The Pacific não é Band of Brothers

Televisão terça-feira, 01 de junho de 2010

Eu curto filmes sobre guerra. Ok, a maior parte. Por exemplo, já tô de saco cheio de ver coisas sobre a guerra do Vietnã, colocando os estadunidenses como os bonzinhos e os norte-vietnamitas como os diabos comunistas. Aliás, já tô de saco cheio do Vietnã, mesmo. A única coisa que me prende – e eu sei que existem milhões de coisas sobre – é a Segunda Guerra, mesmo.

Existem vários filmes que retratam o dia a dia dos estadunidenses nessas batalhas – e alguns não tão realistas, como Bastardos Inglórios – que são bons. Mas porra, são filmes. Nada contra filmes, sério, mas essas histórias são contadas de forma melhor com os seriados. Cê mostra o dia a dia MESMO, não mostra um objetivo de um grupo: Cê mostra como a guerra foi avançando. E isso é foda.

Band of Brothers é uma série lançada pela HBO e produzida por Tom Hanks e Steven Spielberg, que retrata a vida dos soldados da Companhia Easy, dentre outras, desde o treinamento e o desembarque em solo francês, pelo Dia D, até o final da Guerra na Europa. É espetacular, pelo menos pra mim. Um porém, apenas: Você não consegue ser mais cruel que os nazistas. O exército dos aliados não é descrito de uma forma tão realista quanto em The Pacific, até porque os veteranos ajudavam em cada episódio, com depoimentos. Ficaria um pouco ruim falar que o exército também não era aquela ética com prisioneiros de guerra e tudo mais. The Pacific é o contrário disso, e é por isso que é tão espetacular quanto.

 Ouro, véi. CORRE!!1

Pelo próprio nome, você não precisa ser um gênio pra descobrir que o inimigo a ser combatido pelo exército não era os nazistas, e sim o império japonês. Deixemos de lado que tudo “começou” com o ataque em Pearl Harbor – já que também existem hipóteses onde os EUA teriam deixado o ataque ocorrer pra justificar a ofensiva. Novamente, HIPÓTESES -, isso mostra como os marines lutavam em cada ilha do oceano Pacífico, com a finalidade de tomar territórios estratégicos – dã – e abrir caminho para a ofensiva em terras japonesas, propriamente ditas. OK?

– o. k.

Agora vem a parte que eu acho genial: O determinismo do local que eles lutaram. Quem lutou na Europa já ficou puto com a guerra, mas, mesmo assim, as paradas eram feitas em cidades ou até vilas. Não era só mato. Agora imagina o que era combater em uma ILHA no oceano Pacífico. Sim, eles usam essa jogada pra deixar evidente que o psicológico de quem lutou por lá foi bem mais afetado do que quem lutou na Europa. Lama, excesso de chuva, falta de chuva, ratos, caranguejos do tamanho do Godzila, luta de guerrilha, praticamente, dos japoneses, sem deixar de falar na DEDICAÇÃO do exército da terra do sol nascente. Isso: DE. DI. CA. ÇÃO.

Os nazistas, por mais filhos da puta que eram, tinham medo de pular na frente de uma bala; um soldado japonês, não. Uma das cenas mais chocantes é quando, após uma das várias batalhas por Guadalcanal, um soldado japonês é feito de tiro a alvo pelos marines, mas aguenta pra mostrar a coragem e a honra (Eu penso que foi por isso. Também penso que ele era burro). O pior inimigo que cê pode combater em uma guerra é aquele que não tem medo de morrer por uma causa que não faz sentido algum. Cês deveriam aprender a fazer isso, por sinal.

 Iwo Jima não foi um passeio.

Vale dizer que a guerra no Pacífico não acabou ao mesmo tempo que a guerra da Europa. No final do Band of Brothers, vários soldados são enviados para servir no Pacífico por falta de créditos para terminarem o serviço militar. Essa é a grande sacada da coisa: Não houve nenhuma festa, praticamente, para os combatentes do pacífico, já que a guerra da Europa havia acabado. Eles pegaram o pior da guerra, só com a malária, bichos e floresta ferrando com todos. Uma beleza.

Embora todos os marines que aparecem na tela sejam tratados como personagens principais, três se destacam: Um marine que vira ícone nos EUA, já que ganhou uma Medalha de Honra e começou a fazer propaganda pro exército, que precisava de grana pros equipamentos (Lógico que ele não aguentou e voltou à ação); um jornalista de esportes, que faz o papel daquele cara culto em todos os filmes de guerra, que tem problema com deus e o mundo; um garoto, praticamente, que tem um “sopro no coração”, mas vai combater mesmo assim. Vale dizer que eu acho ele o personagem mais interessante: O cara era crente, praticamente, e volta do combate fumando, bebendo e xingando até a mãe.

As cenas das batalhas são um show a parte. Não é um filme de guerra em que você fica olhando, com sono – tudo bem que Círculo de Fogo não é a coisa mais empolgante do mundo, MAS VOCÊ -, cê fica EMPOLGADO com aquela tonelada de poeira subindo depois de uma bomba, ou dos caras descendo fogo com a metralhadora nos inimigos. É aquela coisa que cê não liga pra qual lado cê tá, cê gosta mesmo assim. Também existem aquelas cenas em que há tortura, ou que querem passar fogo nos civis, mesmo. Todas espetaculares, diga-se de passagem.

 MLK KD PAO -SENHOR PORFAVO

Quem é viciado em Segunda Guerra não pode deixar de assistir. Quem não é: VSF, como não? É uma série curta, com apenas 10 episódios, mas que episódios, hein? Que eu saiba, a HBO tava transmitindo ela. Bom, eu já vi todos os episódios, e posso dizer que os últimos são os melhores: A batalha por Iwo Jima, onde o número de perdas estadunidenses foi maior que as japonesas. Ou seja: Nego dos EUA levando no cu, mesmo. Isso até o Enola Gay levantar voo e tacar uma das bombas em Hiroshima. Tudo acaba de uma hora pra outra, mas antes disso, haja fôlego. E sim, todos os personagens retratados são reais, os caras lutaram lá e, além disso, dão o depoimento durante o início de cada episódio.

É um seriado praticamente indispensável pra quem já viu Band of Brothers. Quem não viu não vai se sentir prejudicado em nada, também. Tá esperando o que, fdp? CORRÃO e assistam de vez essa série, acreditem em mim. Ou melhor: QUANDO eu menti sobre algo, mesmo? Por falar nisso: Adicionem group1185561@groupsim.com nos seus contatos do MSN pra conversar com as pessoas mais LEGAIS da internet. E comigo, se você quiser falar de música ou sobre essa série (Pode até ser sobre Segunda Guerra. RLY).

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