Veronika Decide Morrer (Paulo Coelho)

Livros quarta-feira, 24 de abril de 2013

Uma coisa que eu não entendo é o ódio contra o Paulo Coelho. No resto do mundo, o autor é adorado, lido e relido com fervor. Só aqui mesmo, na nave mãe, que o odeiam e queimariam em praça pública caso houvesse oportunidade. Confesso que, dele, só li esse livro. Mesmo assim, pra mim, todo ódio – E amor – em demasia é motivo de desconfiança e merece o benefício da dúvida.

Nota do editor: Usou “nave mãe” e quer falar dos outros? Pffff…

Isso pra mim é coisa de quem tira foto com livro pra postar no Facebook com aquele emoticon de olhinho brilhando como legenda. E que compartilha saia do pc/da frente da TV e vá ler um livro e só leu Harry Potter na vida.

 Sambando no recalque alheio.

O livro narra a vida de Veronika JURA MEU DEUS? uma menina… Normal. Tem uma boa família, nunca passou fome, foi estuprada nem nada. Tem um bom emprego e vive numa cidade legal de primeiro mundo. Tudo muito chato, pacato, patético. Um dia ela resolve que não aguenta mais o sufoco de nunca ir pra frente e entope o cu de remédio.

Veronika acorda então num quarto de hospício, toda entubada e arrependida. O mundo cai por terra quando seu médico diz que ela só tem mais um mês de vida, de tanto que o coração foi danificado pelos remédios. A partir disso a gente acompanha a recuperação do seu desejo de viver, de amar, daquela coisa toda. Meio meloso de primeira, mas garanto que a narrativa é muito menos dramática do que o esperado.

Sabe o que me mais me atraiu na história? O fato de ser um tapa na cara. Aliás, Paulo Coelho em si é um bitch slap atrás do outro. Sério, ele caga pra todos os seus problemas. Pro cara, todo sofrimento é frescura e na verdade a vida é muito mais simples do que parece. Bom, acho que, depois da mania de brasileiro desprezar tudo que saia das terras tupiniquins que não seja o Cauê Moura, essa característica seja um dos pilares do rage internético contra ele. Sim, por que legal mesmo é ler coisas que agradem, que sejam uma passada de mão na cabeça. Ouvir – Ler, nesse caso – a verdade de vez em quando pode incomodar.

Anywhooo, não importa se você é o Thor Batista ou alguma criancinha chinesa explorada numa fábrica de dedais de plástico. Você vai se identificar com cada pensamento e ação da Veronika. Tenho certeza de que todo mundo já passou por essa situação, por que inércia é um saco. Faz surtar, de verdade.

Aliás, a única vez que eu li essa bagaça foi emprestado de uma amiga. Gostaria muito de tê-lo em casa, pra abrir quando estiver num momento ruim e apanhar um pouco do Mago. Aceito presentes, ok?

Enfim, só queria mesmo era mandar vocês pararem de preconceito e não perderem a chance de conhecer um livro tão… Maravilhoso.

É, falei. Não gostou? Me bate, vai. Duvido. Du-vi-dê-ó.

Não, não bate, por favor. Só lê aí o livro e depois vem me contar o que cê achou.

Veronika Decide Morrer


Ano de Edição: 1998
Autor: Paulo Coelho
Número de Páginas: 185
Editora: Objetiva

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