Lá fora, no mundo, Jornada nas Estrelas – Além da Escuridão já estreou. Existem milhões de reviews, opiniões e todo tipo de divagação sobre o lançamento da segunda parte da nova franquia de filmes encabeçados por J. J. Abrams. O negócio é promissor e como não podia deixar de ser, mês passado falei sobre o assunto aqui. Particularmente, não tenho nada contra esses filmes – pelo contrário, até falei bem deles no texto passado, me diverti com o primeiro e estou ansioso pelo segundo. Mas é sempre bom ver as coisas por novos ângulos, meditar sobre elas, isso ajuda a perceber aspectos que a galera levada na onda dos modismos geralmente nem suspeita. E depois tudo tem um lado feio. Aliás, dá até pra continuar o papo e fazer uma pequena lista dos problemas. Vem comigo.
Revolution, criada a partir das mentes geniais de Kripke e Abrans, conta a história de uma garota, tentando resgatar seu irmão que foi capturado por uma milícia, e que acaba se envolvendo com os rebeldes, que querem tirar o General Monroe do poder. Tudo isso, é claro, em um mundo sem eletricidade. Eu cheguei a falar dessa série por aqui, quando ainda estava longe de estrear, porém, após assistir dois episódios que não convencem, acho que todos chegamos a conclusão de que não passa de mais do mesmo.
No verão de 1979, um grupo de seis jovens estão usando uma câmera Super 8 para fazer seu próprio filme de zumbis. Numa fatídica noite, o projeto os leva para um solitário trecho de trilhos rurais, onde um caminhão colide com uma locomotiva em sentido contrário e um descarrilamento enche a noite com uma chuva de fogo. Então, alguma coisa emerge dos escombros, algo decididamente não-humano.
Lá ia eu, todo pimpão, pronto pra desperdiçar uns trocados pra desfrutar do filme do Lanterna Verde no cinema, quando descubro que só havia sessões em 3D pra essa grande obra cinematográfica. Logo, por razões exclusivamente financeiras ideológicas eu me decidi pelo Super 8, única coisa passando no recinto que parecia minimamente decente. E como o filme é legal e eu tou de bom humor, aí vai uma resenha do troço procês. continue lendo »
Terminada a temporada de season finales das séries americanas, nós, os fãs, começamos a procurar algo pra curtir enquanto não chega setembro. No entanto, os produtores começam a divulgar sinopses e atores envolvidos em suas séries, ou mesmo num grande golpe de marketing (pelo menos, para mim seria isto), vazar os episódios pilotos das séries novatas para observarem a reação na internet de críticos e curiosos.
Desde o ano passado este evento ocorre, a princípio nunca envolvendo diretamente os envolvidos. Para nós, série maníacos, serve para vermos o que nos espera na temporada que se aproxima. Estes pilotos vazados são chamados de pre air, pois ainda podem ser modificados conforme a repercussão dos mesmos. Convenhamos, é uma excelente idéia dispor de um episódio antes do início da temporada para ver o que as pessoas acham da série.
Se você acha que este instrumento de marketing seria utilizado somente por série desconhecidas sem grande apelo popular, está redondamente enganado: o primeiro piloto pre air vazado foi da série estreante mais comentada até agora, Fringe, do criador de Lost, J. J. Abrams (também no currículo a produção do filme Cloverfield – Monstro e do novo filme da cinessérie, como diretor, Star Trek, a.k.a., Jornada nas Estrelas).
Sinopse: Com um nome que faz referência a “Fringe Science”, ramo da ciência que estuda o que não pode ser provado ou justificado por meios convencionais, “Fringe” é centrada em Olivia Dunham, uma agente do FBI que investiga eventos inexplicáveis ao lado do doutor Walter Bishop, cientista internado em um manicômio, e seu filho, Peter.
Com todo o hype em torno da série, o piloto pre air de Fringe, na verdade um episódio duplo com 1h e 20 min., promete mais do que cumpre (sempre difícil julgar uma série por um episódio somente). Seria ela uma versão de Arquivo X, se isto será suficiente para segurar a série é mais um dos mistérios assim como os que o episódio piloto apresenta aos espectadores.
O elenco está ok, particularmente, achei bastante interessante a figura (e a voz) da protagonista, agente Olivia, somente Joshua “Dawson’s Creek” Jackson parece deslocado como alívio cômico, principalmente se levarmos em consideração o tom urgente e misterioso do piloto. Além disso, Fringe apresentou neste primeiro episódio bons efeitos visuais (assim como a grafia dos ambientes), visual e ritmo – apenas precisa cuidar para que os mistérios conspiratórios não sejam maiores que suas tramas (assim como ocorreu com sua série inspiradora Arquivo X em seus últimos anos).
Assim que assistir a algum outro episódio piloto pre air de outra série estreante, em seguida, já comento no Sit.Com com vocês minhas primeiras impressões. Alguns já estão na fila como Life on Mars US e True Blood.
Cloverfield pode ser uma experiência… diferente para alguns. Foi assim pra mim. Se você já assistiu A Bruxa de Blair, já está acostumado com o que está por vir: Cloverfield é rodado inteiramente em uma câmera em primeira pessoa, ou seja: um personagem filma o filme. É como se fosse real, manja? Como se aquilo realmente tivesse acontecido e filmado por um cara qualquer. Pra mim, este é um puta ponto alto no filme. E é só o começo.
É aquela história que você já sabe: Um monstro gigante invade Nova York. Destrói Nova York. Os minutos iniciais do filme são um tédio só; um pessoal está planejando uma festa de despedida para Rob Hawkins (Michael Stahl-David), que estava indo para o Japão. Hud (T.J. Miller) fica encarregado de gravar depoimentos das pessoas presentes e, quando as explosões começam, o cara não solta a câmera. E talvez este tenha sido o início perfeito para o filme: Quando você se vê de saco cheio, o filme muda de repente e você se vê DENTRO do filme.
Após sairem do apartamento, uma das cenas mais marcantes do filme: A cabeça da Estátua da Liberdade é jogada na rua, do lado onde os personagens estavam. Olha a imagem aí do lado. á partir daí começa uma correria pela sobrevivência e para saber o que DIABOS está acontecendo. Explosões, gritos, sangue… e até… bom, não vou continuar. Seria um MEGA spoiler contar o que tem de mais além do que todo mundo já sabe. Aliás, nem era pra vocês saberem sobre o monstro.
Câmera em primeira pessoa
Cara, a coisa fica extremamente envolvente e realista quando você vê que um dos personagens do filme está filmando aquilo tudo. É óbvio que a câmera fica com o cara mais chato da festa, e por muitas vezes ele só quer filmar sua amada… e isso não deixa de ser DO CARÍI. Realismo em um filme com um monstro gigante, véi. E AI de quem falar “mimimi, a bateria não acabava nunca?”, isso sim é deprimente. Enfim, como eu disse acima, este é o ponto alto do filme. Você se sente naquela zona, ás vezes é desesperador.
Personagens
Fizeram o dever de casa. Nenhum ator conhecido, e taí outro ponto alto do filme. Você não levaria a sério o Brad Pitt correndo de medo de um monstro sem procurar uma forma de roubar a banha do monstrengo pra fabricar sabonetes (Clube da Luta), por exemplo. Enfim, você não conhece NINGUÉM, e a coisa fica ainda mais real. Enfim, definitivamente, os caras fizeram papéis humanos.
Enredo
Sobrevivência. Humor negro. Um pouco de romance. Enfim, realismo. E um monstro enorme. Pra um desinformado qualquer, seria quase que obrigatório soltar a pergunta no fim do filme: “Isso aconteceu mesmo?”. Talvez eu esteja exagerando, mas eu achei tudo perfeito. O que você via? Uns TRECHOS do monstro, militares tentando o explodir, uma luta pela sobrevivência. Só faltou zumbis nesse filme, cara.
O Monstro
Não sei se poderia ficar mais assustador, até porque ele não aparece “completo”, basicamente. Mas ele faz um estrago respeitável, e parece ser invencível. Aliás, eu acho que… ok, isso também seria spoiler. Mas eu posso continuar: Eu acho que você devia ver o filme.
Correria frenética.
No geral, o filme agradou. Não concorre ao “melhor do ano”, mas tem um PINGO de inovação. E, olha só, quem sabe, QUEM SABE, poderá ter uma continuação. Será que mais alguém filmou alguma coisa?
Cloverfield – Monstro
Cloverfield (85 minutos – Ação / Ficção científica) Lançamento: EUA, 2008 Direção: Matt Reeves Roteiro: Drew Goddard Elenco: Michael Stahl-David, T.J. Miller, Jessica Lucas, Lizzy Caplan, Mike Vogel, Odette Yustman