Processo criativo e Nostalgia pt. 2
Ok, vamos lá. Na semana passada eu tava puto com esses jogos que pegam carona na onda de “jogos das antigas”, oferecendo um produto extremamente meia-boca que não aproveita a capacidade do seu console e ainda é lançado com preço de jogo novo. Aí eu falei das pessoas nostálgicas, que provavelmente são os maiores culpados por isso continuar acontecendo. Aliás, eu já escrevi uma série inteira sobre isso, mas vocês demoram pra entender as coisas e tals.
Como eu ia dizendo, não existe problema nenhum em você ter saudades do passado. Eu, por exemplo, gostava muito de brincar de churrasqueiro com as minhas priminhas quando era pequeno; afinal, minha lingüiça fazia sucesso com o publico feminino desde a mais tenra idade. Inclusive, isso deve explicar porque eu gosto tanto de churrasco hoje em dia. Mas isso não significa que eu vá me prender ao passado e continuar só oferecendo sempre lingüiça pra todas as mulheres que aparecem na minha frente. Não. Hoje em dia, além da lingüiça eu ofereço picanha, e ganho em troca MUITA chuleta e MUITA maminha. A gente cresce, e o passado não pode passar de uma lembrança agradável. O tempo não volta, porra.
Difícil é explicar isso pra esses gamers saudosistas.
Aqui seu corno: TUDO BEM você gostar dos jogos antigos. Vai lá, baixa uma merda dum emulador e se acabe de jogar a biblioteca do Super Nintendo. Eu mesmo faço isso de vez em quando. Inclusive, eu gosto tanto de alguns jogos antigos que mantenho sempre o Vagrant Story no meu PSP. Aquilo foi um PUTA jogo do Playstation. E nem preciso falar da minha paixão por Final Fantasy Tactics e tals.
Mas, porra, mesmo eu adorando Final Fantasy Tactics, eu só me empolguei mesmo com o relançamento dele pro PSP porque eu sabia que o jogo teria uma nova tradução, mais classes de personagens, uma trilha sonora melhorada e um monte de novas cenas primorosas em FMV. Virou quase outro jogo. E as adições tiraram proveito das capacidades do PSP, transformando o relançamento em algo digno de se pagar full price. É praticamente um jogo novo mesmo.
Outro ótimo exemplo é o recente remake de Final Fantasy 4 para o Nintendo DS: eles simplesmente refizeram o jogo INTEIRO em 3D, com adição de vozes e trilha melhorada, também. Essa é a maneira certa de você lembrar do passado, atualizando as coisas que foram boas e adequando-as aos tempos atuais. Final Fantasy 4 é o exemplo típico de uma coisa que era muito boa e que pôde ser melhorada, com a utilização correta da capacidade dos consoles contemporâneos. Vai se foder, é por isso que eu pago pau pra Square. Compara aí as duas versões, pra ver como ficou legal em 3D:
A versão do NDS é a das fotos da esquerda, noob. E olha que o Nintendo DS nem é tão mais poderoso assim do que o Super Nes. É só questão de vontade dos desenvolvedores mesmo.
Agora, me emputece ver uma bosta como esse N+ sendo lançado aí e ganhando altos scores. Meu, vsf, desde que lançaram essa merda, já alcançou uma nota média de 8,2 na média de 12 sites diferentes. Como pode? Sério, olha pra isso:
Isso é uma MERDA, véi. Isso é uma afronta a todos os desenvolvimentos tecnológicos nos games. Isso é um caça-níquel motherfucker, isso é qualquer coisa, mas me recuso a chamar isso de “jogo”.
Enquanto ficam aí pagando pau pra essa bosta, jogos bons do NDS passam BATIDAÇOS, totalmente fora do radar gamer. Por exemplo, alguém aí ouviu falar de Touch Mechanic? Nem sabe o que é, né não? Vê um vídeo aí:
Então, olhai: é basicamente um Trauma Center, (jogo revolucionário, todo mundo conhece) só que com o tema de conserto e tuning de carros. Tu vai lá com a stylus e fica trocando pneu, mudando spoiler, pintando o carro, trocando filtro de ar, e tudo que cê tinha vontade de fazer no Gran Turismo mas não dava. E com a mesma interface e feeling do Trauma Center.
RULES.
Cara, isso que é uma porra dum jogo que merece pagação de pau. Isso que é inovação e aproveitamento das capacidades do NDS. É justamente esse tipo de coisa que a gente precisa ver mais: jogos contemporâneos que criam novas formas de jogar e permitem que a gente faça coisas nos games que nunca fizemos antes. Taí um exemplo coerente de jogo full price que deveria estar disponível pro maior público possível.
Mas, é claro, a porra do jogo só saiu na europa. E só em francês.
Vaisifudê todo mundo, meu. Vocês acabam comigo.