Em 1959, havia um sentimento de marasmo no rock and roll nos Estados Unidos. Como eu disse no texto anterior, um acidente aéreo matou três grandes nomes daquela década. Em contraste com os anos 50, o começo dos 60 foi dominado por “grupos vocais”, principalmente de mulheres negras. Eram grupos comportados, com vocais limpos e músicas compostas basicamente por produtores (Qualquer semelhança com o presente NÃO é mera coincidência). A música Baby I Love You, regravada pelos Ramones, mais de dez anos mais tarde, pertence a um grupo feminino que exemplifica esse período, The Ronettes.
Estamos no início de 2011. Há mais ou menos sessenta anos, o rock and roll, provavelmente o tipo de música mais difundido aqui no terceiro planeta, apareceu. Não, espera, “apareceu” não. Isso dá a impressão que ele surgiu de repente. Não foi assim. Foi um processo gradativo e é difícil dizer qual o começo. Foi em algum lugar bem no final dos anos 40 e início dos anos 50 que aquela combinação de blues, country, jazz e gospel tomou forma e foi notado. Pra complicar mais, elementos do rock and roll podem ser ouvidos em algumas gravações de country dos anos 30 e de blues, dos anos 20.
Então, cês sabem que o maior – e melhor – gênero musical de todos os tempos, planetas, sistemas solares e galáxias é o rock. E não há nada que vocês falem que possa mudar isso. Prova maior é o fato dos dois lacaios estagiários que sobraram e que eu comando com um punho de ferro – Kirk e Chinaski – bolarem uma série de textos sobre essa música do capeta. Ok, demorou pra sair, mas a bagaça tá pronta. E, ei, todo mundo sabe que ficou uma merda, e eu não gosto de guardar merdas só comigo. É sempre bom dividi-las com todos vocês, leitores famintos. continue lendo »
2010 se acabou, 2011 chegou e após as listas dos melhores discos do ano passado é o momento de olhar pra frente e aguardar os discos que farão (Ou não) a nossa cabeça esse ano.
Queens Of The Stone Age – Sem título definido ainda
O Queens Of The Stone Age esteve aqui no SWU e foi o melhor show do festival. A banda anunciou durante a estadia no Brasil que iniciará a gravação do seu sexto disco em janeiro. Bem, o disco tá sendo gravado agora, então é só esperar até o final do ano pra finalmente escutar o sucessor do Era Vulgaris. continue lendo »
Então, cês sabem que os filhos da puta trutas do Strokes vão lançar álbum novo este ano, mais precisamente em março. Óbvio que vai vazar na internet antes, mas, hei, quem baixa qualquer coisa da internet? Mesmo assim, os caras liberaram uma das faixas do álbum novo – Angles – para download – por um período de 48 horas – que começaram a contar na tarde desta quarta feira, dia 9. Ou seja: CORRÃO! continue lendo »
O negócio começou oficialmente em 1994, quando o mestre Simon Reynolds cunhou o termo post-rock na resenha do primeiro disco do Bark Psychosis, Hex, dizendo:
Música que utiliza instrumentação rock para propósitos além, utilizando guitarras como multiplicadores de timbres e texturas ao invés de riffs e power chords.
Dentre as influências do gênero, estão o rock progressivo, o drone, o kraut, a música clássica, a música ambiente, e o minimalismo eletrônico de nomes como John Murphy, Steve Reich e Brian Eno. continue lendo »
Cinema Trash x Música sempre significou bons clipes (Vide Thriller, do finado Michael Jackson) mas aparentemente o declínio da MTV e a ascensão do Youtube conseguiram transformar o videoclipe realmente numa pequena obra de arte. Tem lobisomens, bruxas, vampiros, zumbis, assombrações, aparições, possessão, sadismo, paranoia, psicopatia, abdução e outras cenas assustadoras. Alguns são debochados, outros de tirar o sono e há até os impróprios para menores. Aperte o play com cuidado. Grite, ria e se divirta com as cenas tenebrosas dos clipes abaixo. Ou vá assistir a MTV ou Malhação ou ler um livro ou jogar videogame ou simplesmente foda-se. continue lendo »
No texto passado falei sobre os problemas que envolviam ouvir rock na União Soviética. Agora vou além – falarei de como era também ter uma banda lá. Infelizmente, eu preciso deixar um aviso aqui no começo do texto: Se você tem a mente pequena, se não consegue compreender que o mundo NÃO é só aquilo que lhe familiar, se não consegue ver além da nossa cultura, língua e cotidiano, então não leia esse texto. Agora, quem quiser continuar conhecendo coisas novas, continuando o texto anterior, vamos lá. continue lendo »
No último texto eu fiz uma sutil apologia à pirataria. Sou um hipócrita. Sei o que é errado. Sei o que prejudica outras pessoas. Sei que essas pessoas merecem reconhecimento. Mas não ajo dessa maneira. Também sei que é crime, aqui e em qualquer lugar. Mas pratico. Eu sou um dentre os milhões de homicidas espalhados pelo mundo, ainda que muitos não saibam qual é a verdadeira vítima.
A vítima é a indústria musical. Aquela que, segundo dizem, está morrendo. Não está. A indústria musical existe desde muito antes da gravação de LPs ou da cópia em massa de arquivos digitais, e vai continuar existindo até que consigam gravar o som do Sol explodindo.
O rock and roll surgiu nos Estados Unidos nos anos 50. Certo, eu sei que vocês sabem disso. Né? É. Mas o rock se espalhou pelo mundo. Veio parar aqui em Terra Brazilis, inclusive. Nos anos 60, o Brasil era um país-papagaio em termos roqueiros: Os americanos arrotavam um hit, ele ganhava versão brasileira – e nem era da Álamo. Tomem como exemplo a música Rosegarden, da cantora Lynn Anderson. Aqui fizeram uma versão (Boa até), interpretada pelo The Fevers. Sabem, aquela assim “…eu não te prometi um mar de rosas…”. Na verdade, nem era só com os americanos. Na época da invasão britânica, o Robertão tava a cara do John Lennon, imaginem. Renato e Seus Blue Caps fizeram uma versão de uma música dos Beatles, chamada Ana. Quiserem ver, podem procurar. continue lendo »