Afinal, eu só fico com vontade de passar um bom tempo na frente de um monitor quando eu realmente acho que o assunto vale a pena. Meu problema aqui é que House é uma série incrivelmente boa, e eu nunca conseguirei escrever um texto à altura. E acho que ninguém conseguirá, mas eu vou tentando. Vale dizer que, pra mim, o seriado é mais que um simples passa tempo: Virou rotina. Eu tô acostumado a passar uma hora por semana acompanhando o caso novo que ninguém consegue diagnosticar, bem como o desenrolar das relações entre os personagens da trama. Se passa uma semana e eu não tenho episódio pra assistir, sinto que tem alguma coisa faltando. E eu tenho razão: Não é como qualquer seriado bosta por aí, com piadas vulgares, risadas gravadas, personagens superficiais. House é um seriado INTELIGENTE; é um seriado sutil, irônico e, acima de tudo, viciante. Especialmente contando com os últimos episódios da sétima temporada – inclusive, se você ainda não chegou ao BombShell (Surpresa Estarrecedora) pense duas vezes antes de ler. continue lendo »
Ê, feriadão. Aposto que uma boa parte de vocês, assim como eu, tirou esses últimos dias para dar uma bela descansada. Particularmente, tirei o final de semana e o feriado para reassistir algumas séries e filmes que não via há algum tempo. Sexta à noite, assisti Clube da Luta, Quero Ser John Malkovich, Matrix e três dos seis episódios da série televisiva Lugar Nenhum, base para a HQ homônima de Neil Gaiman. Sábado e domingo, maratona Matt Groening: As 5 primeiras temporadas e os filmes de Futurama, e um ou outro episódio d’Os Simpsons quando me cansava da cara de Fry.
Deliciando-me com meu miojo com nuggets no almoço de domingo, enquanto olhava para minha Vertigo #10, preocupado com a perpectiva de, depois de quase três anos, finalmente debizar uma coluna por falta de criatividade. Mas, para infelicidade geral da nação, me ocorreu uma idéia: Quais séries televisivas, animadas ou não, dariam boas HQs? continue lendo »
Para não ficar uma coluna muito longa, sou obrigado a dividir esta semana que passou com incontáveis estréias e retornos em dois textos, até porque, sendo um ser humano que trabalha e vive, não terminei de ver todas as séries que gostaria de dar uma espiada, ou mesmo aquelas quais já sou fã. continue lendo »
Esperei algum tempo para comentar as temporadas de todas as séries que assisto, que não são poucas, pois algumas haviam ficado pelo caminho nas últimas semanas. Vou começar pelo dramas (novelinhas, médicos, policiais e ficção), fazendo um apanhado de toda temporada com somente alguns comentários para conseguir escrever sobre todas as séries. De antemão, posso comentar que a temporada 2008/09 foi extremamente irregular para quase todas as séries, talvez consequência da crise econômica, greve dos roteiristas e preguiça dos produtores e canais em apostar em séries mais criativas.
Após a explosão mundial nos 90, no reconhecimento das séries televisivas americanas, (antes denominadas pejorativamente de “enlatados”) principalmente, por buscar uma qualidade cinematográfica e tramas mais inteligentes e/ou dramáticas, vide o reconhecimento de séries como Arquivo X, Friends, ER e Seinfield, notadamente nos anos 2000 ocorreu uma evolução. Notem como houve uma valorização por personagens mais complexos, nem tão heróicos e muito menos vilões novelescos, mas sim, personagens mais humanos com suas qualidades e defeitos, verdadeiros anti-heróis.
Na coluna passada comentei alguns dos erros desta temporada 2008/2009, que estão prejudicando a audiência de quase todos canais americanos, sempre esclarecendo que esta crise se instalou já na temporada passada, na pré-greve dos roteiristas. O que se nota nesta temporada é que a maioria das séries (incluindo as séries de grande audiencia como CSI, Grey’s Anatomy e Desperate Housewives) está apresentando uma temporada apenas regular (quando não irregular), alternando bons/ótimos episódios com episódios esquecíveis ou apenas discretos.
Pois bem, hoje chegou a vez de invocar algumas séries que estão passando por um excelente momento, apesar de tudo. continue lendo »
É isso aí motherfuckers, semana de troca de colunas no AOE. Como o Théo é FDP, ele me passou logo a coluna com que eu tenho MENOS intimidade de todas: a coluna de séries do Sr. Paulo. E eu tenho que escrever essa merda bem na segunda-feira da ressaca pós-Aniversário-AOE-Bomba. Se foder.
Mas ok, felizmente eu tenho uma série que já foi abordada várias vezes aqui e sobre a qual tenho algumas considerações a fazer:
HOUSE M.D.
Quase tão bom quanto sake gelado com sal
House é certamente a melhor série disponível atualmente. Eu sei que essa parece uma afirmação polêmica pra vocês, mas isso é só porque vocês têm mau gosto pra tudo:
“Mimimi, mas Lost é melhor do que sake gelado com sal.”
Tá vai, Lost é genial: consegue ser interessante temporada após temporada, e estabeleceu uma nova forma de narrativa pra um seriado. Mas nemfudeno que é melhor que sake gelado com sal. E ainda por cima, vocês têm que concordar comigo que não existe forma coerente de eles terminarem Lost algum dia, depois de tantos ganchos e pontas soltas que ficaram depois das quatro temporadas. Lost virou uma questão de fé: você ignora as incoerências do roteiro e vai tentando se divertir na medida do possível.
Isso já é uma grande diferença em House, onde as temporadas são extremamente bem-amarradas e crescem em nível de complexidade e coerência. Você não vai perdendo a fé em House a cada episódio, você só consegue admirar a fineza e elegância da narrativa, que conseguem até mesmo colocar a Dra. Cuddy fazendo um strip-tease sem que isso fique vulgar ou injustificável. Aliás, fazerem um episódio inteiro na mente do House foi umas das melhores viagens que eu já assisti, comparável ali talvez apenas à “Quero Ser John Malkovich”. Nah, foi MELHOR do que “Quero Ser John Malkovich”. Pena que não botaram a Dra. Cameron na orgia.
Na real, eu preferia ter visto ela de calcinha
Outra coisa absolutamente espetacular em House, e que torna a série bastante superior a qualquer outra em exibição é que cada episódio possui dois níveis distintos de compreensão. Os roteiristas têm a manha de conseguir fazer com que cada episódio realmente seja uma unidade autônoma, contendo alto nível de diversão independentemente de você acompanhar ou não todos os episódios. Por motivos fora do meu controle, perdi a terceira temporada inteira da série, a acabei assistindo só depois de terminar a quarta temporada, que eu consegui acompanhar na boa, sem aquele stress de não saber o que tinha acontecido anteriormente.
Porém, para quem realmente acompanha episódio-a-episódio, aí está o filet mignon de House: poder descobrir aos poucos as sutiliezas dos relacionamentos entre os personagens, como a questão sexual pendente entre House e Cameron (desde a primeira temporada), ou ver como o Dr. Foreman acabou se tornando um House em miniatura e agora está inapelavelmente ligado ao House que tanto odeia. Eu quase perdi a fé quando a equipe original (Cameron, Foreman e Chase) foi dissolvida, mas isso acabou se mostrando uma tacada genial, já que a competição entre os novos pretendentes ao cargo desembocou na melhor temporada de todas. Mais de UMA DEZENA de novos personagens entraram, cada um com uma profundidade e dimensão que são quase impossíveis em episódios semanais de uma hora. E ainda conseguiram uma nova gostosa pra competir com a Cameron
Os caras tão apelando
E, finalmente, o mais embasbacante mesmo é acompanhar os roteiros dos episódios. Se você notar bem, todo episódio é absolutamente igual: um personagem quase vai pra fita com sintomas esquisitos e o House e equipe assumem pra descobrir o que tá rolando. Mas dentro dessa premissa clichê, surgem os episódios mais absurdamente bem-bolados em qualquer série médica. House tornou séries como E.R. absolutamente irrelevantes. Trazer a cada semana uma doença como personagem principal é um desafio grande demais pra qualquer outra série conseguir imitar.
Não sei se já deu pra perceber que eu pago pau pra House.
Independente da minha opinião, é um fato que a série revolucionou a maneira de fazer dramas médicos, e ao incorporar como personagem principal um comediante de mão cheia como Hugh Laurie. O cara vai morrer como Dr. House, lógico, mas quem é um pouco mais velho como eu, certeza que lembra de outra época espetacular de Dr. House:
Esses dois combinavam mais do que sake gelado e sal
A Bit of Fry and Laurie era o fino do humor britânico. E vocês podem ter certeza de que toda a acidez, ironia, sarcasmo e o timing perfeitos do Dr. House de hoje se devem aos anos que ele passou com o Sr. Stephen Fry ali em cima.
Nesta semana o canal Universal exibe a season finale de 4ª temporada de House, o episódios Wilson’s Heart, continuação direta da trama anterior, House’s Head. Talvez, atualmente, House seja a melhor série dramática (apesar do humor) da tevê americana em termos de protagonista. A série apesar da clássica estrutura “caso médico impossível da semana”, conseguiu nesta temporada desenvolver ainda mais seu já complexo protagonista, o inacreditável, em todos os sentidos, Dr. Gregory House.
***contém spoilers***
Com o surgimento da greve dos roteiristas, a 4ª temporada ficou dividida entre a seleção dos novos auxiliares médicos de House e a disputa de House e Amber pela atenção de Wilson. Nestes primeiros episódios a série acabou ganhando status de comédia devido ao alto teor de ironia e sarcasmo de House frente á seleção dos novos médicos (como não se divertir com as eliminações lembrando realitys shows tipo Survivor – fogueiras nas estacas – e The Bachelor – cerimônia das rosas?).
Como destaques a relação ambígua de House com Thirteen (sim, notaram como não sabemos o nome da personagem da bela Olivia Wilde), o bacana episódio Frozen (onde House trata uma psicóloga numa estação no Pólo Sul pelo computador, a química entre os dois é o ponto alto do episódio) e, obviamente, estes dois episódios que fecharam a season finale.
O episódio House’s Head é, sem dúvida, uma das melhores coisas que eu assisti neste ano, a fuga sempre eficiente da fórmula da série, o mistério envolvendo a memória de House, a montagem e o texto foram espetaculares. O episódio final, Wilson’s Heart, sobre a procura de detalhes sobre a condição de Amber (sempre bem defendida pela atriz Anne Dudek), o desespero de Wilson e a culpa de House, pode ter se mostrado menos criativo que o anterior, no entanto, pela primeira vez na série, me emocionei com a figura trágica de House. O final é tão dramático (e triste) que quase esquecemos que o humor preencheu quase toda a temporada; sem sombras de dúvida, Hugh Laurie é o melhor ator em cena nos EUA atualmente, não tem pra ninguém!
OBS.: durante a temporada senti a falta dos antigos personagens Cameron, Chase e Foreman (que voltou com maior participação já na metade da temporada), porém, mostra que os roteiristas arquitetaram muito bem esta temporada. Quem imaginaria que passaríamos oito meses e os três coadjuvantes, ainda presentes na abertura da série, não estariam de volta aos seus cargos. O que será que nos reserva a 5ª temporada, além do inevitável drama da cena final?