Aron Ralston gosta de passar seu tempo livre nas montanhas do Utah, escalando-as, mergulhando nos pequenos lagos e se sentindo livre, podendo fazer tudo o que quer, chamando o lugar de sua segunda casa. Para se sentir mais livre ainda, Aron costuma evitar que seus amigos e familiares saibam onde ele passa esses finais de semana. Em mais um final de semana nas rochosas montanhas do Utah, Aron acaba ficando preso numa fenda, com uma enorme e pesada rocha prendendo seu braço contra a parede. Ele não pode ser resgatado, já que está numa região completamente isolada e não avisou ninguém onde iria. E ele passará lá as 127 Horas do título do filme, que é baseado em uma história real.
Se você não conhece a história de Aron Rolston, fuja de todas as sinopses e até dos trailers. Sério. É até desastrado grande parte da imprensa e da divulgação do filme já contar inclusive o final e o clímax do longa. Pode-se defendê-los apenas pelo fato ter ocorrido há pouco tempo, em 2003, e muitos podem conhecer ou se lembrar de tal história, mas grande parte do público não conhece a história de Aron Rolston, portanto esse erro poderia ter sido facilmente evitado. continue lendo »
Olha, eu gosto bastante de filmes épicos, mesmo que Hollywood insista em tentar me fazer mudar de ideia. Quase que eu desisto do gênero de vez depois de ir ao cinema pra ver pérolas como Tróia, Alexandre e mais recentemente, Fúria de Titãs.
Porém, sobrevivendo a esse último trauma, voltei pra ver o Robin Hood do Ridley Scott, que deu uma certa sobrevida na minha esperança. E eis que então me deparo por acaso com um filme que me fez acreditar que tudo ainda tem salvação. Mas olha só que surpresa, passou pelo Brasil quase despercebido, no final do ano passado.
Michael Kovak trabalha na agência funerária de seu pai, mas se sente reprimido, sem espaço pra viver, com o pai por perto e fazendo o mesmo trabalho que seu progenitor fez em sua mãe, quando esta morreu. Então decide estudar no seminário mesmo sendo cético, afinal, é de graça, e sair pouco antes do juramento para se tornar padre; mas não é bem o que acontece e ele vai parar no Vaticano, fazendo um curso de exorcismo. Com o decorrer do curso, conhece a jornalista Angelina, que está fazendo uma matéria sobre exorcismos, e conhece, também, o nada ortodoxo padre Lucas, especializado em expulsar demônios invasores de corpos. Com a convivência com o padre, Michael irá conseguir a resposta para a pergunta: Os demônios existem mesmo ou os “possuídos” são apenas pessoas com algum problema mental?
Nada de novo no novo filme do diretor Mikael Håfström e pouca coisa que valha a pena. E é mais uma fraca estreia para o início do ano, como é padrão de Hollywood: Após um final de ano atribulado com filmes favoritos às grandes premiações, o começo do ano sempre recebe os renegados e os filmes que não têm tanto potencial comercial – leia-se: Blockbusters – e que não têm força pra sobreviver ao concorrido verão norte americano, onde saem os grandes investimentos dos estúdios. continue lendo »
O pai de Mattie Ross (Hailee Steinfeld), de apenas 14 anos, foi assassinado a sangue frio por Tom Shaney (Josh Brolin). Em busca de vingança, ela resolve contratar um xerife beberrão, Reuben J. Cogburn (Jeff Bridges), para ir atrás dele. Inicialmente ele recusa a oferta, mas como precisa de dinheiro acaba aceitando. Mattie exige ir junto com Reuben, o que não lhe agrada. Para capturar Shaney eles precisam entrar em território indígena e encontrá-lo antes de La Boeuf (Matt Damon), um policial do Texas que está à sua procura devido ao assassinato de outro homem.
Bravura Indômita é o remake de um faroeste (Por ser mais fiel ao livro, tem algumas pequenas variações – principalmente no final), de mesmo nome, medíocre do final da década de 60 que só se destacou pelo Oscar “político” dado a lenda do gênero, John Wayne. Uma história que, por si só, é estranha ao gênero – uma vez que é protagonizado por uma garota de 14 anos. Tendo isso em mente, e conhecendo a filmografia dos Coen, só existem dois resultados esperados – um filme sem coração, construido em cima de um argumento que exige ao menos a menção de um “coração”, ou um filme emocional que fuja de tudo que os Coen já produziram. Um meio termo seria fatal. continue lendo »
Em O Discurso do Rei um jovem rei relutante assume o trono depois que seu irmão, Edward, abdica. Considerado incapaz de governar por conta de uma gagueira nervosa, o monarca despreparado precisa reencontrar sua voz com a ajuda do “terapeuta da fala” Lionel Logue e levar o país ao combate contra os alemães na Segunda Guerra Mundial.
Quando eu assisti pela primeira vez o trailer de O Discurso do Rei, uma certeza me veio a mente: É um típico “Oscar bait” (Filme feito com intenção de conseguir diversas indicações em premiações, principalmente o Oscar). É um filme de época, com a 2ª Guerra Mundial de fundo, regido pelo sotaque britânico, sobre a realeza, sobre superação, com um protagonista “falso-frágil” carismático, interpretado por um ator que já merece o prêmio há algum tempo, com um personagem coadjuvante “mentor-excêntrico” vivido por um ator consagrado e uma personagem coadjuvante no melhor estilo “mulher forte que suporta o marido” (Assim como é Amy Adams, também indicada, em O Vencedor) na pele de uma atriz que também já cobra seu prêmio. Colin Firth, Geoffrey Rush e Helena Bonham Carter, reespectivamente.
Assistam o trailer e tirem suas próprias conclusões.
Então, eu não faço ideia de porque eu acabei me lembrando desse filme esses dias. Mas como eu preciso de alguma coisa pra escrever, bora falar sobre um filme legal por aqui, pra variar.
Dois cientistas rebeldes decidem desafiar a ética e a lei ao realizar um experimento arriscado: Unir o DNA humano e o animal, criando um novo organismo. Os problemas começam quando a criatura, inicialmente deformada, se transforma em uma mulher bela, que oferece perigo para a vida humana.
O filme é de 2009, mas só está estreiando aqui em terras tupiniquins agora. A história do filme é bem interessante (Na época que eu assisti, a sinopse não incluia nada sobre a aparência da “moça”): Clive Nicoli (Adrien Brody) e Elsa Kast (Sarah Polley) são cientistas na área de genética que trabalham num projeto de criação de uma nova espécie que pudesse curar várias doenças humanas. Certo dia o governo resolve foder o projeto deles, mas ambos continuam as pesquisas ilegamente, até que, insatisfeitos com a gosma branca (Eis a aparencia da espécie até o momento), resolvem misturar DNA humano no troço. Deixem eu lhes ensinar uma coisa: Criar uma nova espécie NUNCA dá certo. continue lendo »
O Vencedor acompanha Mickey Ward, uma eterna promessa do boxe que nunca vinga. É treinado pelo problemático meio-irmão Dicky Ecklund, ex-boxeador, mas que acabou com a carreira por causa do vício em crack. E é agenciado pela mãe, que não possui estrutura nenhuma para tal atividade – nem estrutura emocional. Os dois acabam, mesmo que não intencionalmente, atrapalhando a carreira de Mickey, que começa a ser aconselhado por sua namorada, Charlene, a largar os dois e encarar a carreira de maneira mais profissional, para, enfim, deixar de ser uma promessa e se tornar uma realidade no mundo do boxe. Baseado em uma história real.
O filme do diretor David O. Russel (Aquele que fez Três Reis) foi moldado para o Oscar: Uma abordagem típica de filmes aclamados pela Academia; apuro técnico imenso; belas atuações; história de superação (Até certo ponto) e a data em que foi lançado, pouco antes da temporada de premiações de Associações e Sindicatos. Mas apesar desse preconceito que há com esses filmes, a verdade é que a maioria consiste em excelentes longas. O que é o que acontece aqui, com O Vencedor, que justifica e merece cada uma das suas sete indicações ao Oscar. continue lendo »
Cisne Negro é um thriller psicológico ambientado no mundo do balé da Cidade de Nova York. Natalie Portman interpreta uma bailarina de destaque que se encontra presa a uma teia de intrigas e competição com uma nova rival interpreta por Mila Kunis. O filme faz uma viagem emocionante e às vezes aterrorizante à psique de uma jovem bailarina, cujo papel principal como a Rainha dos Cisnes acaba sendo uma peça fundamental para que ela se torne uma dançarina assustadoramente perfeita.
Darren Aronofsky é um dos diretores mais aclamados da última década há anos. Sendo todo esse furor baseado em um único filme: Réquiem para um Sonho – não a toa em posição previlegiadíssima em nosso Top 100. Depois disso, ele fez o apenas bom Fonte da Vida, para então virar um astro hollywoodiano ao reviver a carreira de Mickey Rourke no ótimo O Lutador. Agora, o que acontece quando você junta o estudo de personagem do último filme com o terror e o suspense de Réquiem? Simples. Você faz uma obra prima e de bônus elimina de uma vez por todas o fantasma da Padmé da vida de Natalie Portman. continue lendo »
Remake americano do excepcional filme sueco Deixa Ela Entrar. Um jovem garoto, Owen, de 12 anos, mora com a mãe e vive uma vida solitária: Não tem amigos e, na escola, é alvo dos valentões da turma. Uma noite, enquanto estava ao pátio do prédio que mora, Owen conhece sua nova vizinha: Abby. Também por ser solitária por natureza, Abby se interessa e se aproxima de Owen, que finalmente ganha uma amiga. Só que Abby não tem os 12 anos que aparenta ter; tem bem mais. E precisa de sangue para poder sobreviver.
Uma justiça tem que ser feita com esse Deixe-me Entrar: Achar que ele seria superior ao original sueco é ingenuidade ou até confiança extrema. Se conseguisse ser melhor que o sueco, estaria em absolutamente todas as categorias do Oscar esse ano. Mas exatamente por ter um nível tão alto, mesmo o remake sendo inferior, ainda é um grande filme e funciona muito bem, com um ou outro deslize, que não afetam de maneira fatal o longa americano. E tem, talvez, a atriz mirim mais promissora no cenário atual de Hollywood. continue lendo »