Trazendo à Realidade 2.0 – Dr. Octopus
Dr. Octopus, assim como Lex Luthor, encaixa-se na minha categoria predileta de personagens (Tanto de filmes, livros/HQs ou jogos), independente de ser ou não um vilão: Os super-gênios. E, para facilitar a minha vida nessa coluna, ele ainda é um tremendo estereótipo/clichê, o que facilita na construção do Dr. Ock “real”.
Sabe aqueles filmes dos anos 80, que sempre têm um personagem nerd estereotípico? O cara com óculos fundo de garrafa, uma dúzia de canetas no bolso da camisa, uma porrada de livros didáticos nos braços, pálido, com cabelo cortado em cuia e, em alguns casos, suspensórios? Ótimo, você se lembra. Agora, adicione algumas dezenas de pontos de QI, retire o interesse por RPG, videogames e assemelhados, jogue-o num lar pobre com um pai abusivo e brigão, uma mãe subserviente, tempere com porrada a gosto e leve ao forno por 15 anos. Sirva frio com sangue e cerveja. Você tem agora o jovem, recém-formado Dr. Otto Octavius.
Depois de terminar seu curso superior com a glória de um rei, Otto aranjaria, facilmente, um emprego numa firma de engenharia. Como seu trabalho envolveria contato constante com radiação, e macacões de chumbo não são exatamente as vestimentas mais agradáveis e confortáveis do mundo, Dr. Octavius resolve esse problema criando um mecanismo composto de dois pares de braços mecânicos resistentes à radiação, controlados por um pequeno console com 4 joysticks, preso às suas costas. Afinal, só recentemente que começamos a descobrir como controlar coisas com a força da mente.
Depois de alguns problemas pessoais (Morte da mãe e fim do noivado), Otto vai se distanciando das pessoas, se tornando mesquinho e relapso em seus afazeres, assim como o personagem de Edward Norton em Clube da Luta. Certo dia, já nessa fase de decomposição social, chegaria à firma do Dr. um carregamento de material radioativo para ser manipulado com algum motivo que me foge à memória. Durante um vazamento de radiação, Octavius, juntamente com sua fantasia de Cthulhu metalizado, são atingidos por quantidades massivas de radiação gama. Com o corpo recoberto de queimaduras de 2o e 3o graus, Otto é levado ao hospital mais próximo, onde passará as próximas 20h numa mesa de operações, tendo os braços mecânicos removidos, parcialmente derretidos, de suas costas.
Finda a cirurgia e a internação hospitalar, Dr. Octavius, agora paralítico devido às lesões na coluna vertebral e com as costas cheias de cicatrizes, se aposentará por invalidez na flor dos 30 anos, levando para fora do hospital, além do fardo de uma visa desperdiçada, uma corja de oncologistas interessados nos vários cânceres que ele terá até o término da vida.
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