Ver ou não ver – Heroes

Televisão quarta-feira, 25 de julho de 2012

Pessoas que nascem com poderes não são novidade para qualquer um que já tenha tido qualquer contato com os X-Men. Heroes era quase uma série dos X-Men. Sim, eles sabiam disso quando criaram a série, tanto que vários personagens possuíam sobrenomes em homenagem a roteiristas e desehistas que já estiveram envolvidos com os mutunas da Marvel, como Ditko e Claremont, sendo que o Titio Stan Lee, como bom Robert que é, já deu as caras na série como motorista de ônibus. Heroes começou bem e era uma boa saída para todos os bons de cabeça que não aguentavam Smallville.

Heroes tinha muitos personagens, e não, nenhum deles era deixado de lado. Bom, pelo menos até a 2° temporada, depois eles começaram a descartar bons personagens em troca de novos que não tinham história alguma para ser contada, e por fim, até o japonês nerd Hiro não passava de um pé no saco. Peter Petrelli, que ia evoluindo no decorrer da série, acabou se consolidando como o mesmo chorão babaca do princípio da série. O cara evoluiu até certa parte e depois regrediu a porra toda. Sylar, que era um vilão maneiro, se tornou um babaca qualquer que muitos nem se lembravam mais e a líder de torcida que só fazia merda, bem, essa continuou fazendo merda como sempre. Por mais que tenha se perdido durante a 3° temporada, por mais que seus personagens interessantes tenham se tornado clichês ambulantes e por mais que a história foda tenha se tornado motivo de vergonha alheia, uma pergunta ainda ecoa na cabeça dos que não assistiram a série: Vale a pena ver Heroes?

A 1° temporada de Heroes foi boa. Teve seus momentos chatos, mas até que foi boa. Qual é, se formos comparar com as outras temporadas, a 1° foi excelente. Pessoas espalhadas pelo mundo que descobrem ter poderes e acabam se encontrando em uma batalha para salvar a líder de torcida, deter um homem radioativo, salvar Nova York e assim, o mundo. Isso foi legal de ver. A 2° temporada parecia vir com as respostas do que ficou pendente da 1°. Hiro está 500 anos no passado, no presente, alguém está matando os fundadores da Companhia, Sylar está sem poderes e Peter não faz ideia de quem é. Maneiro? Maneirinho. Podia ser melhor. O mais interessante dessa 2° temporada, definitivamente, é descobrir quem é o vilão. O pior, é ver o final idiota que eles dão para alguns personagens. Alguns bons personagens. A 3° temporada começa logo após o final da 2°. Quem atirou em Nathan? Bom, quem atirou no ex-senador foi o próprio Peter. Mas não o Peter mela cueca do presente, mas o Peter fodão do futuro. Por que ele fez isso? Porque se Nathan revelasse ao mundo a existência de mutantes, essa porra ia dar merda. E isso é uma coisa que você nem precisa ser muito esperto pra saber.

Bom, a 3° temporada foi dividida em 2 partes. Vilões e Fugitivos. Na primeira parte, vários mutantes fogem da prisão da Companhia. Sylar é enganado e passa a acreditar que é irmão de Peter e Nathan, se tornando assim um forte aliado da Companhia. O papai Petrelli dá as caras, fodendo com todo mundo, inclusive com a série. Durante essa primeira parte, algumas coisas ridículas são jogadas na nossa cara. Por que diabos o eclipse solar ativa e desativa os poderes dos mutantes? Por que diabos, após Peter se injetar a fórmula mágica de Mohinder, ele não recupera seu poder original? Por que os irmãos Petrelli são tão carentes e sem personalidade? Por que nos sonhos de Ângela Petrelli, Adam Monroe estava ao lado de papai Petrelli e ele acaba morto pelo mesmo antes de se recuperar? Daniel Linderman queria pegar Ângela Petrelli? E Charles Deveaux, ele pegou Ângela Petrelli? E a professorinha, alguém salvou a professorinha?

 Da esq. pra dir: Hiro, Niki, Micah, DL, Peter, Nathan, Claire, Mohinder, Matt, Isaac e Simone.

Enfim, após chutarem a bunda de papai Petrelli, começa a 2° parte da 3° temporada, chamada Fugitivos. Porra, mas por que fugitivos? Porque Nathan ficou loucão, reassumiu seu cargo de senador e resolveu que o melhor que ele podia fazer era comandar uma operação de caça aos mutantes. E assim começa a pior parte de Heroes. Todo esse lance de ser caçado é até maneiro, mas não souberam aproveitar esta merda. E quando parece que agora essa porra vai dar merda, eles dão uma solução qualquer e repetitiva. No último episódio, temos finalmente a luta que queríamos ver a muito tempo. Irmãos Petrelli decidem dar um fim em Sylar e os 3 partem pra porrada. Aí é que tá o problema. A luta que todos queríamos ver continuou sendo a luta que todos queríamos ver. A luta ocorre em um quarto de hotel. Claire é arremessada para o lado de fora, a porta se fecha e tudo o que vemos são clarões dos poderes de Sylar através de uma greta da porta. É como cê esperar 3 anos pra ver o Silva bater no Sonnen e na hora do vamos ver todas as luzes se apagarem. Porra Heroes, porra!

Enfim, o que salva é o final da temporada. Os 5 segundos do 2° tempo, onde vemos do que Ângela Petrelli está disposta para manter os mutantes a salvo, provando que nunca foi uma vilã, mas sim uma mulher que para proteger o mundo teve que passar por cima de tudo e todos. E foi assim que Ângela Petrelli se tornou a personagem mais foda de Heroes. Mas aí acabou a 3° temporada, e como todo mudo já tinha visto que a coisa tava ficando azeda pro lado deles, os produtores prometeram que a 4° temporada voltaria as origens e seria mais parecida com a 1° temporada. E foi assim que todos os fãs da séries se encheram de falsas esperanças. A 4° temporada começou e parecia realmente que seria boa. Por que? Porque tinha uns malacos em um parque e gente maluca em parques de diversões é sempre maneira. Principalmente se o cara que manda na porra toda for interpretado pelo malungo que fez o T-Bag em Prison Break. E sim, eu era fã de Carnivale.

Então, o dono do parque de diversões é Samuel, que tem o poder de controlar a terra. Todo mundo que mora no parque de diversões tem um poder, e eles são como uma família. O problema é que Joseph, irmão de Samuel, morreu, deixando uma vaga na família, e agora Samuel quer preencher essa vaga com Peter, Claire ou Sylar pra se vingar de alguém que fez alguma coisa contra a família. Enfim, só um suspense babaca sem sentido. O que é realmente legal na 4° temporada é a batalha entre Matt Parkman, o policial telepata e Sylar, que está preso em sua mente. Bom, as coisas vão indo, indo pra pior, e 18 episódios depois chegamos ao final. O que parecia ser uma luta foda, sanguinária, mais feia do que briga de foice, se torna uma guerrinha de coquinhos na pracinha de trás da escola.

 Ângela Petrelli para presidente.

Agora vamos ver. Heroes sempre teve tramas fodas, com todas aquelas viagens no tempo, visões do futuro e personagens legais. Mas por que diabos nunca souberam aproveitar a boa trama que eles criavam? Heroes se tornou uma série decepcionante e cheia de pontas soltas. Não porque foi cancelada, mesmo antes, quando explicavam alguma coisa, você sabia que aquilo estava errado e tinha sido inventado na hora só pra enganar fã trouxa. Mas acho, sinceramente, que o grande problema de Heroes foi não saber lidar com viagens no tempo. Cara, viagens no tempo não são pra qualquer um. Ficar alertando apenas sobre efeito borboleta é fácil, mas cê tem que entender que: Hiro voltou no tempo e falou com ele mesmo quando era criança. Sendo assim, Hiro cresceria sabendo que voltaria no tempo em algum momento e falaria com ele mesmo quando era criança. Cês entenderam? Mas enfim, vale a pena ver Heroes? Não.

 Na verdade, que se foda esse texto. Assistam por causa dela.

Leia mais em: ,

Antes de comentar, tenha em mente que...

...os comentários são de responsabilidade de seus autores, e o Bacon Frito não se responsabiliza por nenhum deles. Se fode ae.

confira

quem?

baconfrito