Qualquer um que entenda um pouco de literatura sabe que ela está cheia de personagens incrivelmente fodas, que marcam gerações e os infelizes movimentos literários, mas nos últimos anos, o que mais tem aparecido são histórias com fórmulas prontas, feitas para ganhar dinheiro e nada de personagens fodões, cheios de carisma e o caralho a quatro. Porra, é tão difícil assim criar uma mulher que não esteja lá para ficar nua na adaptação pro cinema?
Enfim chegamos a última análise sobre a obra de Jô Soares, e dessa vez o livro abordado será Assassinatos na Academia Brasileira de Letras. Este é o livro mais recente do Jô, e segue o estilo dos outros títulos já analisados em outros posts. Portanto, o que vamos ter a seguir é basicamente “mais do mesmo”. Talvez tenha sido por isso que eu não tenha gostado tanto deste último. Lembro que na época em que o li, tinha acabado de ler O Homem que matou Getúlio Vargas, e fui com uma sede tremenda atrás deste livro (Que na época era lançamento) achando que encontraria mais uma história envolvente e com as mesmas características dos outros títulos. Na verdade encontrei, mas era tão parecido que acabou perdendo a graça. continue lendo »
De vez em quando, andando por ai em bibliotecas ou livrarias, sou obrigado e escutar coisas do tipo: “Literatura brasileira é uma droga! Não tem livro que preste”. Tudo bem que nem todos os livros da nossa literatura são “bons” de ler (Digo bons querendo dizer agradável, tipo aquele livro em que você senta e não consegue mais parar de lê-lo), mas quer você acredite ou não, existem sim bons autores tupiniquins!
Obviamente que o conceito de bom autor é relativo para alguns, pois nem todo imortal da ABL é necessariamente um best-seller. Da pra pegar como exemplo Machado de Assis (Pressinto xingamentos em 3…2…1), que até hoje é considerado o maior nome da literatura nacional, mas dá pra contar nos dedos a quantidade de pessoas que possuem Memórias Póstumas de Brás Cubas como livro de cabeceira. continue lendo »
Não lembro do final do livro. Ponto. Parece que ele mandou o bastardo e a vadia pro exterior e levou uma vida de merda, sei lá. O que eu quero de verdade é a mesma coisa que tu, ele, nós, vós e eles querem: Saber se Ezequiel podia chamar Escobar de papai. Vou converter a história para os dias de hoje, pra ficar mais fácil. Veja bem:
Bentinho era daqueles meninos que, aos seis anos, teria dançado ragatanga; aos 10, pensaria em troca-troca, mas não faria porque o papai do céu acha isso muito feio. Aos 15, faria parte da família Restart e ainda seria virgem. Aos 30, provavelmente estaria morando com a mãe e ouvindo algum membro da falecida Banda Cine, em careira solo. continue lendo »
No começo do mês, o escritor peruano Mario Vargas Llosa foi consagrado com o Prêmio Nobel de Literatura. Para quem não o conhece, recomendo começar lendo Travessuras da Menina Má. O fato é que esse reconhecimento é mais do que merecido. Vargas Llosa é um escritor completo, daqueles que consegue ser profundo e popular ao mesmo tempo, com textos agradáveis, fluidos e leves. O tema central de seus romances é a natureza humana, que é abordada de forma sutil, o que o torna diferenciado. Eu me arrisco a dizer que ele é uma versão moderna e mais acessível de Machado de Assis. continue lendo »
Infelizmente não é um texto turístico sobre Assis, essa pequena cidade italiana. E também não é sobre o Chiquinho. O Assis a que me refiro é o Machado. Queria fazer um trocadilho infame agora, mas perdi essa aula na faculdade.