Zerar um jogo é muito mais legal que Platinar
Eu nunca liguei muito pra ter 100% nos jogos. Claro, eu quero os troféus, achievements e armas, mas 100%? Platinar? Do tipo coletar bandeirinha, fazer todas as arenas e completar o jornal? Porra, eu tenho mais o que fazer.
Aproveitando o assunto da semana passada, o simples desafio de vencer um jogo não é o único motivo pra se jogar. No fim das contas o que importa mesmo é a diversão, e pessoalmente eu não vejo graça nenhuma em ter 100% num jogo.
Talvez o problema seja que quando um jogo se apresenta pra você como podendo chegar à 100%, ele quer dizer que cê tem mais coisa além da história principal. Mais recentemente, quer dizer que tem mais que side quests também: Capturar todos os Pokémons de uma geração sempre foi o grande objetivo secundário após derrotar a Elite Four, mas jogos como Assassin’s Creed ou Final Fantasy vão muito além, tendo chefões secretos, milhares de itens para poções, armas especiais, vários finais diferentes, partes do jogo que só são desbloqueadas de acordo com certos critérios, e tantos outros. Em suma, esses jogos tem quase tanto conteúdo “opcional” quanto conteúdo principal, e o mais comum é que conseguir esse conteúdo é muito mais difícil e demorado do que simplesmente terminar o jogo.
O que é interessante de se notar é que apesar dessa coisa de 100% não ser nem um pouco nova, o parâmetro pra pirralhada nunca foi o 100%, mas o bem mais interessante “zerar“. Porque o “zerar” não quer dizer que cê passou duas semanas correndo atrás de item-igual-de-cor-diferente, mas sim que você sentou porrada nos chefões, viu o final da história e, de quebra, conseguiu mais coisas. O zerar quer dizer que cê deixou zero coisas por fazer no jogo, e isso não quer dizer platinar, quer dizer que você, jogador, não tem mais nada o que fazer alí. O mundo deixou de ser algo a se explorar e os objetivos foram alcançados, o resto é só um sandbox que, eventualmente, vai virar de 99 pros 100%. Aliás, puta falta de sacanagem esses jogos aí que te deixam nos 99%: Porra, 50%, 98%, qualquer coisa é melhor que deixar aquele um por cento (E olha que esse um é comprido pra caralho) faltando.
Já zerei vários e vários jogos, e fiz 100% em vários outros (Ainda que muito menos que o primeiro), mas quando o “jogar” se resume a correr atrás de coisas, caçar pontos no mapa ou ainda conseguir resultados em mini game, pra mim, ficou chato. Porque ainda que seja legal poder dizer que cê conseguiu literalmente tudo que tinha pra conseguir, esse tempo extra todo cê poderia estar jogando qualquer outra coisa, ou ainda jogando o mesmo jogo com outra abordagem, ou OH! Até mesmo ir do lado de fora!
Nos últimos dias me decidi que vou platinar o primeiro Dishonored no PC e Burnout Revenge no PS2. Sim, só jogo velho.
Voltei a zerar Dishonored mês passado e desde então eu tô caçando achivements, e a verdade é que após ter zerado duas vezes em seguida (Além da primeira vez que joguei), ainda estou no começo da tarceira: O jogo é legal, tem boas mecânicas e tudo mais, mas enquanto eu consigo jogá-lo do início ao fim em dois dias, já fazem duas semanas que eu tô nessa última vez. Isso pra não falar nos dois ou três DLC que vêm em seguida: Eu já enjoei, mas vou conseguir a parada na marra mesmo.
Já Burnout é um outro esquema: Já tenho a maioria dos troféus, carros e tenho o ranking máximo, com todos os desafios, locais e pistas abertos; faltam alguns Ouros numas corridas, alguns carros e dois ou três outros trecos. E PUTA QUE PARIU BRÓDER. Acabei de descobrir que só dá pra zerar o jogo se tiver o save, no memory card, de Burnout 3 (Que é foda) e Madden NFL 2006 (Que eu não jogo nem por castigo). Ia continuar, mas foda-se, o texto acaba aqui, se foder.
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