Pra encerrar (Por enquanto) minha ligeira passada pelo trabalho da Editora Draco, resolvi ler o romance O Segredo do Kelpie: Saca aquela lenda escocesa do cavalo carnívoro que afoga pessoas nos rios e lagos? Pois então, e se um kelpie fosse capturado?
As piadas de fim de ano são uma antecipação à reunião com o Tio do Pavê.
Apenas um mês depois de Duendes – Contos Sombrios de Reinos Invisíveis ser financiado no Catarse, o livro já estava aqui em casa (Muito pra minha surpresa, inclusive, tanto com os Correios quanto com a Editora Draco). Levei um tempinho pra finalmente terminar a parada, mas véi… Tipo… LeiÃO o bagulho.
Semana passada falei da morte do Pereira Neves, um dos muitos autores pós-modernos que ganharam certa fama, e que pra mim foi particularmente importante. Aproveitando então a morte do cara resolvi reler a que provavelmente é sua obra mais famosa, Alcides Viaja.
Mari já me esperava na mesa mais ao fundo do Sofá Café, uma das cafeterias mais aconchegantes de Copacabana. Cheguei pontualmente, mas lá estava ela, passeando o olhar pelo recinto. Não gosta de barulho, nem de incômodo. Para ela, bater papo é quase um ritual. Ainda que as conversas sejam diárias, sempre temos algo a dizer uma para a outra.
Depois do contumaz abraço apertado, Mari me entrega um pacote feito em casa, daqueles mal embrulhados, feitos pra rasgar. Ela definitivamente conhece minhas limitações. As bochechas vermelhas e o sorriso envolto pelo chantilly do horroroso Irish Coffee vendido no estabelecimento não mentem: Ela estava me pregando uma de suas peças. Ficamos amigas, justamente, por causa do senso de humor ácido que dividimos, além da paixão pela literatura. Rasgo o papel, meio molhado pelo pingo das chuvas e, sem qualquer aviso, Anônima Intimidade, de Michel Temer, estapeia minha cara e soca meus olhos. Uma gargalhada. Duas gargalhadas, daquelas imparáveis, com um vai tomar no cu no meio, desbocada que sou. Recuperando o fôlego, ela justifica: vi sua postagem no Facebook e não resisti.
Logo eu que nem acredito em signo, tampouco no destino…
22 de novembro de 1963 foi o dia em que John F. Kennedy, o presidente mais carismático que os Estados Unidos já conheceram, foi executado por Lee Harvey Oswald durante sua passagem por Dallas, em campanha pela reeleição. 11/22/63 é, também, o título original do best seller de Stephen King, lançado em 2011, cuja trama é conduzida pela pergunta que todos os americanos já fizeram: O que teria sido dos EUA e do mundo se JFK não tivesse sido assassinado? continue lendo »
Lugares Escuros foi o segundo romance de Gillian Flynn, publicado em 2009. Se comecei falando de Garota Exemplar pela popularidade do longa homônimo, sobre este eu alerto: Leiam o livro. SÓ O LIVRO. SÓ-O-LIVRO! Apesar de ser estrelado pela linda, musa, maravilhosa Charlize Theron, é melhor evitar a fadiga, porque é uma grande porcaria.
O thriller, cuja adaptação cinematográfica, eu insisto, é desastrosa, conta a história da bela, desbocada e do bar, Libby Day. A pequena menina ruiva que testemunhou a morte brutal de sua família e condenou o irmão mais velho, Ben 10 Day, à prisão perpetua quando atestou, perante ao júri, que o rapaz, então com 15 anos, havia assassinado mãe e irmãs. Fria, desajustada e cleptomaníaca na vida adulta, tem que enfrentar o passado ao ser convencida a investigar mais a fundo o drama familiar. O pavor de reencontrar o irmão, a quem era apegada na infância, e a culpa por, talvez, ter sido levada a acreditar que havia visto algo do qual já não tem tanta certeza, confere à protagonista alguma coisa de humanidade, assim como as raras relações interpessoais que o livro nos permite conhecer. continue lendo »
Nunca admirei personagens femininas tipicamente fortes do universo literário, nem de qualquer outro lugar. As heroínas perfeitas, de coração puro, nobre, abnegadazzzZZZZzzz. Acho-as chatas. Quanto mais complexa, problemática e twisted inside – tipo eu – melhor. Carrie, de Stephen King, foi a primeirona. Criou, em mim, um fascínio absurdo com a história da menina encurralada que ascende, poderosa, contra os inimigos. Literalmente tocando o terror sobre tudo e todos, incendiando sua pequena cidade e fazendo carros voarem. Annie Wilkes, de Louca Obsessão, um dos meus livros favoritos do King, tem sobre si a aura do mal e da loucura, mas é impossível não criar ainda que um resquício de empatia, com a solitária e misteriosa enfermeira, apaixonada platonicamente por seu autor favorito Paul Sheldon. Após resgatá-lo de um acidente, ela o leva para casa e o mantém em cárcere privado, exausta da solidão e da vida medíocre que leva. O plot angustiante e claustrofóbico azeda ainda mais quando ela descobre que sua personagem favorita, Misery Chastain, será assassinada no livro seguinte. Tão doentias quanto as ações de Wilkes, é o fato de ninguém olhar por ela, deixando que seus demônios a assumam.
Warning: Cuidado com as influências literárias alheias, George R.R. Martin. Existem muitas Anne Wilkes espalhadas por aí. continue lendo »
Sabe, eu não sou de ficar comprando livros. Ou lendo livros de contos. Pra mim, contos são entidades individuais que não deveriam ser agrupadas, mas sim lidas sozinhas, em suas individualidades. Mas essa não é a questão, afinal por que raios eu falaria de um livro de contos que eu não tivesse lido? Eu sou babaca, mas não a esse ponto. Ainda. continue lendo »
O Físico, pra você que matava as aulas da sexta série, não é sobre um físico, mas sobre um médico medieval. Há uma certa discordância se realmente se usava o termo “físico” para os médicos na época ou se é só uma tradução de bosta do original, The Physician, mas ainda sim é um bom livro… Aliás, é um livro que eu recomendo que todo mundo leia.