Três filmes pra aprender sobre música
Não, eu não pretendo falar sobre filmes com trilhas sonoras fodas. Isso daria uma lista muito grande e eu sei que vocês dois leitores do Bacon encheriam os comentários de asneira. Ou não. Não que comentários cheios sejam ruins. Nem asneira. Estou saindo do foco.
Enfim, vim hoje falar sobre filmes em que a música é o tema central e, por isso, com certeza vai enfiar na sua cabeça grande e rosada o que é música de verdade.
Shall we?
Amadeus
Já falaram dele aqui no site. Quis dizer, já lamberam o cu dele aqui no site. Mas, ao contrário da maioria dos filmes que as pessoas cults costumam tomar como o melhor do mundo da última semana, Amadeus merece o título. Merece muito mais. Amadeus merecia uma estátua de bronze na testa do Cristo Redentor. Melhor, no chapéuzinho engraçado da Estátua da Liberdade.
MAAAS TIA AALIIIIINE, O FILME É ÇOBRE U MOZART NAUM ÇOBRE A MUZIK
Não, jovem padawan. Contar as desventuras desse músico muito trapalhado que adorava se meter em confusões é bônus. O filme foca muito mais no processo de criação, em tudo que levava o carinha a compor, cada aspecto emocional que acabava influenciando no final. Seria ele gênio ou louco? Coisas assim, vocês entenderam. Acima de tudo, o filme mostra que, assim como eu disse na coluna passada, você precisa dar o sangue pra fazer a parada dar certo. Afinal, Mozart todo-poderoso supostamente morreu durante a composição de seu Requiém.
Não, seu babuíno disléxico, isso não foi spoiler.
A série Fantasia
Sabiam que esses dois filmes são os meus favoritos de todo o universo? Sabiam que eu odeio quando nego fica de mimimi dizendo que o primeiro é muito melhor que o segundo quando na verdade ambos atingem o mesmo padrão de qualidade? Sabiam que, não sei por que caralhas, mas adoro frases aleatórias só pra quebrar o raciocínio de quem tá lendo?
Mas o que Fantasia poderia te ensinar de tão útil? Ora, simplesmente a soltar a porra dessa sua imaginação. Mistura de sensações, sinestesia, chame do que for. As formas de se fazer arte estão sempre se chocando de alguma maneira, e cada cena desse filme é um exemplo disso. Como jogar cor, movimento, imagem, em cima de uma música. Como dominá-la bem o suficiente pra ser capaz de retirá-la do mundo unicamente sonoro e fazê-la se manifestar em outros estados físicos.
Acabo de perceber que estou começando a falar como um professor de filosofia. Ou artes. Melhor terminar logo esse artigo antes que resolva… Resolva fazer seja lá o que os professores de filosofia e artes fazem. Ia pôr uma piadinha aqui, mas deixa.
Minha Amada Imortal
Costumo dizer que, por Mozart supostamente ter sido beberrão e retardado enquanto Beethoven era sério e passional, um complementa e se opõe musicalmente ao outro. Tudo que o primeiro fazia, à exceção do Requiem, parece ter uma ponta de esperança no fundo, uma nota que levante o astral. Já o outro sempre queria se matar. No máximo, era sarcástico, nunca doce. Mas sempre tinha muito amor, muito sentimento naquilo tudo. Às vezes, Mozart queria só se divertir. Beethoven não, sempre tinha uma mensagem pra passar.
E o que esse filme teria pra ensinar que você já não tivesse aprendido com Amadeus? Bom, tecnicamente, nada. É pra ver justamente pra aprender o mesmo, mas sobre outra ótica, a da eterna seriedade. Beethoven era romântico, dono de amores impossíveis. Já disse por aqui uma vez, mas o fédamãe é a pessoa com maior número de músicas dedicadas a mulheres que eu já vi. Até nas alunas ele passava a rôla.
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