Vamos deixar as crianças em paz (Ou: Hater de cu é rola)
Pessoas gostam de se afirmar perante os outros. Não só gostam, como têm necessidade. Bater no peito e gritar pro mundo como é orgulhoso de ser quem é, de ter personalidade forte e resistir a modinhas, críticas e outros pormenores, cês sabem. Longe de criticar, acho super válido que vocês se amem e se valorizem e se achem lindos, feia mesmo é a sociedade, mas tem uma coisinha que anda me irritando pacas nesse tantão de amor próprio: A mania de grandeza. A onda de eu sou bom, o resto é ruim hahaha.
E o Facebook só piora isso. Antigamente, a galera pensava e falava, hoje em dia, nego pensa e posta, sem tempo de filtrar a informação pra ver se falou merda.
Pra começar, sei que todos vocês perdem uma partezinha do dia no Feisse. E, a não ser que você seja o tipo de pessoa que toma energético com vodka e veste camisa da Hollister pra ir à balada, deve ter cancelada no mínimo 90% do seu feed. Sabe, pra evitar aqueles Fulano – Curte Beltrano – Compartilha, Compartilhe o amor de Jesus, afins. Mas, ao analisar esse tipo de gente e a reação que outros tipos de gente tem a esse tipo de gente em específico é de não considerar esse tipo de gente como gente.
Oi?
O que eu quis dizer: A pior consequência que essa galera vidaloka traz são os haters malditos. Caras, sério, bombadinhos e bombadinhas de academia não costumam incomodar ninguém quando não estão compartilhando fotos de cachorrinhos maltratados. E esse problema pode ser facilmente resolvido, como já disse ali em cima, cancelando meia dúzia de assinaturas ou distribuindo alguns unfollow. Mas a galera alternativa que critica-os tanto enche o saco dentro e fora da rede. Normalmente, esse pessoal reacionário são aquelas figuras que assistem Big Bang Theory, usam camisa de rageface – Por que meme não é só aquilo, padawans – e procuram por garotas que escutem rock e joguem videogame. Afinal, eles não curtem sair pra dançar, mas sim formam um grupo seleto de seres humanos evoluídos e únicos que preferem cérebros a músculos.
Mas, ei, acontece não têm nenhum dos dois. Como lidar?
A pior espécie de pessoa que você pode ser na internet, melhor, na vida, é o hater. E é aqui que eu quis chegar desde o início. O que dá mais raiva nessa galerinha super inteligente que surgiu por aí é a vontade de apontar e chamar outrem de retardado, mesmo agindo tão ou mais retardadamente que o xingado. É um tal de Justin Biber é gay pra lá, Crepúsculo é pra gente burra pra cá.
Meus amigos, cês nunca tiveram doze anos? Ah, já sei, vocês nasceram escutando Burzun e nunca dançaram na boquinha da garrafa quando eram crianças. Taí, acho que é por isso que hoje em dia as crianças andam tão precoces. As coitadas não podem nem agir como se espera que ajam que já aparece meia dúzia de idiotas pra xingar, falar mal e elevar as coitadas ao patamar de retardadas.
Vamos falar a verdade. One Direction e seus derivados, originalmente, são ruins? Não.
-ALINE COMO ASSIM NÃO? NOSSA EU TINHA RESPEITO POR TI PQP VSF VTNC BAZINGA NUNCA MAIS VOLTO NESSE SITE
Não, queridos. Esse tipo de coisa é feito e pensado pra pré-adolescentes. A gente sacaneia por que já passamos da fase. Nem adianta pagar de saudosista falando que, na sua época, era tudo melhor, por que eu sinto a mesma dose de vergonha alheia vendo tanto o Ricky Martin quanto o Justin Bieber. Esses artistas foram criados seguindo o que se espera de meninas de treze anos. Claro, não vou negar que, às vezes, bandinhas e personalidades adolescentes acabam agindo como retardados. Até por que hoje em dia as pessoas estão retardadas. Mas não adianta a galera ficar aí, reclamando, como se realmente acreditasse que quem faz tal tipo de música realmente acha aquilo bom. Really, people, really?
Querem exemplos? Vanessa Hudgens ou Miley Cyrus. Elas continuaram a fazer o mesmo tipo de música quando saíram do universo Disney? Claro que não. E aposto que vocês, adultos, conhecem vários amigos(as) que curtem e rebolam até o chão ouvindo.
Não que tenha sido o melhor dos exemplos, por que as duas bichinhas são horríveis. Tá, a Vanessa nem tanto, ela tem uma voz gostosinha e se mostrou uma atriz bem interessante (Leia-se peituda). Mas enfim, tirem a Christina Aguilera, que apesar de vir fazendo vergonha ultimamente nessa coisa de Lady GaGa wannabe, é simplesmente uma das vozes mais potentes da década.
Enfim, essa coluna é minha agora, e o Pizurk disse que eu podia falar o que bem entender. Preferi tirar um tempinho pra vir aqui e dizer que, cacete, problema mesmo é a menina que tem 17 anos e ainda vê Hannah Montana e Carrossel e Evanescence. É uma parte importante da vida essa de chorar por um ídolo. Deixem os pré-adolescentes curtirem ela ao máximo. É bom, é gostoso, é saudável. Faz bem. Deixem eles serem felizes, lerem o que quiserem e aproveitarem essa fase boa da vida antes da chegada do maldito ensino médio.
Nota do editor: Hater de hater também é hater. Hipocrisia mandou abraços.