A semana de um gamer ocupado [5]

Nerd-O-Matic quinta-feira, 06 de novembro de 2008 – 11 comentários

Jesuisdoceu, eu tava relendo minhas últimas colunas e vi que eu reclamei TANTO no último mês que nem parece mais que eu jogo vídeo-game, só reclamo. Então para dar uma aliviada temporária vou fazer a coluna de hoje com a tradicional e relevante cobertura do que eu estou jogando atualmente.

Wario Land: Shake It (Wii)

Eu confesso que nem ia jogar Wario Land, porque eu dei uma olhada numas screenshots da preview e tinha cara de jogo velho. E, como vocês devem saber, eu não sou muito fã de jogo velho em console novo. Acho um passo atrás. Eu vejo com péssimos olhos esse hábito de ficarem relançando todas as porcarias antigas no wiiware, acho isso um caça-níquel do caralho. E me irrita pra cacete achar que estão lançando MAIS JOGOS no wiiware do que jogos novos. Será que tá tão dificil assim fazer jogos decentes pro Wii?

Mas daí o Wario Land me cativou na campanha publicitária, que acho que foi uma das mais criativas que vi nos últimos tempos:

Esse tipo de coisa me deixa muito feliz, porque é a Nintendo fazendo o que faz melhor: gerar diversão a partir de coisas simples. A propaganda era despretensiosa mas extremamente divertida, então senti um Super Mario World vibrations ali, e resolvi dar uma chance.

Me deparei com um jogo muito bem-acabado e polido, que funciona redondinho e é diversão do começo ao fim. Wario Land tem todas as qualidade de um jogo que você começa e não consegue largar até chegar ao fim. As fases são curtinhas e passam muito rápido, mas também podem ser exploradas exaustivamente, dependendo do estilo do jogador. Gosto disso, desse lance de o jogo se adaptar ao estilo de quem joga; normalmente é sinal de respeito com o jogador e de muito tempo em desenvolvimento.

Mas o principal é que o jogo é DIVERTIDO. A história é altamente boba, na linha de todas os enredos que envolvem Wario, mas não atrapalha o jogo nem te cansa. E ainda por cima gera umas risadas devido às imbecilidades que rolam na tela. É um lance meio Trapalhões e tal: você ri porque é bobo. Mas o personagem sempre foi carismático, e é interessante jogar com um anti-herói de vez em quando.

E, a maior qualidade de Wario Land é o seu controle. Embora ele seja jogado com o wiimote na horizontal (totalmente oldschool) ele incorpora de forma muito inteligente os sensores de movimento do controle. Eu acho um tesão que você possa simplesmente girar o wiimote na mão intuitivamente pra mirar o bicho que você vai atirar. Isso é uso coerente das capacidades do wiimote: todos os novos movimentos são intuitivos e naturais, a tecnologia não se coloca no caminho da sua diversão, só incrementa ela.

Wario Land é uma aula de como fazer jogo oldschool no Wii. Ponto pra Nintendo de novo.

Ninjatown (Nintendo DS)

Taí outro jogo que eu não tava botando muita fé, porque tava me cheirando a N+. Jogo de tower defense com gráficos muito simples? Tá com cara de port de jogo em flash.

Bom, os gráficos e a história são mesmo uma bosta em Ninjatown, e eu continuo achando que os desenvolvedores se esforçam pouco com os jogos do DS. Porra, imagina que você é um desenvolvedor e tem um puta jogo divertido na mão; se você fizer um pouco de esforço pra deixar ele mais bonito ou com um som legal, você não vai lançar só um jogo, você lança um CRÁSSICO (lembram de Actraiser?). Mais esforço, desenvolvedores.

De qualquer forma, devo reconhecer que Ninjatown é totalmente excelente no quesito diversão. Esses jogos de tower defense são viciantes mesmo, e volta e meio eu perco horas com algum jogo desses na internet. Poder associar essa característica altamente viciante com o conforto de levar o jogo pra qualquer lugar no DS é quase perigoso à saúde. É sério. Eu já passo tempo demais jogando no banheiro, daqui a pouco vou ter hemorróidas. Daqui a pouco vou ter gangrena na perna. É foda quando amortece a perna com você sentado na privada.

Embora Ninjatown siga a fórmula básica dos jogos tower defense, ele aplicou alguns conceitos novos, incorporando inclusive o microfone do DS como recurso para atacar as unidades invasoras. Os upgrades das unidades de defesa funcionam bem e são complementados por poderes especiais, que vão surgindo com o avanço das fases. Esse, aliás, é um grande trunfo do jogo, sempre te estimulando a jogar mais com novos upgrades e poderes para as unidades de defesa. Também nem preciso dizer do conforto que é poder contar com a tela de toque do NDS, que é perfeita pra jogos desse estilo.

Concluindo: Ninjatown é um jogo simples, talvez simples demais pro meu gosto. Mas funciona muito bem no NDS e é diversão sem burocracia.

Midnight Club: L.A. Remix (Playstation Portable)

Deixei o melhor pro final. Vocês já sabem como eu pago pau pra Midnight Club no PS2, sendo que AINDA estou jogando esse troço, alternando com saudáveis doses de Burnout de vez em quando.

Já teve outro Midnight Club pro PSP, mas o loadings eram insuportáveis. Não estou exagerando quando digo que você passava mais tempo vendo tela de loading do que jogando. Era pesado demais pro PSP.

Peguei L.A. Remix com o mesmo receio, porque me parecia que só poderiam acontecer duas coisas: ou o jogo seria de novo pesado demais e os loadings encheriam o saco o suficiente pra me fazer largar do jogo; ou os caras cortariam muita coisa do jogo pra deixá-lo mais leve e diminuir os tempos de carregamento. Qualquer opção seria uma merda.

Errei e errei. Ainda bem. L.A. Remix é, sem dúvida nenhuma, o melhor jogo de corrida no PSP. Os gráficos são lindos, quase no nível do PS2 e a jogabilidade é perfeita, muito além de qualquer expectativa que eu tinha com o analógico tosco do PSP. Os controles foram mapeados de forma inteligente, e até mesmo trocar a música no meio de uma corrida é fácil de ser feito e não atrapalha o a sua performance.

A curva de aprendizagem é muito boa também, com as corridas aumentando gradativamente de dificuldade enquanto você vai pegando carros melhores e, mais importante, se acostumando com os controles do PSP. O jogo não te enche de grana, então as corridas são difíceis caso você não seja prevenido o suficiente pra guardar dinheiro para os totalmente necessários upgrades de desempenho do carro.

Lógico que a escolha de veículos é um pouco limitada, mas pelo menos são todos carros licenciados da “vida real” e eu sempre preferi jogar com os Camaros e os Nissans do que com modelos genéricos de carros (como acontece em Burnout). Os modelos dos veículos estão muito bem-feitos, principalmente na parte de tuning. Os caras enfiaram um leque enorme de opções para você personalizar seus carros, é impressionante.

Mas impressionante mesmo é o nível de detalhe que conseguiram comprimir no UMD do jogo. Cada carro tem suas peculiaridades, e as diferenças não são só visuais. Um Camaro ou um Dodge mal-tunados vão mesmo rabear feito loucos na pista, caso você não saiba controlar o bicho. Ao mesmo tempo, um Nissan ou um Golf são totalmente confiáveis e fáceis de controlar. Ficou muito realista e a satisfação de poder sentir isso num jogo de PSP é algo que ainda justifica a compra e posse do portátil da Sony. Ainda bem que a Rockstar continua sendo um desenvolvedor totalmente confiável. Estou colocando a Rockstar ao lado da Blizzard e da Square Enix graças ao que tenho visto nos Midnight Club.

Bom, é isso que ando jogando. Fim de ano sempre é uma época boa pra ser jogador, graças às opções que vão aumentando devido à proximidade do Natal. Então você já sabe: pára de ler sobre jogo e vai JOGAR MAIS, motherfucker NOOB (fiquei sabendo no Censo AOE que vocês não gostam de ser chamados de “noobs”, NOOBS).

Jogos de Corrida no Playstation 2

Nerd-O-Matic quinta-feira, 14 de agosto de 2008 – 18 comentários

Vocês sabem, como todo gamer relativamente normal, eu tenho fases. Nas últimas duas semanas estamos passando por uma entressafra de lançamentos interessantes, o que afeta o meu ânimo para ligar o Wii, o PSP ou o DS. É lógico que eu tenho uma caralhada de jogos na manga, para esses momentos de escassez; mas gosto de aproveitar estas oportunidades que surgem durante o ano para voltar ao bom e velho Playstation 2.

Como eu já disse em outras oportunidades, o PS2 ainda é um vídeo-game pau-pra-toda-obra em pleno ano de 2008, devido à sua enorme biblioteca de jogos consistentes lançados ao longo de sua longa vida (quase 10 anos já, porra). Até mesmo eu me deparo de vez em quando com jogos que eu deixei passar na época de seu lançamento original, e acabo me divertindo montes com jogos de anos atrás.

É o que vem acontecendo nas duas últimas semanas com os jogos de corrida do PS2, e especificamente Midnight Club 3, puta jogo de corrida do PS2 que eu só fui jogar agora.

Não que eu não tenha visto o desenvolvimento de toda a série Midnight Club: jogos da Rockstar sempre ocuparam um lugar especial no meu coração gamer. E eu curto pra cacete jogos de corrida. Mas é que na época eu simplesmente deveria estar ocupado demais com Gran Turismo 4 ou Burnout 3, paixões a que volto com freqüência, inclusive.

Gran Turismo 4

Gran Turismo continua sendo o melhor jogo de corrida do tipo simulador, na minha opinião. Pra quem gosta pelo menos um pouco de carros, ele é praticamente um jogo só de fan-service. Poder modificar até mesmo a sensível relação entre as marchas do seu carro, pra poder ganhar 2 ou 3 kilômetros a mais na velocidade máxima final é realmente um recurso voltado para os jogadores mais obsessivos.

Gran Turismo também quebrou o domínio dos jogos do tipo arcade, que são legais, mas que tendem a realmente encher o saco depois de um tempo. E olha que na época do primeiro Gran Turismo, ainda no Playstation 1, eu era fissurado em jogar Cruisin’ nos arcades.

A introdução da jogabilidade rigorosa em forma de simulação causou grande estranheza inicial ao bando de jogadores noobs que nós éramos, devido à dificuldade FIADAPUTA que era pra fazer aqueles carros fazerem a PORRA da curva. Até hoje lembro da frustração que foi começar a jogar Gran Turismo, e completas os testes das malditas carteiras que você tinha que tirar.

Porém, depois de um pouco de treino no tipo novo de jogo que nos era apresentado, se torna uma paixão. Esperemos que a franquia continue sua glória de forma adequada no PS3. O prognóstico é bom, mas tá demorando pra cacete pra mostrarem um jogo full da série:

Mas não tenho dúvidas de que a transição será feita de forma adequada em algum momento. A franquia é simplesmente boa demais pra ficar no limbo gamístico. Passemos agora a Burnout.

Burnout 3: Takedown

Burnout já é um departamento completamente diferente, trazendo uma jogabilidade totalmente constrastante à simulação, e extrapolando os quesitos de velocidade e showtime que nos eram proporcionados nos arcades disponíveis até então. A única simulação que cê vai achar em Burnout é a simulação de INSANIDADE. Tem momento que tudo vai tão rápido, e o cenário vira um borrão tão indistinto, que você nem sabe como conseguiu passar uma volta completa sem bater. Aliás, o jogo te premia por conseguir fazer isso. Insano.

Burnout ainda é o top pra mim, em termos de diversão num jogo puro de corrida. A série vai muito bem, obrigado, chutando bundas na geração atual com Burnout Paradise, que eu já vi sendo jogado e é simplesmente do caralho:

Honrando o nome da franquia e tals. E agora Midnight Club.

Midnight Club 3: DUB Edition REMIX

O bom do Midnight Club é que ele se situa numa jogabilidade entre Gran Turismo e Burnout. As corridas são rápidas e alucinadas em vários momentos, com um feeling totalmente arcade. Mas a diferença de outros jogos é que existe ali um nível de simulação e respeito com a cultura tuning que me agrada demais.

Eu também achei Midnight Club bastante superior aos jogos da franquia Need for Speed, com os quais eu nunca fui muito com a cara. Sei lá, “Velozes e Furiosos” demais pro meu gosto. Midnight Club tem uma vibe mais séria, menos cartunesca. Rola um lance mais concentrado nas corridas, e o jogo nem tenta contar uma história, porque sabe que isso seria besteira. É meio uma questão de respeito com o gamer que só quer correr a toda, e não tem que ficar lidando com historinha inútil que não melhora em nada a experiência do jogo como um todo.

E a franquia continua apontando bons jogos, como Midnight Club Los Angeles, na geração atual:

Enfim, acho que os jogos de corrida tão bem cuidados, e é tranqüilizador ver que pelo menos um gênero vai continuar gerando jogos extremamente divertidos e bem-acabados. Enquanto não consigo vender minha mãe pra comprar o X360, vou aí comemorando com as versões PS2 desses jogos mesmo. E se você deixou passar algum deles, tá perdendo tempo noob.

confira

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