Desde que comecei a ver filmes, perdi a conta de quantas vezes “passei as letrinhas”. E há quem faça isso até hoje: Dê um clique no controle remoto e pule todos os créditos iniciais. A culpa disso normalmente é da edição – que abusava de um fundo estático, letras básicas e música cafona. Porém, aberturas podem ser tão divertidas quanto (Ou até mais que) o próprio filme. A evolução do cinema trouxe resultados muito bons quando o assunto é esse, e hoje mostro aqui um apanhado de ótimos exemplos. Tem pra todos os gostos: Terror, ficção científica, super-herói, comédia e até cinema nacional. Dessa vez, no entanto, não há ordem de preferência, nem nenhum tipo de frescura classificação. Todas as aberturas aqui cumpriram o papel de serem suficientemente boas ao prenderem a atenção de qualquer expectador, cada uma à sua maneira, seja usando uma nova técnica, contando uma história ou usando uma música emblemática. Deixo claro também que procurei fugir das aberturas clássicas como Guerra nas Estrelas ou 007 (E suas 751.246 continuações). Essas até quem não assistiu conhece. Mesmo assim indico todos os filmes aqui citados e duvido muito que você não tenha visto ao menos três deles. Duvida? Então clica! continue lendo »
Até bem pouco tempo atrás, de “Indie” eu só tinha ouvido falar da música e mesmo assim sem entender muito bem o que era.
Indie made in Brazil
Segundo o Wikipedia, o termo Indie é uma abreviação (no diminutivo) de independent que se aplica na indústria de artes e performance, para os músicos, produtores e artistas que ainda não tem contratos de press and distribution e lançam os seus projetos independentemente.
E eu que pensava que era um estilo próprio. Vivendo e aprendendo.
Terminado o mês de junho, já podemos fazer uma daquelas listinhas que a maioria das pessoas fingem não gostar, mas, pelo menos, dão uma espiadinha nem que for para dizer que é uma porcaria.
Como o tempo foi escasso, particularmente para mim, os grandes destaques deste primeiro semestre foram mesmo os filmes que ganharam repercussão em virtude do Oscar (se você quer uma listinha dos melhores blockbusters espere o final da temporada e peça para o Théo).
Obviamente que alguns filmes ficaram de fora (e não interessa para você saber quais foram) e outros não foram vistos por este humilde cinéfilo que vos escreve (isto que dá trabalhar 12 horas por dia), então, no momento, estes seriam os meus filmes prediletos do 1º semestre de 2008.
O Orfanato
Único filme não falado em inglês da lista, mas com bastante destaque, principalmente se levando em consideração que o gênero, suspense sobrenatural, que anda bastante desgastado. Mérito do excelente roteiro, direção e da protagonista Belén Rueda.
Across the Universe
Se não me engano estreou no finalzinho do ano, mas pelas minhas bandas somente em 2008, então vale um destaque especial para o musical (também, com uma trilha como a dos Beatles disponível é até covardia). Bons números musicais, traminha simples (mas, eficiente) e uma reconstituição de época muito boa. Com certeza, All you need Is Love!
Antes que o Diabo Saiba que Você está Morto
Já merece uma menção pelo simples fato de ser dirigido pelo veterano (digo, véio mesmo, 84 anos) Sidney Lumet, diretor de obras como Serpico e Um Dia de Cão. No entanto, Lumet ainda conta com um trama ótima sobre um assalto que acaba dando errado, paro por aqui para não revelar mais nada a vocês, para serem surpreendidos pelos personagens do filme. No elenco, a destacar os sempre eficientes Philip Seymour Hoffman e Albert Finney, além do momento Fênix da atriz Marisa Tomei, que há anos devia uma boa personagem num filme decente.
Onde os Fracos Não Têm Vez
A filmografia dos irmãos Coen não é para um público amplo. Donos de um humor característico e de uma violência crua, seus filmes dificilmente encontram gênero de definição. Aqui não é diferente, ganhador do Oscar de melhor filme (entre outros), pode ser um drama ou um jogo de gato-e-rato, mas de qualquer maneira é um excelente filme, isto que nem comentei Javier Bardem como o assassino mais insano em décadas, Anton Chigurh (foto abaixo com sua peculiar arma).
Longe Dela
A capacidade de renovação do cinema é incrível, quem esperaria que a jovem atriz Sarah Polley, de filmes tão díspares quanto Vamos Nessa!, Minha Vida Sem Mim e Madrugada dos Mortos, poderia ter tamanha delicadeza e maturidade para dirigir e roteirizar um filme tão bonito (mas extremamente triste) sobre a terceira idade e o Mal de Alzheimer. Méritos também para o casal de protagonistas, Julie Christie (fantástica) e Gordon Pinsent (ator canadense desconhecido do público, mas narrador e força motriz do filme).
Na Natureza Selvagem
Já falei tanto deste fantástico filme de Sean Penn que vocês já devem estar cansados de ler, então se não assistiram levantem a bunda e vão alugar o dvd do filme nas locadoras!
Senhores do Crime
Cronenberg, assim como os irmãos Coen, possui certas peculiaridades em sua filmografia que faz com que tenha fãs ávidos por seus filmes e um grande público que não reconheça seu trabalho autoral. Sim, você deve conhecer este nome do clássico A Mosca, mas Cronenberg foi muito além deste filme em sua carreira. Nos últimos anos se reinventou (após alguns equívocos) e nos entregou dois filmes que discutem a violência de maneira díspare mesmo possuindo certa sintonia: Marcas da Violência e este do título. Além disto, o diretor achou um ator clichê, Viggo Mortensen, impecável em ambos os filmes, principalmente, neste último (conseguindo assim, exorcizar um pouco o Aragorn da lembrança das pessoas).
Desejo e Reparação
Longe de ser um filme mimimi, por se tratar de um filme de época com toques de romance, Desejo e Reparação talvez seja o filme que mais me acompanhou neste primeiro semestre, tanto que estou lendo o romance que originou a triste história de Briony. Contando com um belo elenco, como não elogiar Keira Knightley (também se livrando das amarras de sua personagem do blockbuster Piratas do Caribe), a pequena Saoirse Ronan e a participação especial da veterana Vanessa Redgrave (foto), além dos óbvios, cenários, figurinos, fotografia, trilha sonora e uma belíssima sequência filmada sem cortes (méritos do diretor Joe Wright)?
Juno
Merece destaque por ser a melhor comédia (mesmo com toques de drama) e possuir um dos roteiros mais bacanas dos últimos meses. Quem diria que um filme sobre uma guria grávida na adolescência poderia render tanto falatório sobre esta questão e as inúmeras referências pops que inundam o filme, ainda bem que a direção e o elenco estão em sintonia. Palmas para a natureza “metidinha” de Ellen Page como Juno, jovem atriz num trabalho excepcional, que belo ano para papéis femininos, reparem!
Efeito Dominó
Para não dizerem que há somente filmes sérios ou do Oscar, o último destaque vai para o thriller “assalto á banco”, Efeito Dominó, protagonizado pelo melhor ator de filmes de ação atual, o inglês Jason Statham (Adrenalina e Carga Explosiva). Sob a direção do competente Roger Donaldson (13 Dias que Abalaram o Mundo e Sem Saída), a trama do filme é baseada em fatos reais, retrata um assalto á banco que acaba por envolver gângsters, cafetões, bandidos chinelos, a Scotland Yard e a monarquia inglesa em pleno os anos 70. Uma boa opção para quem já estiver cansados de super-heróis nos cinemas!
Juno: Grande surpresa da temporada esta comédia com toques de drama que encara a gravidez na adolescência de uma maneira inédita e curiosa. Pontos para o roteiro pop cheio de referências e ao brilho da jovem atriz Ellen Page (a Kitty Pride de X-Men), perfeita no papel. A trama conta história de uma adolescente que fica grávida e toma a decisão de doar o filho para que um casal que não pode ter crianças próprias adote. Assim, ela precisa começar a lidar com alguns conflitos, tanto familiares quanto sociais, além de se relacionar com os pais escolhidos para seu filho. Tudo isso ainda tem como plano de fundo a descoberta de seus sentimentos por seu amigo mais próximo, um garoto da mesma idade e pai do bebê. Confira a crítica.
Onde os Fracos Não Têm Vez: Chegando de mansinho, o filme acabou ganhando os principais prêmios do ano passado, inclusive o Oscar de melhor filme, mas não se enganem: o filme não é para todos os públicos. Misto de faroeste/policial/drama, Onde os Fracos não Têm Vez deixa um inquietante final em aberto, que deve desagradar a maioria. No entanto, tem no elenco Javier Bardem (está soberbo no prêmio mais barbada da noite do Oscar, ator coadjuvante) e a instigante trama tem seus pontos altos, claro, imperdível para quem se interessou. Tudo se passa no Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo, Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém, para alcançar Moss, ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones). Confira a crítica.
Os Senhores do Crime: O cinema de David Cronenberg é garantia de filmes pulsantes, violentos e crus. No caso deste, as particularidades da filmografia de Cronenberg não fogem á regra. O submundo dos mafiosos russos é mostrado e muito bem defendidos pelos atores Viggo Mortensen (merecedor da indicação de melhor ator ao Oscar, o Aragorn de O Senhor dos Anéis) e o veterano ator (voltando á velha forma) Armin Muelle-Stahl. A trama deste thriller eletrizante é centrada na história da parteira Ana (Naomi Watts), que trabalha em um hospital em Londres e acaba testemunhando a morte de uma jovem garota durante o parto na noite de Natal. Ana acaba decidindo descobrir mais sobre sua identidade e sua família, para quem quer dar a triste notícia pessoalmente. No entanto, a busca acaba colocando-a em perigo quando ela se depara com o lucrativo negócio do tráfico de sexo, comandado por uma organização criminosa da Rússia. Não demora até que o caminho de Ana se cruze com o de Nickolai (Viggo Mortensen), um homem violento e misterioso e que acaba revelando ser muito mais do que aparenta.
Jogos do Poder: Filme bastante comentado como possível oscarizado deste ano que acabou sendo deixado de lado – unicamente Philip Seymour Hoffman ganhou uma indicação como ator coadjuvante. Talvez o grande problema do filme é sua interessante, somente, trama que pertence particularmente aos bastidores políticos dos americanos, mas não deixa de ser bacana ver um Tom Hanks bonaçhão como senador (figura real). Mas como crítica política, por vezes, se torna somente cômica. Na trama, início dos anos 80, a União Soviética invade o Afeganistão, o que chama a atenção de políticos norte-americanos. Um deles é Charlie Wilson (Tom Hanks), um homem mulherengo e polêmico que não tem grande relevância política, apesar de ter sido eleito 6 vezes para o cargo. Com o apoio de Joanne Herring (Julia Roberts, sumida há anos), uma das mulheres mais ricas do estado que o elege, e do agente da CIA Gust Avrakotos (Philip Seymour Hoffman), Wilson passa a negociar uma aliança entre paquistaneses, egípcios, israelenses e o governo norte-americano, de forma que os Estados Unidos financiem uma resistência que possa impedir o avanço soviético no local.
Cloverfield – Monstro: Filme que representa o que de melhor a internet pode representar para um filme: marketing viral e expectativas. Projeto do produtor J.J. Abrams (de Lost) que reuniu desconhecidos para criar uma espécia de Godzilla americano, vale uma espiada pela originalidade do projeto, mas é claro que sua câmera estilo A Bruxa de Blair deve desagradar a vários. Na trama, Rob Hawkins (Michael Stahl-David) mora em Nova York e está prestes a se mudar para o Japão. Ele reúne os amigos em uma festa de despedida, na qual pretende revelar sentimentos mal-resolvidos. Entretanto, um forte solavanco assusta os convidados. Todos buscam notícias sobre o ocorrido na TV, que diz que a cidade sofreu um terremoto. Ao chegar ao terraço para ver os estragos, o grupo nota uma bola de fogo gigante, seguida pela queda de luz na cidade. O pânico toma conta de todos, o que aumenta ainda mais quando eles enfim conseguem chegar á rua. Confira a crítica.
Atos que Desafiam a Morte: A brilhante diretora Gillian Armstrong explora a turnê britânica do maior ilusionista de todos os tempos neste suspense sobre a busca obsessiva de Harry Houdini por uma prova de vida após a morte. Houdini (Guy Pearce) é um astro internacional e sua incrível habilidade de contornar a realidade encanta audiências do mundo todo. Isolado pela fama e mergulhado em arrependimento, Houdini lança um desafio com o pagamento de uma alta recompensa para aquele que descobrir as últimas palavras de sua falecida mãe. Sua determinação o leva a ser alvo de vários golpistas, entre eles, Mary McGregor (Catherine Zeta-Jones) e sua filha Benji (Saoirse Ronan, a pequenina Briony de Desejo & Reparação), que aparentam possuir grandes poderes sobrenaturais, mas que na verdade têm motivos bem diferentes para cativar um relacionamento com o famoso mágico.