Zé Colmeia – O Filme (Yogi Bear)
Zé Colmeia (Sem acento, hein? Lembrem da palhaçada da reforma ortográfica) e Catatau vivem tranquilamente no parque Jellystone, onde a grande atividade deles é roubar a comida dos visitantes do parque, já que eles dois não são ursos normais, não pescam sua própria comida e não hibernam; eles são mais parecidos com humanos, pensam e agem como humanos. Foram abençoados com inteligência humana e até falam. Tudo para o terror do guarda Smith, que toma conta do parque, que está cada vez mais sem visitas, o que leva o prefeito da cidade a querer fechar o parque e vendê-lo, para equilibrar as contas públicas. Agora cabe a Zé Colmeia, Catatau, o guarda Smith e sua amiga Rachel o papel de tentar salvar o parque que eles tanto amam.
Mais uma adaptação dos desenhos da prestigiada empresa de animações Hanna-Barbera (William Hanna e Joseph Barbera). Já tivemos os fracos filmes do Scooby-Doo e o mais fraco ainda filme d’Os Flintstones. E Zé Colmeia não é muito diferente: fraco, sem graça, com razoáveis efeitos especiais e desnecessário.
Tá, não exatamente desnecessário, já que uma adaptação de um desenho com tantos fãs é sempre bem-vinda, mas desde que a obra original seja respeitada, tratada com a seriedade que a legião de fãs demanda… Quê que eu tô falando? O filme é tão ruim quanto o desenho era e atirem quantas pedras quiserem, isso não vai mudar o fato que Zé Colmeia nunca foi interessante quanto um Pica-Pau, por exemplo.
O próprio filme não se leva a sério em instante nenhum. Em alguns casos, isso se torna a virtude de um filme, fazendo com que embarquemos no filme sem levá-lo a sério e sem nos levar a sério, o que acontece com o fraco – mas divertido – Com a Bola Toda, que de tão despretensioso, acaba sendo um bom passatempo. Mas em outros casos – como Zé Colmeia – o fato de não se levar a sério não consegue se sobrepôr à gritante fragilidade do filme, fazendo com que o longa se enfraqueça ainda mais, chegando ao ponto de provocar vergonha alheia (Zé Colmeia não chega a esse ponto, mas um exemplo perfeito disso é o patético Antes Só Do Que Mal Casado).
(Eu citei dois filmes do Ben Stiller no parágrafo anterior apenas acidentalmente, reparei só agora, enquanto revisava o texto.)
Embora haja uma ou duas boas gags, o filme se nivela por baixo. Bem por baixo. Mas as situações mais pavorosas vêm de Rachel, a personagem de Anna Faris. Os realizadores e a atriz certamente acharam que seria uma boa ideia fazer a personagem ter espasmos de bichos, em variadas situações. Mas adivinha? São exatamente nesses instantes em que o filme flerta mais forte com a vergonha alheia, o que me fez lembrar, na hora, do filme Antes Só Do Que Mal Casado, certamente um dos piores filmes que Hollywood já produziu.
Infelizmente, não vou poder falar das atuações, já que na sessão em que eu assisti ao filme, a cópia era dublada (Sim, Warner, estou te cornetando). Ou seja, também não vou poder avaliar as dublagens de Dan Aykroyd e Justin Timberlake, como Zé Colmeia e Catatau, respectivamente. A dublagem brasileira dos dois protagonistas limita-se apenas a imitar a dublagem original, do desenho. Os dois ursos, feitos em computador, não soam verossímeis como os Na’Vi, de Avatar, mas não são vergonhosos, como o Valete, de Alice no País das Maravilhas. Não saltam aos olhos, mas também não comprometem.
Que começo de ano horrível, hein? Além da Vida, Desenrola, As Viagens de Gulliver e, agora, Zé Colmeia. Sorte que está pra sair o novo filme dos Irmãos Coen, Bravura Indômita, um dos principais postulantes ao Oscar desse ano (Foi boicotado do Globo de Ouro por picuinhas de bastidores).
Junto às cópias do filme, está o curta-metragem em 3D do Coiote e do Papa-Léguas, essa, sim, uma excelente homenagem a um clássico dos desenhos animados.
Zé Colmeia
Yogi Bear (82 minutos – Aventura)
Lançamento: EUA, 2011
Direção: Eric Brevig
Roteiro: Brad Copeland, Joshua Sternin e Jeffrey Ventimilia, baseados na série animada criada por William Hanna e Joseph Barbera
Elenco: Dan Aykroyd, Justin Timberlake, Anna Faris, T. J. Miller, Tom Cavanagh
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