Esta é a última parte do resumaçozinho das equipes da Marvel, mas isso não significa que todas as equipes Marvel foram apresentadas. Algumas serão abordadas em textos sobre sagas/eventos da Casa das Ideias e algumas serão ignoradas até que eu não tenha mais assuntos para apresentar nesta série de textos. O que deve demorar pra acontecer, já que a intenção é não ficar preso apenas ao universo Marvel. Tá bom? Então tá bom, então.
Uma série derivada de outra é o que mentes mais avançadas responderiam, mas talvez nós já saibamos disso e estejamos tentando descobrir qual assunto, personagem ou grupo de personagens a mesma irá abordar. A série de Coulson vem abordando muitos assuntos e personagens da Marvel ao mesmo tempo. Atualmente nós temos a S.H.I.E.L.D. do Coulson, a S.H.I.E.L.D. verdadeira, os Inumanos e as 100 beliches que o Coulson comprou secretamente. E pode parecer que não, mas cada um desses temas daria um ótimo spin-off e como a gente não tem nada de melhor pra fazer nesse momento, vamos teorizar sobre isso aí.
Falar de Marvel sem mencionar Vingadores e X-Men é algo praticamente impossível, já que são as duas equipes de maior destaque da editora. Porém, a Marvel não vive apenas delas. Sempre existiram outros grupos, e é claro que o Quarteto Fantástico é o mais conhecido entre eles, com personagens e histórias tão boas quanto Vingadores e X-Men. É claro que não é o caso de todas as próximas revistas que apresentarei agora.
Continuando nossa saga pelos heróis com poderes de insetos, vamos conhecer um pouco mais sobre o alter-ego de Abner Ronald Jenkins, o Besouro, inicialmente um vilão recorrente do Homem-Aranha e Homem de Ferro e que posteriormente se tornou herói nos Thunderbolt. continue lendo »
Este texto faz parte de uma lista que, definitivamente, não é um top 10. Veja o índice aqui.
Como eu já havia dito antes, Thunderbolts é a melhor revista gerada pela Civil War, e por pouco a melhor publicada hoje (por pouco pois Captain America é muito boa também). Meses se passaram desde que resenhei a revista, e os Thunderbolts só subiram em meu conceito. Não poderia esperar menos de Warren Ellis e Mike Deodato.
Em seu segundo arco, entitulado “Caged Angels”, Warren complica um pouco a vida dos Thunderbolts. Um grupo de super-humanos infiltra a montanha e começa uma investida com força total contra todos que ali se encontram. Enquanto isso, Mac Gargan perde o controle do simbionte, e Venom inicia um massacre. Até encontrar o Espadachim, que agora se chama Barão Strucker, e está disposto a matar todos que não obedecerem suas ordens. Cabe ao resto dos Thunderbolts controlar ambas as situações, que já fugiram de controle há muito tempo.
Num arco repleto de lutas e desmembramentos, um bom desenhista é uma obrigação. Por sorte temos Deodato. Mesmo com tantos conflitos ocorrendo, Ellis ainda consegue espaço para desenvolvimento de personagens. É óbvio que estamos falando de Penance (ou Suplício, como ficou a tradução). Com a ajuda do Doutor Sansom, o jovem Baldwin tem feito progresso, e até mesmo… recuperou seus antigos poderes?
Thunderbolts continua impressionando com seu roteiro e personagens psicóticos, e com uma equipe (criativa) dessas, não é a toa que está em primeiro.
Thunderbolts
Título original Thunderbolts Lançamento: 2006 Arte: Mike Deodato Roteiro: Warren Ellis Número de Páginas: 25 Editora:Marvel
“Let your plans be as dark and impenetratable as night, and when you move, fall like a thunderbolt”
Me sinto nostálgico ao lembrar do meu primeiro contato com esta hq criada por Kurt Busiek e Mark Bagley. Foi no início de 1999, logo após o fim do evento Massacre Marvel. Lembro que na época não me agradou muito, e só virei leitor alguns anos depois, quando o Gavião Arqueiro se tornou o novo líder do grupo.
A idéia não era tão nova, mas era incomum. No fim do Massacre, os Vingadores e o Quarteto Fantástico foram dados como mortos. Entram então os Thunderbolts, um grupo totalmente “novo” e a população americana passa a se sentir segura novamente. Mas com a volta dos heróis, o grupo revela seu verdadeiro objetivo: Os integrantes dos Thunderbolts eram, na verdade, vilões disfarçados, que pretendiam matar seus velhos inimigos e tomar conta do país. Travado o combate, o líder deles, o nazista chamado Helmut Zemo, se sacrifica para salvar o Capitão América, após ver que tudo aquilo não era certo. O grupo ainda teve um clube de luta entre vilões e mais duas formações, sendo estas bem intencionadas. Ou quase isso.
Mas nada disso nos importa, pois os Thunderbolts que irei resenhar são muito mais violentos, psicóticos e cruelmente engraçados. A partir da edição 110, a revista é assumida pelo desenhista (brasileiro!) Mike Deodato e o brilhante roteirista Warren Ellis, ambos bem conceituados.
Da esquerda para a direita: Penance, Songbird, Radioactive-Man, Swordsman e Venom
Como resultado dos estrondosos eventos da Civil War (altamente recomendável), uma nova equipe foi formada, desta vez completamente controlada pelo governo. Mac Gargan, anets o patético Escorpião, agora o temível Venom! Chen Lu, cidadão chinês, mais conhecido como o Homem Radioativo! o alemão mutante Swordsman, mestre com espadas! A ex-líder da formação original, Songbird! A enigmática e ambiciosa Moonstone! O conflituoso e incrivelmente forte, Penance! Bullseye, o homem que nunca erra! E todos eles sob a direção de ninguém mais, ninguém menos que o maior inimigo do Homem-Aranha, Norman Osborn, o Duende Verde!
Com exceção de Bullseye, que opera como membro secreto, a equipe se torna incrivelmente popular, uma verdadeira celebridade. Sua missão? Capturar os super-humanos que se recusam a assinar o registro imposto pelo governo e agora agem secretamente. Tudo isso para fazer do mundo um local mais seguro para as pessoas comuns. Ou pelo menos é isso que eles afirmam. Warren Ellis e Mike Deodato apresentam uma escura e perturbante tomada na lista dos mais procurados da Marvel, onde a linha entre herói e vilão é difícil de se encontrar. Se é que ela existe…
“I’m no man, i am dynamite, at a height where i speak not in words but in thunderbolts. My fervent will to create impels me thus as the hammer impelled toward the stone”
Sinceramente, esta é a melhor coisa que resultou da Civil War. Confesso que já estava empolgado mesmo antes de ler, mas a empolgação foi ainda maior quando terminei a primeira edição desta nova e brilhante fase. As batalhas são bastante intensas e se desenvolvem de um modo que você não consegue decidir para quem você está torcendo ou com quem você simpatiza mais. A violência é constante, como num filme de ação.
Mas Thunderbolts não é apenas pancadaria gratuita. Por trás das lutas existem também as partes política e estratégica, que vai desde as reuniões com Norman Osborn até comercias de tv, mostrando cenas da propaganda das figuras de ação dos “heróis” e também do Who Wants to be a Thuderbolt, paródia do Who Wants to be a Superhero, de Stan Lee. Propositalmente, Stan Lee se mantém como apresentador na revista também.
E então vem minha parte predileta: Conflito pessoal. É fato que a equipe não se dá muito bem. Mac Gargan mostra os problemas de sua convivência com o simbionte Venom. Songbird e Chen Lu tramam para fazer com que a equipe volte a ser o que era antes. Moonstone trama para tomar a diretoria dos Thunderbolts das mãos de Osborn. Bullseye quer apenas matar todos eles. Norman Osborn se mostra vítima de uma obcessão incomum pelo Homem-Aranha, seu antigo arquiinimigo.
Mas o mais problemático certamente é Penance, antes o herói conhecido como Speedball. Ele passou por muita merda durante a Civil War, até chegar a um ponto que simplesmente não aguentava mais. Possuidor de um grande poder que cresce com a dor, Robert Baldwin usa uma roupa estilo “dama de ferro”, para que se mantenha em dor constante. Como ele obteve esse poder e a extensão do mesmo ainda é um mistério. Ele não é oficialmente um membro da equipe, logo não pode ser atingido por Osborn. Juntando isto com seu poder e personalidade fria e algumas vezes assustadora, Penance é ao mesmo tempo o membro que Osborn mais teme e mais admira.
“None are happy, none are good, none are respectable, that are gyved like us. And i must tell you, besides, it is very dangerous talk. If you grumble of your iron, you will have no luck; If you ever take it off, you be instantly smitten by a thunderbolt”
A arte está entre as melhores. Mike Deodato está caprichando bastante. Os personagens são bem detalhados, assim como o cenário, facilitando as cenas de ação. Assim como nas atuais revistas do Moon Knight e boa parte de Ultimate Fantastic Four, os efeitos especiais (explosões, a rajada de Penance, etc) são retocados no computador, dando um pouco de “luz” ao movimento, fazendo com que fique ainda mais bem feito.
Esta revista vale MUITO a pena e eu recomendo com todas as minhas forças. Não é por pouca coisa que ela é a minha revista predileta atualmente. Mesmo quem não é fã de coolant deveria dar uma olhada. Esses Thuderbolts não apenas mais um grupo da Marvel. Eles são a “justiça, como um relâmpago”.