U2 – 360º Tour
Ontem, domingo (Dia 10), aconteceu o show mais foda que eu já vi na vida: O segundo dia de apresentação do U2 aqui em São Paulo, com a 360º Tour. Chuva, som alto pra caralho e quase 90.000 pessoas marcaram o show de mais de duas horas. E sim, você deve se arrepender de não ter ido.
Não sei que horas o Muse entrou no palco e nem conheço direito as músicas que eles tocaram (Exceto Knights of Cydonia), porque afinal de contas, eu não tava lá pra ouvir músicas pseudo-cult, cheias de significados e o caralho a quatro. É triste ver que tem gente que vai num shows desses para assistir a banda de abertura, mas devo admitir que na parte instrumental o Muse é foda, principalmente o baixista e o guitarrista (Quando este último não está cantando…). O show de abertura teve quase uma hora, e a setlist foi essa aqui: Plug In Baby, Resistance, Timne is Running Out, Feeling Good, Uprising, Starlight, Stockholm Syndrome e para fechar, Knights of Cydonia.
A primeira coisa que qualquer um notou ao entrar no Morumbi (Que é bem menor do que parece) é que o palco (“The Claw“) é enorme. Entretanto, é bem irônico um palco de 360º para que os integrantes da banda fiquem todos virados para um único lado.
A chuva havia parado há poucos minutos (Choveu durante o show do Muse) para a felicidade geral da nação, e por volta das nove da noite o U2 entrou no palco, tendo como músicas de abertura, A Minha Menina dos Mutantes (Chata pra caralho, diga-se de passagem) e Space Oddity do David Bowie. A primeira música tocada foi Even Better Than The Real Thing, seguida por Out Of Control e Get On Your Boots, que foi a primeira a ter um grande coro da platéia. Depois veio Magnificent, Mysterious Ways e Elevation, todas cantadas e aplaudidas pela platéia.
Until The End Of The World e I Still Haven’t Found What I’m Looking For deram a introdução para Pride (In The name Of Love), que não foi tocada sábado, e que foi, também, cantada por todos no estádio. North Star, Beautiful Day (Totalmente reverenciada) e Miss Sarajevo vieram em seguida. Depois veio Zooropa, que não era tocada há mais de 15 anos, e o que eu considero o ponto alto do show: City of Blinding Lights e Vertigo, que são fodas. Depois veio I’ll Go Crazy If I Don’t Go Crazy Tonight na versão remixada, seguida, pela também foda, Sunday Bloody Sunday, Scarlet e por fim Walk On. Pode parecer clichê falar, mas todas as músicas foram acompanhadas pela platéia, seja cantando junto, batendo palmas ou com OOOHH’s… Viva a preguiça de decorar letras!
Para o primeiro bis teve One e Where The Streets Have No Name, e para o segundo, foi a vez de Ultraviolet, With Or Without You e, para encerrar, Moment Of Surrender. Ambos os bis (Ou seria “bises”?) foram fodas, mas colocar Where The Streets Have No Name e With Or Without You em meio à músicas menos celebradas meio que corta o barato… Assim que o U2 saiu do palco, meio que como bônus, o telão passou o clip de Rocket Man, meio que como um pedido de desculpas por ter acabado… Meus caros, nada que tenha o Elton John pode ser considerado ruim.
Claro que o show não foi perfeito, o som estava MUITO alto, o que distorcia o áudio muitas vezes (Tanto no show de abertura quanto no principal). Além disso, durante o show do Muse, plásticos, capas e sei lá mais o que ficaram no palco para proteger os instrumentos da chuva, o que atrapalhava a visão. Outro detalhe digno de nota, é que esses grandes eventos continuam com uma estrutura alimentícia de merda: A quantidade de bebidas era totalmente desigual (Algo em torno de 3275925 latas de cerveja para cada uma de Coca-Cola – que era o único refrigerante) e a comida sólida (Lê-se “aquelas porras de hambúrguer de microondas”) só perdia para pizza requentada da semana passada (Nota: Pizza fria é MUITO melhor que aquele pedaço de borracha que a maioria das pessoas gosta). Nem tocarei na questão “preço” e na questão “limpeza e educação”, porque não vale à pena.
O grande destaque dessa turnê é, obviamente, o palco: Telão expansível de LED, iluminação em todos os pontos de apoio do palco (O que obriga 12 caras a ficarem pendurados por mais de duas horas), aquelas bolas de luz da era disco (3, uma em cada ponta do mastro central e uma no estádio) e a estrutura para a platéia. O telão passou desde o show ao vivo até o discurso de Desmond Tutu. Aliás, discursos políticos é o que não poderia faltar num show do U2: Aung San Suu Kyi, AIDS e miséria foram alguns dos temas falados por Bono. Além disso, provocações de Bono para com The Edge, o clássico costume de chamar alguma garota para o palco (Voz incrivelmente irritante essa garota tem) e trechos de outras canções (Como Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band) também rolaram durante o show.
Em certa parte do show, Bono anunciou que eles nunca esqueceriam aquele dia, e logo pensei “ele diz isso pra todas”. Só hoje me lembrei de que é verdade: A 360º Tour quebrou ontem o record de turnê mais rentável (Mais de 558 milhões de dólares) e de turnê com maior público (Mais de 7 milhões de pessoas) da história. Não fui (E não vou) em nenhum dos outros shows dessa turnê (Diferentemente de certas pessoas), mas arrisco dizer que esse foi, senão o melhor, um dos melhores do U2, e acho que ninguém que assistiu discordaria: Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr. fizeram um show praticamente perfeito.
A 360º Tour tem ainda 26 shows pela frente, terminando em 30 de Julho no Canadá. O show de quarta-feira (Dia 13) aqui no Brasil será transmitido ao vivo pela Oi FM e pelo Sonora do Terra (Mais informações sobre isso e sobre o record aqui). O review oficial do segundo show em São Paulo você vê aqui.
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