Uma das tragédias dessa vida é o jovem. Outra é ficar velho. E quando junta as duas rola um sentimento agridoce de vencer uma guerra e perder as duas pernas três, no meu caso. Pois eis que vi-me em meio à gente mais jovem que eu e que – ora vejam só – têm a leitura como hobby. E não, eu não encontrei na biblioteca e nem na livraria… E nem no prédio de humanas. E porram, é meio estranho você se deparar com gente que faz “atualmente” o que pra você já foi faz tempo.
Nem sei se dá pra chamar de meme, só sei que tive um misto de vergonha alheia e nostalgia aqui.
Como faz tempo que eu não discuto literatura. Sério, faz mor tempão mesmo. Tipo, sei lá, 2012? 2014 no máximo. E meu deus, é tão distante, saca? Parece que foi há tanto tempo… Eu não sei se isso é bom ou não, só sei que eu tô perfeitamente bem com isso.
Já tem coisa de uma semana que eu tenho me questionado bastante acerca dos meus hábitos de leitura, mais especificamente em como, quando e onde eu leio. Os temas e preferências continuam os mesmos de sempre, variando desde artigos científicos e descobertas recentes até memes e literatura infantojuvenil (Fazia tempo que cê não escutava essa expressão, não é?), mas de uns anos pra cá a logística da minha leitura mudou muito… Em outras palavras, eu leio muitos poucos livros.
Todas as imagens aqui serão stock porque foto de livro é redundante.
Não me lembro a última vez que peguei um livro para ler. É, pois é. Acho… Acho que foi ainda em 2016. A última vez foi há meses e meses atrás, e, creio eu, que muito da prática costumeira que construí através dos anos se perdeu: Leio mais devagar, preciso de mais atenção, tenho que reler mais vezes. E isso era algo que, pro meu eu de 2014, era impensável não só porque eu gosto de ler, mas porque, na época, era a coisa mais importante que eu fazia. continue lendo »
Não sei vocês, mas eu não sou o tipo que consegue ler no modo tradicional, sentado normalmente, numa cadeira, poltrona ou sofá, com o livro em mãos e uma fonte de luz de modo propício. Não, eu leio todo jogado, no lugar que for, muitas vezes com iluminação ruim e todo o pacote que “vai te fazer usar óculos em alguns anos”.
E sabe por quê? Porque a dona do meu corpo sou eu.
Estou fora de forma. Não, não estou falando da minha amável forma de barril, mas sim da minha capacidade de leitura: Não só estou mais devagar como estou me concentrando menos, estou lendo pior, estou tendo de reler mais e… Estou menos interessado na leitura. Vamos ao mea culpa.
Ler é um troço monótono e repetitivo por si só: Você abre o livro, revista ou o que quer que seja, prende os olhos lá na primeira linha e passa para a linha de baixo quando acabou a primeira; repete isso até o final da página, a vira, e começa de novo, folha após folha, até o final do livro. A graça de ler está no quê se lê, não na leitura em si, e isso é um daqueles problemas irrelevantes pra gigantesca maioria da população e que alguém oi, prazer tem que fazer alguma coisa sobre isso.