Este artigo faz parte de uma série Nostálgica. Veja a introdução aqui.
É, o cheiro de mofo está me afetando de alguma maneira, afinal, essa coleção é outra que é muito antiga. Pouco mais antiga que a vaga-lume, essa é com autores mais clássicos, que escreviam crônicas mais focadas em assuntos, que eram reunidos em cada edição temática.
Como disse, os autores dessas histórias são aqueles que eram já os bons da época. Nos volumes de crônicas, você podia encontrar desde Carlos Drummond de Andrade até Rubem Braga. De acordo com o site da Editora Ítica, a que publicava (publica) esses livros, essa coleção é outra que tem vários volumes, passando de 40 livros publicados. e no catálogo mesmo dá pra ver que, não importando o gênero, os autores que faziam cada volume eram os mais diferentes possíveis. Mas esse não é o caso. essa coleção é aquela que, em dia de chuva, e que não podia sair pro recreio comer a merenda, os professores como uns malas traziam da biblioteca pra sala, e obrigavam os alunos a ler pelo menos algumas páginas. Confesso que,se eu já não lesse antes de entrar no colégio, não seria lá que eu começaria, afinal, os próprios professores jogavam a caixa no meio da sala, e saiam pra fumar. Eram bons exemplos, por causa disso que não sou como eles. Enfim, chega de história por hoje. Pff, não sei nem mentir…
Lembro de ter lido todos os volumes de crônicas, e que elas eram as melhores que
eu tinha lido na época, mas eu ainda não conhecia outros autores, e por lá, era o único lugar que eu podia ler aqueles livros, então era só eu que lia tudo, sem deixar nenhum de lado. Até que depois, roubei eles, e podia ler em casa,sem problema nenhum. mas olha só, vou parar com histórias por hoje.
Enfim, como li o de crônicas, recomendo fortemente, e como tem um volume sobre histórias de ficção cientifica e de detetives, só de ver o nome dos autores de cada um, já tô indo ali na biblioteca conferir se valem a pena mesmo.
Este artigo faz parte de uma série Nostálgica. Veja a introdução aqui.
Taí uma coleção que tem literalmente, história pra contar. Com seus primeiros volumes lançados em 1972, o que dá para a coleção 35 anos de vida, esses livros foram marcantes para muitas pessoas.
Com suas histórias simples, que em pouco mais de 100 livros conseguiram cativar um grande público, esses livros são lançados até hoje. Apesar de suas capas serem diferentes de suas primeiras versões, o conteúdo que prendia o leitor a frente de cada volume,que raramente ultrapassava as 100 páginas, continua o mesmo.
Muitos dos escritores que agora tem uma carreira e livros conhecidos por aí, começaram com algumas histórias publicadas na coleção Vaga-lume. Marcos Rey, por exemplo, com 8 livros na coleção, alguns que você possivelmente já tenha lido, como o O rapto do Garoto de Ouro , Um cadáver ouve rádio e O mistério do cinco estrelas, todos protagonizados pelos mesmos personagens, teve seu reconhecimento nessa coleção. pelo menos, o meu reconhecimento. infelizmente, ele morreu no dia 1º de abril de 1999, então, nunca pude mandar um e-mail pra ele pra falar o que eu achava de seus livros, como faço com outros autores.
Mas é claro, entre tantos livros, muitos outros tiveram um grande sucesso, chegando a vender hoje em dia as novas edições com o mesmo fôlego de sua edição mais antiga. A ilha perdida, de Maria José Dupret, é um bom exemplo disso, com média de vendas de 10 mil exemplares.
E é claro, falar sobre uma coleção tão ampla assim é praticamente impossível, então, pra finalizar, algumas recomendações de livros essenciais para conhecer um pouco mais dessa coleção.
Os que disse logo acima, escritos por Marcos Rey são bons, então não deixe de passar os olhos pelas páginas deles. A Írvore que Dava Dinheiro, de Domingos Pelegrinni, e o O Escaravelho do Diabo, de Lúcia Machado de Almeida, são alguns que você não deve esquecer de ver. E também, de relembrar o momento em que você o leu, se for o caso de já o ter lido, é sempre legal abrir livros clássicos assim…
Muitos de vocês quando menores devem ter tido uma infância simples, daquelas que é igual a de todo mundo. mas, como nerd que sou desde criança, a minha foi um pouco diferente. eu era aquele que nunca saía de casa, ficava no meu canto lendo alguma coisa, cercado de coisas que eu gostava, praticamente trancado em meu próprio mundo. Então, presumindo que eu não sou o único que leu um livro antes dos 10 anos sozinho, vou falar sobre aqueles livros que nos acompanharam durante a nossa, ou quem sabe, só minha infância. portanto, vamos logo o que interessa, que é tentar recordar de todos os livros que podem ter formado o caráter de vocês, se é que vocês tem um. de clássicos da literatura até aqueles livros amarelos e podres que você era obrigado a pegar na sua biblioteca do colégio, vamos logo ao que interessa, antes que eu me sinta velho, e resolva cair aqui no chão.
Yéssica: tinha os livros do Marcos Rey, e eu lia muito uma coleção chamada “salve-se quem puder”, que você tinha que decifrar uns mistérios toscos antes de virar a página. E tinha “você escolhe o final”, que fica óbvio o que a gente tinha que fazer.
Então, você é um daqueles caras que acha ficção científica uma coisa muito chata. Toda aquela babaquice de Jornada nas Estrelas, ou aquelas histórias toscas com armas lasers e E.T’s. Uma puta viagem escrota, certo? Há mais de 30 anos, um certo grupo de escritores pensou a mesma coisa.
Como diria Hunter Thompson, o Sonho Americano estava morto. E alguém tinha que aproveitar a chance. Alguns loucos começaram a produzir algo completamente novo, nunca visto antes. A Ficção Científica era pano de fundo para as idéias mais bizarras e lunáticas, uma desculpa e uma arma para atacar com toda a força a chata realidade pós-anos 60.
O termo inventado foi cyberpunk. As histórias giravam em torno, geralmente, de ratos de computador drogados com todo o tipo de substância psicodélica conhecida e/ou inventada, envolvendo-se em pirações no meio de um mundo maluco demais para ser possível. Isso sem contar as invenções mais doentias sobre Implantes, Terroristas e Sexo. Vocês já leram sobre Transmetropolitan por aqui. E o espírito é Exatamente esse.
Imaginem, por exemplo, um romance sobre a Fixação Mórbida e Sexual em Batidas de Carros. Era essa a trama que J.G. Ballard explorava em seu livro “porno-bizarre” Crash, lançado em 1973, aonde jatos de porra voavam enquanto seus personagens envolviam-se propositalmente em acidentes de trânsito. O metal dos carros penetrando-se, as fraturas expostas e os corpos fundindo-se com as latarias…tudo com um grande apelo erótico.
O Experimentalismo era a palavra de ordem. Com grande influência, mesmo que talvez inconsciente, das idéias lançadas pelo pensador/anarquista/instigador de confusões Hakim Bey em seu livro TAZ, nomes como William Burroughs (geração beat ou proto-cyberpunk? hmm), o próprio J.G. Ballard e William Gibson iniciam um desenfreado ataque á chatíssima Realidade.
No final da década de 80, a revista americana Semiotext(e), conhecida pelo seu conteúdo subversivo e, por que não?, Nocivo á Sociedade, lança uma edição especial dedicada á Ficção Científica. A idéia? Aceitar somente contos que tivessem sido Vetados em outras publicações, por seus conteúdo Subversivos, Obscenos e Doentios. O nome? Futuro Proibido.
Além de contar com textos do trio já citado, a edição especial ainda publica bizarrices de Denise Angela Shawl, Sol Yurick, Bruce Sterling e mais.
Destaque para os incríveis contos Relatório sobre uma Estação Espacial Não Identificada (Ballard), O Pênis Frankenstein (Ernest Hogan) e Êxtase no Espaço (Rudy Rucker).
Mas o “sub-gênero” ficaria realmente famoso através do lançamento de Neuromancer, em 1984, de nosso amigo William Gibson. O romance ganha os famosos Nebula Award, Philip K. Dick Award e Hugo Award e torna-se um símbolo da nova geração de sci-fi.
É inclusive na trama de Gibson que é inaugurada a idéia da Matrix, que inspiraria a trilogia de filmes homônimos. A obra abria a Trilogia Sprawl, que contava ainda com os títulos Count Zero e Mona Lisa Overdrive.
Mas por que falar de tudo isso? Por que ficar resgatando essas velharias de quase trinta anos de idade? Simplesmente porque algumas dessas maravilhas ainda são publicadas. Você ainda os encontra em Livrarias e Sebos e você Deveria, caso curta a idéia de explodir a Realidade em pedacinhos e colar tudo de novo totalmente fora de Ordem, correr atrás e dar uma lida. Futuro Proibido ainda é publicado pela Conrad, Crash pela Companhia das Letras e Neuromancer através da Aleph.
E para Sua sorte, a Rocco acaba de relançar o incrível Caçador de Andróides, de Philip K. Dick, o romance que deu origem ao maravilhoso filme Blade Runner.